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11 Fevereiro 2025 | Yuri Codogno

Pela primeira vez no século, mulheres e homens protagonizam a mesma quantidade de filmes em um ano

Levantamento considerou as 100 maiores bilheterias da América do Norte em 2024

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(Foto: Divulgação)

Segundo o levantamento anual do Centro para o Estudo das Mulheres na Televisão e no Cinema da Universidade de San Diego, as 100 maiores bilheterias de 2024 na América do Norte alcançaram algo ainda não visto neste século: o protagonismo feminino igualou o protagonismo masculinos nas telonas. As informações são dos portais Variety e Deadline. 

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De acordo com a última edição do relatório, 42% dos 100 filmes de maior bilheteria tinham protagonistas femininas, enquanto 42% tinham protagonistas masculinos. Os outros 16% apresentavam protagonismo conjunto. Para efeitos práticos, aliás, o estudo apontou que os protagonistas são os personagens a partir de cuja perspectiva a história é contada. 

Em 2023, em comparação, apenas 28% dos 100 filmes de maior bilheteria foram contados a partir de uma perspectiva feminina. Em anos anteriores o cenário não era diferente: 33% em 2022, 31% em 2021, 29% em 2020, 40% em 2019, 31% em 2018, 24% em 2017, 29% em 2016 e 22% em 2015.  

Outros levantamentos realizados são: o de personagens femininas com diálogos, considerando mais de duas mil personagens, visto que em 2023 a porcentagem era de 35%, subindo para 27% em 2024; e percentagem de personagens femininas importantes, que aumentou um ponto percentual, de 38% em 2023 para 39% em 2024.

“O ano de 2024 ofereceu uma das mais ricas listas de filmes com protagonistas femininas na memória recente. Essas mulheres fictícias protestaram contra relacionamentos pessoais insatisfatórios e ambientes de trabalho discriminatórios. Filmes como ‘A Substância’ resistiram fortemente a uma cultura que considera as mulheres descartáveis. Embora o número de filmes com protagonistas femininas tenha atingido um máximo histórico em 2024, após um ano de 2023 terrivelmente fraco, as percentagens de mulheres nas categorias mais estáveis ​​de papéis principais e de fala refletiram apenas ganhos menores”, disse Martha Lauzen, fundadora e diretora executiva do Centro para o Estudo das Mulheres na Televisão e no Cinema da Universidade Estadual de San Diego. 

Entre as dez maiores bilheterias norte-americanas de 2024, cinco delas são protagonizadas por mulheres: Divertida Mente 2, Wicked, Moana 2, Os Fantasmas Ainda se Divertem e Twisters , além de Duna 2, que possui protagonismo dividido. 

Alguns outros filmes importantes que entram no levantamento são: É Assim que Acaba, Robô Selvagem, Um Lugar Silencioso: Dia Um, Alien: Romulus, Longlegs, Sorria 2, Guerra Civil, Furiosa e Madame Teia, todos esses com mulheres protagonistas e presentes entre as 50 maiores arrecadações locais de 2024. No Brasil, o maior público nacional do ano passado também é protagonizado por uma mulher: Ainda Estou Aqui.

Apesar da melhora, é importante ressaltar que, mesmo sendo um momento histórico, é importante que medidas de equidade de gênero continuem a existir para, quem sabe um dia, a igualdade se torne rotina.

Por outro lado, a porcentagem de personagens femininas 40+ anos continua em baixa. Enquanto as atrizes de 30 a 40 anos representam 35% de todas as personagens avaliadas, as que possuem a partir de 41 anos representam somente 27%. Enquanto isso, atores com mais de 40 anos são duas vezes mais vistos nas telonas do que as atrizes. 

Em 2024, aliás, atrizes consagradas com mais de 50 anos conseguiram desempenharam papéis que chamaram a atenção em 2024, incluindo Demi Moore em A Substância (Imagem/MUBI). No entanto, o preconceito de idade continua a ser um problema, com os homens conquistando uma porcentagem muito maior de papéis à medida que a idade dos personagens aumenta. 

Segundo Martha Lauzen, casos como o da Demi Moore são a exceção que comprovam a regra: “A idade é uma característica fundamental. Se limitarmos a idade das personagens femininas na tela, limitaremos os tipos de experiências e vidas que as vemos viver. Nossos filmes falham em grande parte em aproveitar a profundidade do personagem que vem das experiências vividas pelas mulheres e o impulso dramático adicional que as personagens enfrentam quando sabem que estão em seu terceiro ato”.

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