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17 Janeiro 2025 | Yuri Codogno

"Um homem que não luta por sua família não luta por mais nada" é a mensagem de Mion em "MMA - Meu Melhor Amigo"

Filme da Disney entrou em cartaz ontem (16) em cinemas de todo o Brasil

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(Foto: Exibidor)

Entrou ontem (16) em cartaz MMA - Meu Melhor Amigo (Disney), longa protagonizado por Marcos Mion e que traz à tona uma importante discussão: o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Na última terça-feira (14) o Portal Exibidor participou de coletiva de imprensa no escritório da Disney que contou com a participação do protagonista, do diretor José Alvarenga Júnior e do ator mirim Guilherme Tavares, que dá vida ao filho do personagem principal. 

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MMA - Meu Melhor Amigo é uma produção da Formata Produções com coprodução da Globo Filmes e Star Original Productions, com distribuição da Star Distribution - ambos os últimos são selos da The Walt Disney Company voltados para o cinema nacional.

Na trama, Max Machadada é um ex-campeão mundial de Mixed Martial Arts (MMA) que, após uma lesão, tenta retomar a carreira. Nesse tempo, porém, descobre que é pai de um menino com TEA, o que faz Max ressignificar suas lutas e escolhas. Além disso, a ausência da paternidade também recebe atenção na trama, abordando a triste situação em que milhares de famílias vivem no Brasil. 

“A conscientização sobre o autismo: essa foi a força motora de todo o projeto, foi a chama que fez tudo acontecer. Porque entendo como o meu propósito de vida ser porta-voz do meu filho e consequentemente dos mais de dois milhões de autistas do nosso país. Mas o filme tem muitas camadas e o autismo é uma delas. Gosto de falar que esse filme é uma homenagem à família, às relações familiares. Acredito que a relação familiar é o grande centro, o cerne do filme. Não à toa insisto tanto na frase ‘um homem que não luta por sua família não luta por mais nada’”, ressaltou Mion.

O diretor José Alvarenga Júnior, por sua vez, vê a mensagem do filme por um caminho semelhante: as aproximações de pessoas diferentes. Assim, o longa sempre procurou ser afetivo dentro da linguagem cinematográfica, falando sobre abertura e do progresso interno de cada indivíduo.

Na vida real, Marcos Mion é pai de Romeo, que vive com o Transtorno do Espectro Austista. Assim, algumas situações do filme foram inspiradas nas vivências do ator e apresentador. “Tem uma em particular que gosto de destacar - e que as pessoas não percebem por ser uma coisa tão corriqueira na vida da maioria dos pais com seus filhos -, que eu gosto de reforçar para as pessoas quando assistirem ao filme entenderem aquele momento. O Romeu quando era pequeno não aceitava o abraço e, poxa, para um pai isso machuca muito. Para um pai, não poder ter o abraço do seu filho, aquele afeto de peito com peito, é muito dolorido e muitos pais passam por isso. Tem a cena que é tristemente bonita, que é onde o Max rouba um abraço do Bruno quando ele está dormindo, que é uma coisa que eu fiz muitas vezes com meu filho”, contou Mion. 

E falando em Bruno - que é brilhantemente interpretado por Guilherme Tavares -, é preciso ressaltar o tamanho talento do garoto que, aos seus dez anos, deu um show de atuação nas telas e de carisma e simpatia na coletiva de imprensa. Inclusive, Alvarenga e Mion reforçaram a importância do ator-mirim para o filme, chegando a dizer que, se não tivessem achado a criança ideal para interpretar o Bruno, o filme não sairia do papel. 

“A preparação desse filme foi um desafio para mim, porque eu tinha que construir esse personagem, então a gente [Guilherme e sua mãe] sentou, pensou, conversou, a gente assistiu filmes, séries, pesquisou vídeos que as mães postavam no seu dia a dia das crianças que tinham o autismo e isso ajudou a construir o Bruno. Eu tinha três amigos da escola, da mesma turma, que eram autistas, um de cada nível: um era nível 3, outro nível 2, outro era nível 1, então foi assim a minha preparação para construir o Bruno”, detalhou Guilherme.

Para exemplificar, uma cena em específico (que não será detalhada para evitar spoilers) envolve uma crise sensorial que Bruno sofre. E sua atuação honesta e sincera não apenas passa a ideia, como convence o público e leciona os espectadores sobre a importância de respeitar as diferenças - nesse caso, as diferenças entre as perspectivas de crianças com e sem TEA.

Sobre Marcos Mion, outro ponto que ficou enraizado na produção é pela busca de um Max Machadada honesto, de modo que a personalidade do apresentador não ofuscasse o personagem, como contou o ator: “Desde o momento zero, eu e o Alvarenga fizemos um trato porque não posso correr o menor risco das pessoas irem ao cinema assistir ao filme achando que vão ver o Mionzera, Calderola, MMAzola. Fizemos esse pacto que se eu tivesse que refazer uma cena 50 vezes, eu iria refazer essa cena 50 vezes até o Alvarenga olhar e falar ‘é verdade’. 100% das vezes que o Alvarenga falou comigo sobre a minha atuação ele estava certo e então devo a ele a minha reconexão com a arte de atuar para a câmera e ter achado o tom do Max”.

Apesar do filme trabalhar em torno do TEA, outra temática importante para a narrativa são as artes marciais, afinal, o filme tem “MMA” no título. Para que fosse o mais real possível, a preparação física de Mion começou cerca de 150 dias antes de começar a filmagem, assim como houve um profissional especializado em coreografias de lutas para entregar algo que também representasse os lutadores que forem prestigiar o filme. Para isso, houve a contratação de Will Leong.

“O Will adorou o roteiro e tinha experiência com ‘Matrix’, ‘Independence Day’, [outros filmes com] Keanu Reeves. A gente falou da luta na narrativa e o Will, durante duas semanas, montou um storyboard filmado com lutadores dele e conseguiu montar os golpes. E o Mion recebeu e começamos a coreografar. Terminavam as filmagens e começavam a coreografia”, contou Alvarenga. 

Marcos Mion ficou meses treinando com os lutadores, que foram os mesmos que ele atuou durante o filme. Aliás, o ator só usou dublê em uma cena que havia mais risco de lesão, enquanto nas demais foi o próprio apresentador do Caldeirão lutando.  

Por fim, abordaram a possibilidade de uma continuação: Tomara que sim, seria uma coisa que eu iria adorar. Quer dizer, eu ia sofrer muito, botar aquele shape do Max Machadada de novo, mas quem sabe, vamos ver como é que vai o primeiro. Mas vontade não falta”, finalizou Mion. 

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