27 Fevereiro 2025 | Yuri Codogno
Sessão Vitrine Petrobras comemora 15 anos e anuncia sete filmes em coletiva de imprensa
Evento aconteceu ontem (26), no Espaço Augusta Petrobras, em São Paulo
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Há 15 anos levando filmes nacionais a preços populares para todos cantos do Brasil, a Sessão Vitrine Petrobras anunciou ontem (26), em coletiva de imprensa realizada no Espaço Augusta Petrobras, em São Paulo, os novos filmes que farão parte de sua programação. O selo é da distribuidora Vitrine Filmes, que já levou mais de 250 filmes aos cinemas desde sua inauguração.
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Participaram da coletiva: Silvia Cruz, sócia-fundadora da Vitrine Filmes; Débora Butruce, coordenadora de digitalização e curadora de filmes de patrimônio do projeto; Talita Arruda, curadora da Sessão Vitrine; Milton Bittencourt Neto, diretor cultural da Petrobrás; os cineastas Jorge Furtado (Saneamento Básico, Ilha das Flores), Luciano Vidigal (Kasa Branca) e Rafaela Camelo (A Natureza das Coisas Invisíveis); a produtora Paula Winck (Ato Noturno) e os atores Vinicius Teixeira e Cláudia Ohana (O Melhor Amigo).
“Foi a ideia da Sessão Vitrine que fez a Vitrine Filmes existir. E essa ideia da Sessão Vitrine começou em 2009, no anexo do outro lado da rua, porque eu vim assistir um Curta Petrobras. Poxa, filmes brasileiros juntos, uma sessão para fidelizar as pessoas, e aí veio a ideia da Sessão Vitrine e agora a gente está no Espaço Petrobras. Acho que é um ciclo que se fecha”, comemorou Silvia.
Com preço máximo a R$ 20 (com disponibilidade de meia-entrada), os filmes anunciados foram: Kasa Branca, O Melhor Amigo, Ato Noturno, A Natureza das Coisas Invisíveis e Dormir de Olhos Abertos, além das digitalizações de Ilha das Flores (1989) e Saneamento Básico, O Filme (2007). A próxima estreia é de O Melhor Amigo, em 13 de março.
“Em 2025 estamos comemorando 30 anos da retomada do cinema brasileiro e foi quando a Petrobras começou a patrocinar o cinema através do ‘Carlota Joaquina’. E desde então a gente não parou mais. São mais de 500 filmes patrocinados ao longo desses anos e diversas ações diferentes. A Sessão Vitrine Petrobras, esse projeto que a gente vem participando de diversas edições, agora começará uma nova edição, com 16 filmes nessa nova leva”, ressaltou Milton.
Além dos filmes anunciados, outros nove entrarão na programação nos próximos meses. E não são somente exibições que a Sessão Vitrine irá realizar, com oficinas, debates, entrevistas e textos de cineastas renomados, o podcast/videocast A Dobra (com 15 episódios), clube de fidelidade e muito mais.
Um ponto abordado na coletiva, aliás, é a descentralização dos espaços de exibição e da curadoria variada, como lembrou Talita Arruda: “A Sessão Vitrine, não só nesse momento, mas desde que ela nasce, olha para essa curadoria que a gente chama de descentralizada. Enquanto distribuidores, temos uma responsabilidade muito grande de olhar para o que é a nossa produção. E a gente ainda tem desafios imensos quando pensamos nos indicadores de gênero, de raça, de território, de formato. Mas é uma responsabilidade da Sessão Vitrine enquanto um projeto que pensa formação de público, trazer isso no recorte curatorial”.
Para a atual edição, o circuito exibidor prevê a passagem da Sessão Vitrine nas seguintes cidades: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Indaiatuba, João Pessoa, Londrina, Macapá, Maceió, Manaus, Marília, Natal, Niterói, Palmas, Poços de Caldas, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória.
Por fim, vale ressaltar também a excelente reflexão feita por Jorge Furtado sobre a presença dos espectadores nos cinemas para prestigiar os filmes nacionais:
“O prêmio [como Oscar, Berlim e Veneza] é uma divulgação imediata. Mas sem querer ser pessimista, 80% dos filmes brasileiros não fazem 10 mil espectadores, 90% fazem menos de 100 mil. Então isso é disfuncional com a indústria. Muitos deles, quando vão para a televisão/streaming, são vistos. A divulgação [através das premiações] é ótima, ajuda, mas acho que tinha que fazer outras coisas. A minha proposta é um vale-cinema para o brasileiro, porque quando teve essa Semana do Cinema a R$ 10, todos os filmes subiram e os nacionais subiram ainda mais. A população brasileira quer ver filme brasileiro, gosta, mas é caro. O casal vai num shopping e gasta R$ 100 no fim de semana. Acho que parte do dinheiro que está sendo destinado à produção poderia ser destinado para duas coisas que são fundamentais: baratear o preço dos ingressos e a formação profissional. A formação profissional no cinema, na parte técnica, por exemplo, ainda é medieval. O pai do eletricista era eletricista. O pai do maquinista era maquinista. São gerações que aprendem quase que por famílias. Então tinha que ter formação de eletricista, de maquinista. O cinema emprega um grupo enorme de profissionais de todas as áreas, tinha que ter formação, mais escolas, bolsa e eu achoque o ingresso tinha que ser mais barato para levar as pessoas ao cinema, porque elas vão ao cinema, elas gostam”.
Dando sequência ao argumento, Silvia Cruz exemplificou ao dizer que a Sessão Vitrine tem uma média de público por sala muito maior que a média de cinema comum, muito graças ao preço do ingresso. “E aí agradeço novamente o patrocínio, porque isso realmente não seria possível sem o patrocínio, sem esse ingresso mais barato. São viagens, apresentações de filmes, tudo isso. A produção precisa de subsídios, sem dúvida, assim como a distribuição, mas a exibição também”, finalizou.
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