25 Julho 2014 | Redação

Conspiração anuncia Adrien Muselet como diretor executivo

Em entrevista exclusiva ao Portal Exibidor, Muselet fala dos novos objetivos da produtora

A Conspiração, fundada no início dos anos 1990, atualmente, é uma das grandes produtoras do país. Grandes sucessos nacionais como A Mulher Invisível e O Homem do Futuro foram realizados pela empresa e tiveram a produção-executiva de Eliana Soarez, que recentemente anunciou a sua saída do cargo de diretora executiva. Com a intenção de se dedicar a projetos pessoais, Soarez anunciou que continua como sócia da empresa e divulgou que Adrien Muselet assumirá seu antigo cargo.

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 "Sinto que posso contribuir ainda mais para a Conspiração tendo mais tempo para a produção executiva, por isso tomei a decisão de deixar o cargo. Mas tenho certeza que Adrien Muselet vai fazer um excelente trabalho”, afirmou Lili, como é conhecida dentro da Conspiração.

Muselet passou cinco anos trabalhando na RioFilme, onde participou da elaboração do planejamento estratégico da nova gestão da empresa.  Na época de sua chegava, a agência dispunha de uma estrutura completamente diferente da que apresenta hoje. “Encontrei em 2009 um cenário bem desorganizado. Acredito que no decorrer dessa época conseguimos dar robustez para RioFilme para que, assim, ela conseguisse recuperar relevância. Olhamos para o setor e vimos o que podíamos fazer para ajudar as empresas cariocas no audiovisual”, afirmou em entrevista exclusiva ao Portal Exibidor.

Durante esse período, Muselet explica que leu e analisou cerca de 500 projetos de longas realizados no Rio de Janeiro e, com isso, adquiriu uma grande bagagem para entender quais tipos de filmes podem dar certo e o quais podem ser descartados. “A missão na Conspiração é, ao mesmo tempo, trazer filmes com cada vez mais diálogo com o público, longas palatáveis ao espectador, e tentar fazer com que a produtora tenha uma participação ainda maior nas rendas dos seus projetos”, disse ao Portal. 

Muselet acredita que o mercado exibidor evoluiu muito nos últimos anos e que os cinemas já sabem em quais filmes nacionais devem apostar. Por isso, o projeto da Conspiração é garantir filmes de qualidade e, ao mesmo tempo, que tragam receita aos cinemas.  

“Em termos de produtora de cinema, nós sempre tivemos qualidade. O que falta, agora, é atingir um lugar que pode ser nosso junto ao público. Visamos ter, todo ano, pelo menos dois filmes que gerem mais de 2 milhões de espectadores. Tem mercado pra isso e existe uma demanda do público, e também do exibidor, para o lançamento de bons filmes nacionais”, explicou. 

Ainda neste ano, serão lançados mais três produções da Conspiração: Rio, Eu Te Amo (estreia no dia 11 de setembro), Boa Sorte (30 de outubro) e Made in China (06 de novembro). 

Em 2015, a Conspiração irá filmar quatro filmes, sendo que dois serão lançados já no próximo ano. Um é uma comédia que ainda segue em sigilo, mas que mira o grande público, enquanto o outro será uma sequência de Os Penetras, que arrecadou R$ 25 milhões em 2012, e se tornará a primeira franquia da produtora. “Devemos começar as filmagens em março e lançar o filme em dezembro”, disse Muselet.

O mês de janeiro se tornou uma data concorrida para lançamentos nacionais e a Conspiração garante que, em breve, deve começar a explorar esse período. 

“É uma data com muita concorrência. Para estrear nessa data, temos de ter um filme que atraia 4, 5 milhões de pessoas. Acho ótimo que as férias sejam uma data importante para o cinema nacional, mas para entrar nesse período só com um produto bastante comercial. Mas, um dia, pretendemos entrar nessa briga”, explicou. 

Em um futuro próximo, Muselet acredita também que o rollout dos cinemas deve ser finalizado e imagina que as produções serão inteiramente digitais. “Alguns filmes que estamos pensando em fazer tudo em digital, isso ainda depende do produto. Estamos fazendo um filme para lançar no final de 2015 ou em 2016, então qual deve ser a taxa real de digitalização do mercado em dois ou três anos? Não sei, mas longas que estamos escrevendo para filmar em 2016 devem ser feitos 100% digital”, prevê. 

A Conspiração e seu novo diretor executivo estão mirando o grande público e, assim, pretendem fornecer produtos de grande renda ao exibidor. “Vou trabalhar para que o exibidor tenha, todos os anos, um produto competitivo e que consiga vender 4,5,6 milhões de ingressos com filmes da Conspiração", finalizou.