24 Março 2025 | Yuri Codogno
Produtora das franquias "Matrix" e "Coringa" entra com pedido de falência
Expansão ambiciosa e disputa jurídica com a Warner são as principais causas do processo da Village Roadshow Entertainment Group
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A Village Roadshow Entertainment Group, produtora independente de franquias como Matrix e Coringa, entrou com pedido de falência no tribunal de Delaware (EUA). Entre os motivos da queda, estão a expansão excessivamente ambiciosa e uma disputa judicial com a Warner que ocorre há três anos. As informações foram reportadas entre 17 e 18 de março pelo portal Deadline.
Antes de tomar a decisão, a empresa chegou a cortar custos para economizar e também tentou se vender para grandes conglomerados durante o ano passado, mas a incerteza diante da disputa judicial tornou impossível o negócio. Steve Mosko, que atuou como CEO da Village Roadshow desde 2018, deixou o cargo em janeiro.
A companhia declarou que recebeu uma oferta inicial de US$ 365 milhões por sua biblioteca de filmes e que garantiu um financiamento debtor-in-possession, concedido a empresas que estão em recuperação judicial que permite que continue operando enquanto reestrutura suas dívidas sob supervisão do tribunal. Os ativos da biblioteca da produtora, entretanto, geram uma receita de aproximadamente US$ 50 milhões anuais.
No final de 2024, veio à tona que a Village Roadshow estava atrasada nos pagamentos aos roteiristas que trabalhavam em seus projetos de cinema e TV. Além disso, a disputa judicial com a Warner gerou mais de US$ 18 milhões em honorários advocatícios, quase todos os quais permanecem não pagos e que apresentam a ameaça de uma possível sentença arbitral que pode achatar o balanço da empresa.
A companhia, em seu pedido de falência apresentado por Keith Maib, da Accordion Partners, que foi nomeado diretor de reestruturação em janeiro, descreveu o relacionamento anteriormente "prolífico" de co-produção, co-financiamento e co-propriedade com a Warner Bros, que envolvia a produção, propriedade e direitos derivados de 89 títulos: “No dia 7 de fevereiro de 2022, a empresa entrou com uma ação contra a WB devido ao lançamento simultâneo de ‘Matrix: Resurrections’ nos cinemas e na HBO Max. Além disso, a empresa contestou a disputa com a Warner sobre seu direito de co-financiar obras derivadas baseadas na biblioteca de filmes que co-possuía com o estúdio, principalmente no que diz respeito aos Acordos de Direitos Derivados. A Village Roadshow acusou a WB de excluí-la de seus direitos legais e contratuais de co-propriedade e co-financiamento de sequências, prelúdios, spin-offs e outras obras baseadas nos 89 filmes que ajudou a financiar e nos quais detém participação, juntamente com os direitos derivados correspondentes”.
Por fim, um advogado da empresa disse a um juiz em uma audiência que ela "aberta a todos os lances" para seu principal ativo, de acordo com a Reuters, ou seja, a biblioteca de filmes que gera cerca de US$ 50 milhões por ano em receita. Assim, a oferta inicial de US$ 365 milhões da Content Partners deve aumentar nos próximos dias.
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