A cidade de Serra (ES) ganhou um cinema gratuito para os moradores: o Cine Queimado. Localizado no Centro Cultural Eliziário Rangel, no bairro São Diogo I, o espaço foi inaugurado na noite de quarta-feira (19). As informações são dos portais Folha Vitória e Serra Noticiário.

O cinema terá sessões diárias gratuitas em dois horários e foi viabilizado por meio da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, com apoio da Secretaria da Cultura do Espírito Santo (Secult/ES). São 60 assentos, incluindo áreas adaptadas para cadeirantes e pessoas com obesidade, tornando-se a primeira sala de cinema fora de shopping de Serra e a quarta sala na região da Grande Vitória. 

As sessões ocorrerão de segunda a sexta-feira, às 11h30 (na Sessão Cine Hora do Almoço) e às 19h (Sessão Cine Criança). 

A abertura, que ocorreu no último dia 19, foi marcada por um evento cultural gratuito, incluindo apresentações de teatro, congo e capoeira, além de exposições e debates. A data, aliás, foi escolhida por ser o dia em que se comemora os 176 anos da Insurreição de Queimado, um dos levantes mais emblemáticos contra a escravidão no Espírito Santo, inspiração para o nome do cinema.

A cerimônia de abertura contou também com a presença do Fórum Chico Prego, organização dedicada à memória da Insurreição de Queimado, além de debates com a professora Beth Barros, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e Galdene Santos, do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) da Serra. O evento trouxe também apresentações culturais, como a exposição da Associação de Banda de Congo da Serra, performances teatrais da Imprópria Trupe e Atrevida Trupe, além de exibição do curta-metragem "Nós Importa (Mulheres)".

O diretor do Centro Cultural, Antônio Vitor, destacou: “Essa é a primeira sala de cinema fora de um shopping na Serra e uma das poucas da Grande Vitória. Queremos ser um espaço de articulação e difusão da produção audiovisual independente”.

No geral, a programação do Cine Queimado será voltada para produções capixabas, brasileiras e latino-americanas, com destaque para obras realizadas por mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e outros grupos historicamente marginalizados. A curadoria ficará a cargo de Adryelisson Maduro, a projeção será conduzida por Marília Favalessa, e a produção cultural será de Roberta Portela.