05 Novembro 2014 | Fábio Gomes
Cinema é a atividade cultural favorita do paulista
Pesquisa aponta Campinas como a cidade com maior frequência
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Eventos culturais deixaram há muito tempo de ser apenas um passatempo e se tornaram enraizados no dia-dia do paulista e, entre as principais atividades, estão visitas constantes ao cinema. Visando entender os hábitos culturais ao redor do estado, a JLeiva Cultura & Esporte publicou uma pesquisa analisando as tendências da população de São Paulo.
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Foram ouvidas 7939 pessoas em 21 cidades com mais de 100 mil habitantes do Estado de São Paulo entre os dias 11 de abril e 30 de maio deste ano. As entrevistas, com mais de 80 perguntas sobre diferentes aspectos da vida cultural dos moradores do estado, foram feitas em áreas de grande fluxo populacional.
A pesquisa mostrou que 60% dos paulistas costumam frequentar o cinema, que é a atividade cultural mais realizada fora de casa, perdendo apenas para ouvir música (99%), assistir filmes em casa e outros lugares (93%) e ler livros (71%).
“Aparentemente esse número está relacionado à oferta. O cinema apresenta uma oferta maior que teatro e museus, por exemplo. Além disso, o cinema conta com filmes todos os dias e vários horários, facilitando o acesso das pessoas. Outra vantagem é que as pessoas, muitas vezes, veem um filme na televisão e isso pode estimulá-las a ir no cinema, por conta de um lançamento e uma novidade que ela ouviu falar”, afirmou com exclusividade ao Portal Exibidor , João Leiva Filho, coordenador da pesquisa.
Dentre todas as cidades analisadas Campinas foi quem mostrou maior interesse e acesso ao cinema, com 54%, enquanto São José do Rio Preto mostrou maior interesse ao teatro . “Não podemos cravar 100%, mas aparentemente é devido a oferta. Campinas parece ter um número de salas por habitante maior que as outras cidades”, explicou Leiva Filho. Na capital, a zona leste apresentou a menor frequência de visitas ao cinema dentre todas as regiões, com o centro apresentando a maior amostragem.
Segundo o estudo, a escolaridade é um dos estímulos de acesso à cultura. Apenas 1% dos entrevistados com curso superior responderam que nunca foram ao cinema, enquanto 20% das pessoas que tem apenas o fundamental nunca entraram em uma sala cinematográfica.
A renda também impacta o hábito cultural dos paulistas. Enquanto apenas 3% das pessoas da classe A e B nunca foram ao cinema, cerca de 30% dos paulistas da classe D e E nunca viram um filme na telona. Contudo, o que mais impede a população de frequentar o cinema não é a barreira econômica.
41% dos entrevistados responderam que, simplesmente, não se interessaram pela programação, enquanto 17% responderam que foi por falta de dinheiro, 15% por falta de costume, 13% por falta de tempo e 9% por não ter perto de casa.
A amostragem explica, também, que a frequência de visitas ao cinema diminui com a idade. Enquanto 80% dos jovens entre 12 e 15 anos vão ao cinema, apenas 25% dos idosos assistem filmes em complexos cinematográficos. “O que a gente percebe é o seguinte: o perfil dos filmes que você tem hoje é mais focado nos jovens. Não que ele não possa atender os idosos, mas ele foca o jovem”, afirmou João.
Filmes em português
A pesquisa mostrou que a maioria dos paulistas preferem filmes dublados: 73% contra apenas 27% dos legendados. “Isso ainda tem um impacto de educação e renda, mas temos que lembrar que esse hábito de ver filme legendado é um hábito brasileiro. Se você for na França, na Alemanha, as pessoas veem filmes dublados. Boa parte do hábito no passado era para classes de mais renda e, conforme você inclui outras faixas da população, começou a crescer o número de filmes dublados”, completa o coordenador.
Os filmes brasileiros foram bem avaliados pela população, sendo 53% derma notas entre 08 e 10. “Perguntamos filmes nacionais que o brasileiro havia assistido nos últimos tempos e foram citados mais de 200 longas, o que mostra o crescimento no interesse pelo cinema nacional”, explicou.
Dentre o gênero de filmes preferido dos entrevistados está a Aventura, com 59%, seguido pela comédia com 54%. A terceira posição está o romance, com 35%, e o terror, com 25%, sendo 44% deste público formado por jovens e adolescentes.
A pesquisa completa você pode acessar gratuitamente aqui.
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