Completando cinco décadas de existência e com mais de 40 projetos de cinema e TV na bagagem, a produtora Morena Filmes estará presente na 75ª edição do Festival de Berlim com Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente, série que terá sua estreia mundial no Berlinale Series Market Selects. A produção é uma das representantes brasileiras no evento e fará parte da área de mercado da Berlinale, destacando as produções seriadas mais promissoras de todo o mundo.

“Berlim é a grande vitrine do audiovisual mundial, e levar uma história brasileira — também com o caráter universal, porque a AIDS acontece em todo mundo —, com esse ponto de vista de quem viveu a epidemia no país, é muito importante, assim como a gente falar sobre os problemas que aconteceram no Brasil, para não repetir os erros cometidos pelo governo, pela sociedade conservadora, pelos programas de saúde pública e também no tratamento dos pacientes”, disse Marcelo Gomes, diretor da produção.

Aliás, a equipe também estará presente no Berlinale. Além de Marcelo, a diretora Carol Minêm, a roteirista e criadora Patricia Corso, os produtores Thiago Pimentel — também autor da ideia original — e Tiago Rezende e o ator Johnny Massaro representarão a produção no evento.

Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente acompanha a história de um grupo de comissários de bordo no Rio de Janeiro, liderados por um chefe de cabine gay e com HIV, que cria um esquema de contrabando de AZT (medicamento antirretroviral para pacientes com AIDS) para salvar vidas de pessoas com a infecção no Brasil. Na época, o medicamento tinha venda proibida no país, mas era a única esperança para quem fosse diagnosticado, principalmente no estágio avançado da doença.

Ainda sem data de estreia no evento, a minissérie conta com um elenco de peso com nomes como Johnny Massaro, Ícaro Silva e Bruna Linzmeyer

A passagem de Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente pela Berlinale, aliás, ocorre no mesmo ano em que a produtora Morena Filmes comemora 50 anos. “Exibir um projeto brasileiro em um festival internacional como Berlim amplia o alcance e a visibilidade da nossa cultura e das nossas narrativas para o mundo. A Berlinale é uma vitrine global, que permite que obras como essa, que retratam realidades específicas do Brasil, ganhem reconhecimento internacional, elevando o perfil da indústria audiovisual do país. Isso não só fortalece o setor cultural nacional, mas também abre portas para colaborações e oportunidades de distribuição em diferentes mercados. Seguimos firmes na consolidação de um modo de produção que dê autonomia aos criativos através de um diálogo constante em todas as etapas da produção. Vamos comemorar os 50 anos da Morena reunindo todos amigos e amigas que participaram de nossa história. A festa vai ser emocionante”, comemorou Thiago Pimentel.

O Festival de Berlim de 2025 começa amanhã (13) e vai até o dia 23 de fevereiro. Antes, algumas outras produções brasileiras haviam sido selecionadas para o evento, como O Último Azul (Vitrine Filmes) na competição oficial; e A Melhor Mãe do Mundo (Galeria) e Hora do Recreio (Imovision) fora da competição.