28 Setembro 2015 | Janaina Pereira
Brasil é premiado no Festival de San Sebastián
Encontro é um dos mais importantes para o mercado brasileiro
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O Festival de San Sebastián, cidade localizada nos Países Bascos, na Espanha, tem sido um dos mais importantes para o cinema brasileiro. Voltado, especialmente, para a difusão do cinema latino, o evento tem aberto suas portas para as produções nacionais. Embora nas mostras competitivas o Brasil tenha ficado de fora, um longa nacional em fase de pós-produção foi premiado na 63ª edição do Festival, realizada de 18 a 26 de setembro. Dessa vez o feito ficou com Era o Hotel Cambridge, de Eliana Caffé.
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A produção brasileira conquistou o prêmio Cinema em Construção, destinado a impulsionar projetos em fase de pós-produção. O objetivo desta premiação é ajudar na finalização de filmes latino-americanos para que possam chegar às salas de cinema.
A trama de Era o Hotel Cambridge mostra a situação do movimento de pessoas sem teto e refugiados que ocupam um edifício abandonado no centro de São Paulo. A tensão diária provocada pela ameaça de desocupação revela os dramas, as alegrias e os diferentes pontos de vista destas pessoas.
O longa superou o chileno Aquí No ha Pasado Nada, de Alejandro Fernández Almendres; La Emboscada, coprodução argentino-uruguaia, de Daniel Hendler, e Princesita, de Marialy Rivas, produzido por Chile, Argentina e Espanha. Criado em 2002, este prêmio permitiu concluir filmes que depois foram reconhecidos e aclamados em festivais internacionais. No ano passado, o prêmio foi para o peruano Magallanes, do diretor Salvador del Solar, que este ano está sendo apresentado em San Sebastián.
“San Sebastián tem como grande mérito apresentar ideias que vão se transformar em filmes, e ese prêmio impulsiona o mercado latino”, disse Alberto Estéban, executivo de uma rede local de cinemas.
Ainda na área de mercado, ficou evidente a força das coproduções faladas em espanhol. Segundo o cineasta catalão Cesc Gay, que participou do Festival com a coprodução Argentina-Espanha Truman, estrelada pelo astro argentino Ricardo Darín, os países que falam em espanhol conseguem se unir para fazer cinema. “O fato de falarmos o mesmo idioma ajuda, ainda que os países sejam distantes e em continentes diferentes”, comentou.
Gay acredita que o Brasil saia perdendo nesse cenário, mas que o país deveria se unir mais a Portugal para lançar novos filmes. “Falar português não pode nem deve ser um impecilho para o Brasil fazer bons filmes. E se juntar a Portugal com certeza vai permitir produções mais internacionais, que tenham entrada maior na Europa”, concluiu o diretor.
Veja as fotos do Festival.
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