28 Agosto 2015 | Fábio Gomes
SET conta com palestra sobre Cinema Digital
Nomes da indústria de exibição e produção falaram sobre a indústria
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Encerrou ontem (27) a SET Expo, encontro voltado a tecnologias e serviços aplicados aos mercados de broadcasting, telecomunicações e Mídias convergentes realizada pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão. Participaram 16 mil pessoas, sendo 2500 conferencistas.
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Entre as várias atrações apresentadas, que envolveu desde a feira até workshops, em seu segundo dia a convenção contou com uma palestra totalmente voltada ao cinema digital.
O evento reuniu nomes de peso como Luiz Fernando Morau, diretor para América Latina da MasterImage e do grupo Quanta DGT; Millard Schiler, da Terra Verde; Luiz Gonzaga Assis de Luca, presidente da Cinépolis Brasil; Martin Hernández, especialista em Soud e Recording Arts; e Patrick Griffs, diretor da Dolby.
O mediador Alex Pimentel chamou ao palco primeiramente Millard Schiler, que falou a plateia sobre os dilemas da era digital. Segundo o especialista, os antigos filmes de película tinham uma duração maior e podiam ser guardados em uma sala devidamente climatizada por anos. Contudo, com a chegada do digital, houve uma mudança brusca e arquivos de filmes podem ser perdidos em pouco tempo.
”Os custos de preservação digital é muito mais caro. Quando se tem um filme em película, custa cerca de US$ 1,059 para guardar por ano e digital fica em torno de US$ 208 mil. Custa 12 vezes mais guardar esse tipo de material, quando que com a película você pode manter com uma estrutura adequada”, afirmou. O palestrante ainda destacou os avanços na tecnologia e as soluções para estocar arquivos digitais no futuro.
Na sequência subiu ao palco Martin Hernandez, um dos mais respeitados nomes da indústria de áudio do mundo. O designer de som trabalhou em produções como 21 Gramas, Na Natureza Selvagem, O Labirinto do Fauno e recentemente foi indicado ao Oscar por seu trabalho em Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância).
O especialista falou sobre a importância da união entre imagem e som em um filme e falou sobre o seu processo de trabalho junto ao diretor Alejandro González Iñárritu durante a produção de Birdman. “Normalmente tenho uma conversa com o diretor grande, que leva cerca de seis a oito meses, entre conceber a história, dirigir e por fim criar o filme na área de edição e a pós-produção. Após o filme cortado, tento entender o que ele quer”, explicou.
O palestrante, então, mostrou o seu trabalho durante o filme oscarizado. Com a ajuda do computador e de um programa chamado ProTools, específico para edição de som, ele mostrou aos participantes o processo de criação dos sons do longa, que juntou em sua trilha bateria e música clássica, além de outros sons de ambiente que foram colocados na pós-produção.
Patrick Griffs subiu ao palco em seguida para falar das inovações da Dolby não apenas no mundo do som, mas também na imagem. O executivo falou bastante sobre o Dolby Vision, cinema que promete revolucionar o modo de como se assiste a um filme.
O sistema usa tecnologia de grande alcance dinâmico com cores realçadas, aproveitando dois projetores 4K a laser patenteados pela Christie recentemente projetados com High Dynamic Range (HDR).
”Nos EUA, a AMC se comprometeu a construir 50 cinemas Dolby Vision com a projeção, som e design específicos para essa experiência. É muito empolgante. Os estúdios majors estão olhando para essa geração e todos os criadores estão empolgados, pois de repente sua paleta de cores foi renovada”, afirmou.
Griffis ainda lembrou da apresentação de Divertida Mente durante a CinemaCon no formato, realçando a ideia de que o preto durante uma exibição em Dolby Vision ganha vida e não se consegue diferenciar a tela desligada da tela ligada.
Luiz Gonzaga Assis de Luca entrou em cena na sequência para compartilhar um pouco de sua experiência no mercado de cinema. O presidente da Cinépolis contou histórias sobre sua longa carreira no mercado de exibição e traçou paralelos entre o que passou e a situação atual do parque exibidor nacional.
”Quando era diretor de distribuição da Embrafilmes e chegaram com um filme chamado Corações a Mil. Muito bem produzido, muito interessante. Tínhamos de trabalhar e lançar o filme e falaram que se ele fosse em Dolby seria muito interessante, pois seria o primeiro nesse formato no país. Isso na década de 80. Lá fomos nós e bancamos a pós-produção em Dolby Stereo, fizemos toda a campanha em volta disso. Então, um gerente de Porto Alegre ligou e falou que não tinha o sistema Dolby Stereo. Outro no Paraná fez a mesma coisa. No fim das contas, oBrasil tinha apenas 12 cinemas no formato. Não adianta ter conteúdo e formato para uma tecnologia específica se não tem onde exibir. Atualmente, você faz toda a campanha em High Frame Hate e exibe em 15 cinemas no Brasil. E teve meia dúzia de pessoas que viram HFH e muitos nem fazem ideia do que assistiram”, afirmou.
Para o executivo, o mais importante para os cinemas é a experiência, não tanto a tecnologia. Na sua visão, uma tela boa e uma imagem descente é o mínimo que o cinema deve ter e o que realmente vende ingresso são poltronas diferenciadas e confortáveis e pipoca.
Por fim, Luis Fernando Morau subiu ao palco para falar sobre como as relações entre o cinema e os espectadores se transformou com a digitalização. Agora, além dos filmes, o cinema tem a condição de exibir palestras e conteúdos variados.
”Com a digitalização, ações presenciais são substituídas por alternativas de menor custo e maior abrangência. Palestras e lançamentos de produtos, agora, podem ser feito nos cinemas. Existe um período do dia, normalmente na manhã até às 12h00, que grande maioria dos cinemas não faz nada. Um cinema pode realizar essas convenções se for totalmente digitalizada”, finalizou.
Feira de Negócios
Diversas empresas do ramo cinematográfico participaram da SET Expo 2015. Entre elas a Christie, que foi uma das patrocinadoras do evento. A empresa participou em parceria com a Seal Telecom e a Leyard.
Junto a primeira empresa, os visitantes podiam verificar uma solução com parede de vídeo com a configuração 2 por 2, dos painéis LCD Christie FHD551-XG de alta definição e moldura superestreita. parede de vídeo é gerenciada por Christie Phoenix. A tecnologia da Christie também esteve presente no estande da Leyard com o processador de imagens Christie Spyder X20. As soluções da Christie também foram usadas no auditório principal do centro de convenções. O salão esteve equipado com três projetores DHD800 1DLP, os quais são gerenciados pelo processador Christie Spyder X20 e pelo sistema de controle de eventos e de mídia coolux Pandoras Box.
A Sony também participou da convenção apresentando seus aparelhos para cinema e pós-produção. Durante o evento, um workshop sobre seus equipamentos foi apresentado e entre eles estava o Scratch, que permite a leitura direta de filmagens em 4K, além de facilitar a edição de imagem e som.
A Harman também esteve presente apresentando suas soluções para áudio para cinema e outras tecnologias, além da presença da Telem, que apresentou luminárias que até então inéditas no Brasil junto com linhas clássicas formando o set ideal de iluminação para estúdios e externa.
Veja a galeria de fotos.
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