14 Abril 2025 | Redação
"Copan" e "Escrevendo Hawa" são os grandes vencedores da 30ª edição do festival de documentário É Tudo Verdade
Vencedores já estão automaticamente qualificados para inscrição direta visando a disputa do Oscar de melhores documentários
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A 30ª edição do É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários divulgou no último sábado (12) na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, os vencedores de sua última edição. O evento, que é considerado o principal festival dedicado ao audiovisual não-ficcional da América Latina, coroou Copan e Escrevendo Hawa como grandes vencedores.
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Dirigido por Carine Wallauer, Copan foi eleito o vencedor da Competição Brasileira de Longas ou Médias-Metragens e recebeu como prêmio R$ 20 mil, além do Troféu É Tudo Verdade. O júri do festival justificou a escolha destacando a "ousadia formal aliada a um vigoroso rigor estética", a "originalidade, precisão e delicadeza", o "equilíbrio das cenas", e "as nuances que revelam os conflitos contemporâneos, alcançando uma singular síntese poética dos contrastes do Brasil".
O prêmio da Competição Internacional de Longas ou Médias-Metragens, por sua vez, ficou com Escrevendo Hawa, dirigido por Najiba Noori. A coprodução entre França, Holanda, Catar e Afeganistão levou para casa um prêmio de R$ 12 mil, além do Troféu É Tudo Verdade. O júri do festival destacou que "poucos filmes contam a história de uma nação por meio do amor e da compaixão que definem uma família imersa em uma cultura patriarcal" e também que "a cineasta narra a luta excepcional de sua mãe por independência no Afeganistão, onde conquistas como essa raramente são celebradas".
Os outros prêmios do É Tudo Verdade ficaram com Sukande Kasáká/Terra Doente, de Kamikia Kisedje e Fred Rahal, na categoria de Melhor Curta-Metragem Brasileiro, e Eu Sou a Pessoa Mais Magra Que Você Já Viu, da canadense Eisha Marjara, na categoria de Melhor Curta-Metragem Internacional. Ambas as produções levaram para casa o prêmio de R$ 6 mil, além do Troféu É Tudo Verdade.
Aliás, vale destacar que o É Tudo Verdade é reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA como um festival classificatório para o Oscar e, sendo assim, as quatro produções vencedores se qualificam automaticamente para inscrição direta visando a disputa dos Oscars para melhor documentário de longa-metragem e de documentário de curta-metragem.
Nas categorias brasileiras ainda foram outorgadas suas menções honrosas para Quando o Brasil Era Moderno, de Fabiano Maciel, na categoria de Longa-Metragem, e para Palavra, de DF Fiuza, na categoria de Curta-Metragem. O júri da competição brasileira foi formado: pela cineasta, ex-diretora da Ancine e sócia da Gullane Entretenimento Débora Ivanov, pelo diretor, produtor e montador Paulo Sacramento e pelo diretor e produtor Roberto Berliner, enquanto o júri das competições internacionais foi composto pelo documentarista, escritor, professor e curador argentino Andrés Di Tella, pelo professor e crítico norte-americano Bill Nichols e pela cineasta brasileira Eliza Capai.
Além dos principais prêmios, a cerimônia também reservou espaço para alguns prêmios paralelos e, nestas competições, Dois Nilos, de Samuel Lobo e Robrigo de Janeiro, levou o Prêmio Canal Brasil de Curtas, embolsando R$ 15 mil além do Troféu Canal Brasil; Sukande Kasáká/Terra Doente venceu o Prêmio Mistika – Melhor Documentário da Competição Brasileira de Curtas-Metragens, com premiação de R$ 8 mil em serviços de pós-produção digital; Bruscky: um Autorretrato, dirigido por Eryk Rocha e que contou com pesquisas de Yuri Bruscky e Natalia Lacerda Bruscky, levou o Prêmio Maria Rita Galvão de melhor pesquisa da Competição Brasileira embolsando R$ 6 mil e serviços de digitalização e gravação em LTO; e Palavra e novamente Bruscky: um Autorretrato também dividiram o prêmio de Melhor Montagem.
O É Tudo Verdade 2025 exibiu um total de 86 produções entre longas, médias e curtas-metragens de 30 países, e suas retrospectivas celebraram o cineasta britânico Humphrey Jennings, considerado o primeiro poeta da produção não-ficcional inglesa e o mais importante documentarista brasileiro, Vladimir Carvalho, um dos cineastas mais marcantes na história destes 30 anos do É Tudo Verdade. Esta edição do festival contou com patrocínio do Itaú, parceria do Sesc-SP, e apoio cultural da Spcine, do Galo da Manhã e do Itaú Cultural, além de realização pelo Ministério da Cultura do Governo Federal, através da Lei de Incentivo à Cultura.
Por fim, o É Tudo Verdade continua de 14 a 30 de abril com uma seleção de curtas-metragens no ItauculturalPlay, e também já foi divulgada a data da 31ª edição do festival, que acontecerá entre os dias 9 e 19 de abril de 2026.
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