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25 Setembro 2015 | Fábio Gomes

Profissionais pedem especialização de estudantes de audiovisual em seminário

Andréa Barata, da O2, comenta falta de roteiristas no Brasil

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(Foto: FORCINE)

A FAAP sediou entre os dias 22 e 23 de setembro o 1° Seminário Paulista de Ensino e Mercado de Trabalho em Audiovisual, que buscou reunir na instituição entidades de ensino e governamentais, além de representatividades do setor e produtoras para discutir a formação do profissional e a necessidade do mercado de trabalho em audiovisual.

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No primeiro dia, a mesa redonda Ensino Superior e Especializações em Cinema e Audiovisual reuniu nomes como Luciana Rodrigues, da FORCINE e professora da FAAP; Humberto Neiva, da pós-graduação do Senac; e Andréa Barata, sócia da O2.

A executiva da produtora nacional explicou as maiores necessidades do mercado de produção brasileiro e deu um destaque especial a falta de roteiristas. “Roteiro é a área mais difícil de formar. Um roteirista não se forma da noite para o dia, mesmo sendo muito talentoso ele precise conhecer as técnicas para se contar uma boa história para televisão ou cinema. Muitas pessoas saem da faculdade querendo criar obras fora da caixa, mas para se desmontar a caixa primeiro é preciso conhecê-la”, explicou durante a mesa redonda.

Barata completou dizendo que viu muitos projetos bons com ideias interessantes não darem certo pois o roteirista não conseguiu passar ao público quem era o protagonista e quem era antagonista. “Na faculdade, o roteirista tem um aprendizado geral. É preciso mais técnica e experiência para se formar um bom contador de história”, completou.

Segundo a executiva, em todo esse tempo em que a O2 existe apenas uma escola procurou a produtora para uma parceria, que foi o Instituto Criar. De tempos em tempos, jovens do Instituto ganham oportunidades como assistentes na empresa.

Além disso, Barata também destacou a falta de produtores executivos. Ela salientou que conta com diversos projetos e não tem ninguém para produzir, pois um bom produtor executivo precisa saber escolher uma boa equipe, um bom diretor e fazer esse projeto andar. "Caso contrário, você passa cinco anos produzindo um filme que vai levar 30 mil pessoas aos cinemas, o que não é nada bom”.

Na sequência, Luciana Rodrigues defendeu que o aluno de cinema se especialize em alguma área durante a faculdade e, assim que formado, busque algum curso que o ajude a entender melhor seus próximos passos na jornada adulta. “Falta especialização na área. Falta o enfoque em roteirista, o enfoque em produtor executivo. Acredito, inclusive, que precisamos de enfoque em direção de atores. Acho que isso é absolutamente fundamental”, afirmou.

Com o digital, ficou mais barato para as Universidades criarem cursos voltados ao audiovisual e a profissional explicou que houve um aumento de quase 400% de novos cursos nos últimos cinco anos. “Mas há um problema no ensino como um todo. O aluno chega cru da escola, onde é bombardeado por audiovisual e não entende o que acontece”, explicou.

Por fim, Humberto Neiva falou sobre a pós-graduação em produção que coordena no Senac. Segundo ele, atualmente existem poucos profissionais formados no ramo de negócios do audiovisual e essa é uma área fundamental para que os filmes sejam produzidos. “Procuramos pessoas que queiram aprender um plano de negócio, que entendam de leis. É um curso que já tem cinco anos e em sua maioria é formado por economistas, advogados e pessoas interessadas na área econômica do cinema”, afirmou.

“Falta do conhecimento prático e uma aproximação dos professores com o mercado de trabalho. Todo mundo quer ser diretor, mas existem outras áreas super legais e que precisam de mão de obra”, finalizou Andréa Barata.

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