29 Agosto 2014 | Redação
SET Expo 2014 dedica mesa redonda ao cinema digital
Evento contou com apresentações da Cinelive e Telem
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A SET Expo, encontro voltado a tecnologias e serviços aplicados aos mercados de Broadcasting, Telecomunicações e Mídias Convergentes realizada pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão, terminou ontem (27) e trouxe dentro de sua programação de quatro dias um capítulo especial dedicado ao cinema digital.
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Embora denominado como palestra, o encontro mais pareceu uma mesa-redonda. Realizada na última terça (26) com o título “Cinema digital, distribuição digital, digitalização 100%”, foi mediada por Celso Araújo e contou com profissionais de várias vertentes. Dentre eles os executivos da Cinelive (Laudson Diniz) e Telem (Luiz Fernando Morau).
A mesa-redonda contou ainda com apresentações de Chin Chye Koh (Nevion), que iniciou a discussão a respeito do padrão SMPTE ST 2022-7; Christoph Limmer (EUTELSAT), que endossou o debate sobre distribuição via satélite; o Professor Almir Almas (UNESP/SET) e Thiago André, representantes do CineGrid, que apresentaram experiências de distribuição de conteúdo, sem compressão, através de redes ópticas (fotônicas) e Erick Soares e Mario Janini, respectivamente representantes da Sony e ARRI, que mostraram a evolução das câmeras.
Satélite
Laudson explicou como funciona a transmissão de conteúdo ao vivo via satélite no Brasil e como caminha para a distribuição de filmes e trailers no mesmo formato.
“O cinema deixou de exibir apenas filmes para ser uma sala multiuso. Hoje já temos 250 salas disponíveis para receber conteúdo via satélite”, disse Diniz.
Ele citou como case de sucesso a transmissão de eventos esportivos e corporativos, dentre eles a final da UEFA Champions League, que ocupou o 7º lugar na lista das dez maiores bilheterias do último fim de semana de maio e atraiu quase 14 mil telespectadores.
Além de possibilitar a exibição de novos conteúdos, a instalação de uma antena facilita a distribuição dos filmes, o que e tende a melhorar o negócio do exibidor. “Isso permite uma flexibilidade maior na programação, que pode ter até quatro sessões no mesmo dia, cada uma com um filme diferente”, previu Diniz ao apontar para o futuro da distribuição, principalmente após a conversão digital do parque exibidor nacional. A Cinelive já iniciou parcerias para testar a distribuição dos filmes nesse formato.
“O filme passa a ser um arquivo de dados, enviado via hardware. Recebemos esse arquivo e transmitimos via broadcasting para os cinemas cadastrados”, explica.
Christoph Limmer, da EUTELSAT, reforçou o assunto acrescentando que a Europa já tem um modelo de distribuição via satélite que funciona bem.
Digitalização
Já o profissional da Telem, Luiz Fernando Morau, figura central na negociação de VPF pelo modelo Quanta DGT/AAM e que também responde pela MasterImage no Brasil, destacou como anda o processo de digitalização dos cinemas e sintetizou o VPF, ressaltando suas condições de financiamento destinadas principalmente ao pequeno e médio exibidor.
“Para termos uma ideia da progressão da digitalização em termos globais, pouco menos de 3 mil salas em 2006 estavam digitalizadas. Esse número saltou para quase 116 mil em 2013. Ou seja, é um processo irreversível”, disse Morau.
Ele salientou ainda que comparativamente às demais regiões, a América Latina e o Brasil, estão extremamente atrasados.
Morau também destacou que o mercado brasileiro de exibição é muito peculiar. São 194 exibidores com apenas uma sala de cinema e 119 com apenas duas salas e esse número vai diminuindo gradativamente. Tendo em vista o total de salas que se aproxima das 600, a “exibição de conteúdo cinematográfico é ainda para pequena empresa. É amplamente dominada pelos pequenos exibidores, que começam agora a ter um novo horizonte”.
A previsão, segundo Morau, é até o final do ano termos 90% das salas digitalizadas. “O que sobrar serão cinemas que ficaram no meio do caminho porque não acreditaram no fim da película”, encerrou.
A Telem também teve durante o evento um estande para demonstrar integração entre um estúdio de broadcast e as várias tecnologias de iluminação no mercado, incluindo as luminárias de LED, com soluções de ETC e Dedolight.
Veja a galeria de fotos do evento.
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