05 Janeiro 2015 | Fábio Gomes
Limitação de mega lançamentos gera polêmica entre exibidores
Em artigos publicados pela Folha de São Paulo, exibidores se posicionam a favor e contra a medida
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A proposta de limitar o número de salas de cinema para um mesmo lançamento vem causando polêmica ao redor do mercado de exibição. Enquanto alguns exibidores são a favor da proposta da ANCINE, outros já se posicionaram contra a medida da Agência Nacional de Cinema (entenda a medida aqui).
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A convite da Folha de São Paulo, dois exibidores mostraram suas opiniões sobre o assunto. André Sturm, diretor do cinema Caixa Belas Artes, se posicionou a favor da nova medida e citou o lançamento de Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 como exemplo da falta de diversidade causada pelos megalançamentos.
“Em diversas semanas de 2014 houve situações em que na maioria dos complexos de salas tínhamos apenas três filmes em cartaz. É uma ocupação ‘voraz’ do circuito que não deixa alternativa para quem deseja ir ao cinema”, escreve ao jornal.
Segundo Sturm, a concentração de um filme em diversas salas é prejudicial a toda a cadeia que envolve o cinema. “Ou você vê aquele filme ou um dos três que ocupam quase todas as telas ou não vai ao cinema. Isso é ruim para todos. Para os produtores e distribuidores que têm menos espaço para seus filmes, para os próprios exibidores que ficam reféns desses títulos e, mais que tudo, para o consumidor, que tem suas possibilidades limitadas”, completa.
Lado contrário
Enquanto Sturm defendeu a medida da ANCINE, Adhemar Oliveira, diretor de programação do Grupo Espaço de Cinema, se posicionou contra a limitação de salas para um megalançamento. Em sua visão, a solução encontrada pela Agência é insuficiente para a promoção da diversidade.
“É certo que o modelo de regulação não vai contra os grandes lançamentos, já que o mesmo filme que entrou em 1300 posições nas novas regras teria 1100 telas à disposição. (não fizemos ainda um cálculo para saber o impacto que tal mudança ocasionaria em termos de renda”)”, explica.
O diretor ainda lembrou que o parque exibidor nacional é pequeno e que um de seus problemas é crescer a base de salas. “A regulação deverá, em tese, melhorar a renda do mercado exibidor, pois, caso contrário, ela jogaria contra o crescimento das salas e, em consequência, contra a solução do problema. O acompanhamento neste ano nos mostrará essas tendências”, escreve.
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