10 Outubro 2014 | Redação
Histórico, Cine Brasília passa por modernização
Sala de 700 lugares recebeu um projetor digital e som 7.1
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Um dos cinemas mais importantes de Brasília passou recentemente por uma modernização que o levou para a era da digitalização. O Cine Brasília, inaugurado em 1960, teve sua sala reformada para receber novos filmes no formato digital.
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“Foram oito dias de trabalho. Mas entre o processo de contrato para licitação, de aquisição de equipamento dá mais cerca de 90 dias”, afirmou Olegário Frossard, diretor da Strong Brasil, que cuidou da reformulação da sala que atualmente é de responsabilidade da Secretária de Cultura do Distrito Federal.
Projetado por Oscar Niemeyer, o cinema nasceu como uma das comemorações da transferência da capital do país, em 22 de abril de 1960. Nessa época, a maioria dos 1,2 mil lugares sempre estavam ocupados por uma plateia que pode presenciar clássicos como A Canoa Furou e O Discípulo do Diabo, filmes que foram exibidos na programação original.
“Por fora, vemos uma arquitetura única e bastante expressiva. Para o mundo do cinema, o que temos dentro é uma sala que não existe mais em termos de tamanho e expressão”, afirma Marcelo Pedrazzi, que participou da supervisão técnica de projeção do Festival de Brasília, onde o Cine Brasília é protagonista. No evento deste ano, realizado entre os dias 16 e 23 de outubro, a sala participou da abertura e da festa de encerramento já totalmente modernizada e, atualmente, com 700 poltronas.
Como é um lugar tombado devido ao seu valor histórico, foram necessários cuidados especiais para que a modernização acontecesse. Uma das dificuldades foi a instalação do novo sistema de som do cinema. “Nós instalamos um Dolby 7.1, mas não podíamos alterar nada do projeto original. Lá existe uma obra de Athos Bulcão e tivemos de preservar. Não podíamos colocar as caixas no meio dela, na teoria as caixas ficariam bem em cima da obra de arte. Então, colocamos no teto, bem colado no teto”, explica Olegário.
A projeção também teve suas peculiaridades. Apesar de modernizada com um NEC 3200, a sala manteve dois projetores de 35mm em pleno funcionamento no cinema, sendo que o festival utilizou para projetar três cópias. “Os dutos de ar receberam uma adaptação, mas não alteramos a estrutura do prédio”, afirma Olegário. A tela também foi atualizada, mas seu tamanho não foi alterado por conta do projeto original proposto por Niemeyer.
“Também teve um servidor da GDC com 8 teras, que pega até 120 filmes. Como o festival de cinema tem muitos filmes, ele foi uma escolha necessária”, explica Olegário, que garante que a modernização foi bem recebida pelo público. “Gostaram muito, aplaudiram após algumas exibições. Em qualidade, acredito que ficou hoje um dos melhores do Distrito Federal”, finalizou.
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