19 Junho 2015 | Janaina Pereira, no RJ
Cinema nacional é debatido durante a coletiva de imprensa de “Muitos Homens Num Só”
Vladimir Brichta, Alice Braga, Caio Blat e Sílvio Guindane falam sobre o filme e o mercado nacional
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Os atores Vladimir Brichta, Alice Braga, Caio Blat e Sílvio Guindane, a diretora Mini Kerti e o produtor Flávio Tambellini participaram de uma coletiva de imprensa, realizada no Rio de Janeiro, para falar do filme Muitos Homens Num Só, baseado em livro de João do Rio. O longa, grande vencedor do Cine PE deste ano, estreia nos cinemas no próximo dia 25.
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Na trama, Artur Antunes Maciel, conhecido como Dr. Antonio (Brichta), é um homem que se hospeda em hotéis do Rio de Janeiro do início do século XX para realizar furtos. Num desses golpes, se apaixona por Eva (Braga), uma mulher casada, e passa a ser perseguido por Félix Pacheco (Blat). A diretora Mini Kerti, que estreia na direção de longas, filmou entre 2012 e 2013 e só agora consegue levar seu trabalho à telona.
Além de falar do filme, o tema cinema nacional foi alvo de muitas reflexões durante a coletiva. Ao ser lembrada de que sua carreira de atriz completa dez anos, Alice Braga revelou seu ponto de vista sobre os filmes feitos no Brasil de hoje. “Apesar de ainda não termos uma indústria estabelecida, estamos no caminho certo. Muita coisa mudou de Cidade de Deus para cá, e isto é notável”, disse.
Caio Blat apontou a falta de salas no Brasil como um dos fatores que causam a ausência de uma indústria mais forte. ”Nós temos menos salas de cinema hoje do que na década de 1970, naquela época tínhamos inúmeros cinemas de rua e salas em diversas cidades do interior que hoje nem mesmo têm cinemas.”
Vladimir Britcha levantou a questão de as comédias brasileiras serem as únicas a baterem de frente com os blockbusters. “O problema hoje em dia é que não existe mais o filme médio. Ou se faz um filme nacional para conseguir um milhão de espectadores ou um filme pequeno, que vai transitar pelo circuito dos festivais”.
Para o produtor Flavio Tambellini, as comédias dominam o cenário do cinema nacional, mas ele acredita que esse cenário possa mudar a qualquer momento.
“Alguma hora vai aparecer um filme de um outro gênero que fará tanto sucesso, que estabelecerá um novo rumo do público diante do nosso cinema”, disse.
Tambellini também ressaltou a relação dos filmes nacionais com os exibidores. “Entendo que os exibidores precisam pagar o prédio, o aluguel da sala e, por isso, os filmes que têm possibilidade de maior bilheteria é que ocupam espaço nos cinemas. Mas seria bom ter mais espaço para filmes menores”.
O produtor acrescentou que uma das funções do cinema é resgatar lugares da cidade que muitas vezes não são vistos pelos seus habitantes. “O filme pode fazer as pessoas verem que um lugar existe e deve ser valorizado”, finalizou.
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