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09 Março 2015 | Fábio Gomes

Estudo mostra crescimento de mulheres empreendedoras no país

Cine Teatro Lúmine é exemplo de persistência no parque nacional

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(Foto: Banco de Imagens)

No último dia 08 de março foi comemorado o dia Internacional da Mulher e a força e a importância do sexo feminino no mundo dos negócios ganha cada vez mais destaque no mercado brasileiro. De acordo com um estudo realizado pela Serasa Experian, 43% dos negócios existentes no Brasil pertencem a mulheres, sendo que o país possui 5,6 milhões de empreendedoras, que representam 8% da população feminina. 

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Somente no estado de São Paulo, o número de empreendedoras cresceu 13% entre 2002 e 2012, mais que o dobro da evolução de homens empregadores, que cresceu somente 5,4%.Na área de exibição não poderia ser diferente e as mulheres também apresentam empreendimentos de destaque. 

Um exemplo de sucesso é o desenvolvimento do Cine Teatro Lúmine, pequena rede que conta com duas salas em Penápolis e uma sala em Birigui, ambas no interior de São Paulo. Liderada por Mariá Bastos, a rede está há dez anos levando o melhor do cinema para as cidades administradas. 

“Eu e meu marido viemos morar em Penápolis em 2003 e ficamos sabendo que um homem havia comprado um prédio do antigo Cine Redoute, que tinha 1200 lugares. Ele decidiu reformar o cinema e dividiu o prédio em teatro e cinema e estava procurando alguém para cuidar desse espaço, queria alugar. Ficamos tentados em ter um cinema, pois sempre fomos apaixonados por filmes, e decidimos seguir adiante. Meu marido, três meses depois, não aguentou, e como havíamos feito um grande investimento na época e percebi que tudo era muito apaixonante decidi tocar e continuei mesmo com todas as dificuldades”, afirmou ao Portal Exibidor Mariá Bastos. 

Apesar de sua falta de experiência na área, a empreendedora percorreu todos os percalços de um novo negócio e buscou aprender o ofício com outros pequenos exibidores do interior e com sua persistência. “Uma das grandes decisões da minha vida foi ir até São Paulo conhecer as distribuidoras. A partir daí, tudo começou a mudar. No início era muito difícil lançar um filme, mas mesmo assim fazíamos por honrar nosso compromisso de realizar essa estreia e mostrar os números que tínhamos. Desta maneira, fomos caminhando, entendendo informações”, explicou. 

Mariá admite que no começo chegou a ter dificuldades única e exclusivamente pelo fato de ser mulher, porém conseguiu superar todas as barreiras impostas pela sociedade. “Se eu disser que nunca sofri estarei mentindo. Mas isso é realmente algo que não me abalou, me enfureceu e me fez querer mostrar que poderíamos ser o cinema que somos hoje. Muito me alegra e me deixa feliz ver que a maioria dos colegas me olham como uma pessoa preparada para aprender e como uma pessoa do meio. Atualmente eu percebo isso”, afirmou. 

Em setembro do ano passado, o Cine Lúmine se tornou o primeiro no Brasil a realizar a conversão digital pelo modelo de negociação no formato VPF disponibilizado pela Quanta DGT/AAM após ter se tornado uma das primeiras a assinar o contrato com a integradora. A sala foi equipada com um projetor Barco, um servidor Doremi,o TMS da Arts Alliance Media, o LMS da Strong e o processador de áudio Dolby, além de acessórios, pedestal e automação. 

“Sou uma apaixonada pelos 35mm, mas depois que a digitalização chegou confesso que muita coisa mudou para melhor, principalmente o atendimento nas distribuidoras pelo fato deles se adequarem ao formato digital. Agora, ficou mais fácil falar a 'mesma língua' que eles”, disse Mariá. 

Por fim, a empreendedora pede que mais distribuidoras deem atenção a pequenos exibidores, pois o trabalho de atrair o público é ainda mais complicado se comparado com exibidores em grandes capitais. “Depois da digitalização conseguimos uma posição mais próxima das distribuidoras. O pequeno exibidor faz uma coisa, eu diria, mais física. Ele tem um 'tête-à-tête' mais próximo de seu público, uma proximidade grande pois ele arrebanha as pessoas para o cinema, algo que o médio e grande exibidor não tem tanta necessidade por conta da própria mídia, pelos espaços de shopping. Acho que o pequeno exibidor deveria ser levado em consideração e ter um tratamento diferenciado com as distribuidoras, para que elas entendam as necessidades de cada cidade e, assim, haja uma argumentação mais tranquila na hora de negociar os filmes e a programação”, finalizou.

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