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27 Agosto 2014 | Redação

"A Oeste do Fim do Mundo" será lançado com legendas e audiodescrição

Longa terá sessões acessíveis para deficientes visuais e auditivos

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(Foto: Divulgação)

O longa A Oeste do Fim do Mundo estreia amanhã (28) com uma proposta pouco explorada pelo mercado brasileiro: a coprodução Brasil/Argentina entra em cartaz com sessões totalmente acessível para deficientes visuais e auditivos. 

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“Parto da ideia de que precisamos fazer cinema para todos e existe um público para isso, que não é pequeno. No Brasil, existem pouco mais de 20 milhões de pessoas com deficiência visual ou baixa visão, que gostam de cinema e que vão ao cinema”, disse em entrevista exclusiva ao Portal Exibidor Marilaine Castro da Costa, produtora executiva do filme.  

Marilaine realiza um mestrado de comunicação acessível, onde estuda formas de comunicação para pessoas com deficiências. Por conta disso, também se tornou autora do roteiro de audiodescrição do filme e explicou como funciona o processo: “é necessário assistir ao filme muitas vezes e, então, escrever e descrever todas as imagens. Eu parto do princípio, sempre, do que é fundamental para a narrativa. É preciso se adequar ao tempo que tem, pois entre os diálogos você descreve as imagens e isso é muito difícil, pois muitas vezes você tem um tempo mínimo para descrever uma imagem muito importante”, afirmou.

A produtora explica, também, que após a finalização do primeiro roteiro, o filme é exibido com narração para deficientes visuais, que fazem os ajustes necessários para seu entendimento. “A pessoa diz: ‘olha, essa descrição não precisa dizer pois a gente já entendeu pelo som que é isso. Aqui falta, tem de mudar para que possamos seguir a história’. E é incrível. Você assisti junto com as pessoas e elas saem comentando o filme como se tivessem visto as imagens”.

Durante a cabine de imprensa realizada na última segunda-feira (27), a exibição contou com crianças do Instituto de Cegos Padre Chico, que puderam escutar ao longa e, ao final, comentaram com Marilaine a experiência de estar no cinema para ouvir um filme. 

A princípio, a produção com legendas e audiodescrição estreia em três cidades: São Paulo (Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca), no Rio de Janeiro (Espaço Itaú de Cinema Botafogo) e na Casa de Cultura Mario Quintana (Porto Alegre), sempre na primeira sessão. “Se houver público e uma demanda, queremos ampliar para outros mercados”, disse a produtora. 

Ao invés de utilizar aparelhos que permitem a audiodescrição, a cópia distribuída nessas respectivas sessões virão com a audiodescrição e a legenda incluída. Segundo Marilaine, a ideia é divulgar a forma de exibição também para espectadores sem deficiência, para que as mesmas possam conhecer o formato. 

 “Estamos experimentando isso, existem tecnologias em que podemos utilizar isso, mas a nossa ideia, nesse caso, foi realmente fazer a audiodescrição com o áudio aberto para apresentar este recurso para todas as pessoas, e não só para as pessoas com deficiência visual ou auditiva. A acessibilidade pode ser pra todos, muitas pessoas que enxergam perfeitamente gostam de assistir ao filme com audiodescrição, pois a acessibilidade é um outro jeito de apresentar a obra”, explicou. 

A última edição da Revista Exibidor conta com uma matéria voltada a formas de inclusão nos cinemas. Confira aqui

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