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09 Maio 2015 | Fábio Gomes

Show de Inverno apresenta painel sobre 3D patrocinado pela MasterImage 3D

Evento abriu o segundo dia de apresentações

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(Foto: Espaço/Z)

Para abrir o segundo dia do Show de Inverno, a MasterImage 3D patrocinou um painel especial reservado para discutir o passado, o presente e o futuro da tecnologia no país. Intitulado O Cinema 3D no Brasil, o evento contou com nomes da indústria de distribuição e exibição e teve a mediação de Marcelo J. L. Lima, editor do Portal e da Revista Exibidor.

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Conversa com a distribuição

Lima subiu ao palco e iniciou a discussão com a exibição dos trailers dos filmes Gravidade (Warner) em 2D e 3D, Noé (Paramount) em 3D e Homem-Formiga (Disney) em 3D.

"Esses trailers que a gente mostrou tem seus diferenciais que é bacana a gente fazer uma introdução. O Gravidade foi um filme totalmente filmado em 3D, diferente de Noé que foi convertido. É interessante verificar as diferenças de profundidade que temos", afirmou o mediador.

O executivo, utilizando dados da Rentrak e do Filme B, destacou que das 20 maiores bilheterias do Brasil no último ano, 15 filmes foram exibidos com a tecnologia. "Isso desmistifica a posição do país em relação a tecnologia. Quem esteve na CinemaCon ou quem convive bastante com os resultados dos EUA tem a impressão que o 3D está caindo. Nos EUA, o 3D está caindo sim. Mas a presença de venda no Brasil em venda de filmes 2D ou 3D, a parcela de filmes em três dimensões é grande", explicou.

Em seguida, subiram ao palco José Franco, diretor de vendas para cinema da Disney; Patricia Kamitsuji, diretora geral da Fox/Warner; e César Silva, Vice-presidente da Paramount Pictures do Brasil para falar sobre como a tecnologia auxilia seus filmes a venderem mais ingressos.

Para iniciar a discussão, César Silva falou sobre a estratégia de lançamento de Noé, um dos grandes sucessos do ano passado no Brasil. Nos EUA, o longa abriu somente em 2D e, por aqui, foi convertido para a tecnologia. "Teve uma diferença muito grande em relação a campanha realizada por aqui e a campanha realizada por lá. Nós damos um tom de um filme de ação, de que a experiência seria completamente diferente assistindo o filme nesse formato. Enquanto lá o formato cai, aqui acontece o oposto. Todo o trabalho que fizemos desde que começamos a lançar o 3D há sete, oito anos, sempre trabalhamos como se fosse uma experiência nova, diferenciada. Quando Noé foi lançado, ele tinha 50% de suas salas em 3D e 75% de sua bilheteria inicial vieram da tecnologia", explicou.

Apesar de ter sido convertido para a tecnologia, o longa ainda acabou elogiado por sua imersão e a transição para o formato foi considerada um sucesso pela distribuidora. "Garantimos de que a experiência fosse de como se o filme tivesse sido produzido para o formato. O resultado final, não ouvimos a reclamação de nenhum exibidor, de nenhum consumidor sobre qualquer tipo de problema quanto a qualidade da exibição", afirmou.

Patricia Kamitsuji, na sequência, falou sobre a produção de filmes como o elogiado Gravidade, longa filmado inteiramente no formato e vencedor de sete prêmios do Oscar, e produções de Christopher Nolan, diretor de  Interestelar Origem. Segundo a executiva, a concepção sobre o uso da tecnologia é uma decisão tomada em conjunto do diretor e do estúdio. "O Nolan, por exemplo, tem a concepção de cinema 2D. Então não podemos esperar dele um filme 3D, o que não diminui sua grandiosidade", explicou a executiva.

José Franco, da Disney, acredita que existe espaço para todos os filmes. Contudo, a distribuidora ainda entende o 3D como um grande formato e os próximos dez lançamentos da empresa irão estar com a tecnologia. "O 3D está presente no nosso dia a dia e a Disney busca sempre novas tecnologias para gerar ainda mais imersão ao espectador. A tecnologia veio para ficar e isso graças aos exibidores, que adaptaram sua programação a tecnologia. Não podemos esquecer jamais que grande parcela dos espectadores são jovens, que são diariamente bombardeados por tecnologias novas. Por isso temos sempre de nos adequar a isso, lhes dando novas experiências", completou.

Para completar, Silva lembrou da importância da manutenção dos projetores. "Muitas vezes, a luminosidade dos cinemas conta com a lâmpada abaixo do recomendado e, quando isso acontece, a experiência do público piora. É necessário garantir a qualidade da projeção, pois o público eventualmente irá perceber. A tecnologia exige um carinho especial na revisão do projetor, garantindo lâmpadas na potência e na luminosidade adequada, para que o público tenha a experiência completa". 

Exibidores tomam o palco

Após uma sessão de perguntas e respostas juntos aos participantes, o mediador deu espaço aos exibidores e chamou ao palco Ricardo Szperling, Vice-presidente de filmes da América Latina da Cinemark; Luis Calil, diretor comercial da Cinesystem; e Gilberto Leal, presidente do Sindicato das Empresas de Exibição do Rio de Janeiro.

Iniciando a discussão, Ricardo Szperling falou sobre o início do 3D no Brasil, época quando a Cinemark trouxe um dos primeiros aparelhos ao país. "Acreditávamos que o 3D seria uma forma de resgatar o público aos cinemas. Então, naquela época, já entendíamos que a tecnologia passaria uma experiência inatingível em qualquer outro lugar. Logicamente a Cinemark, sendo uma empresa americana, começou lá fora e fomos arriscando de uma certa maneira. Mais tarde, isso atingiu todos os exibidores. Hoje não falamos apenas no formato 3D, mas falamos de outras maneiras de imersão", afirmou o executivo.

Na sequência, Luis Calil falou sobre a necessidade da tela prateada e desmistificou alguns mitos em relação a exibição 2D da tecnologia. "Existe um paradigma a ser discutido, a tela prateada é realmente um fator de cuidado. Depois de instalada, vemos ela como uma vantagem no ganho de luz no 3D. Então vemos um grande ganho", afirmou o executivo, destacando o crescimento da frequência em filmes com a tecnologia. "Se pegar em 2010, o público que frequentou o 3D comparado com o de 2014 triplicou, enquanto o que assiste 2D se manteve praticamente igual. Acredito que o 3D para o cinema é fundamental", completou.

Representando exibidores menos, Gilberto Leal afirmou que a tecnologia é de grande benefício para os cinemas do interior. "Há um aumento no faturamento e você atende um público que realmente espera uma imersão maior. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, vamos encerrar o mês de junho com praticamente 100% das praças do interior do estado com pelo menos um cinema com projetor 3D. Os exibidores com quem me relaciono também optaram pela tecnologia por conta do diferencial", finalizou sobre a importância da tecnologia.

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