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06 Dezembro 2024 | Yuri Codogno

Cinesystem anuncia duas salas dedicadas ao cinema nacional: "O filme brasileiro é fundamental para a sustentabilidade do parque exibidor"

Inaugurações para o público aconteceram ontem (5)

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(Foto: Divulgação)

Com o objetivo de dar continuidade no desenvolvimento de projetos e na realização de estratégias para fortalecer o cinema, a rede exibidora Cinesystem anunciou duas salas dedicadas apenas à exibição de filmes nacionais. Enquanto uma é a sala 9 do multiplex do Shopping Frei Caneca, em São Paulo, a outra é no complexo da Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro. 

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As estreias aconteceram ontem (5) e, em São Paulo, contou com a reexibição exclusiva do longa Feliz Ano Velho (1987), longa baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, o mesmo autor do livro que inspirou o filme homônimo Ainda Estou Aqui (Sony), produção brasileira cotada ao Oscar 2025. O Portal Exibidor conversou com Samara Vilvert, gerente de marketing da Cinesystem, e também com o Marcos Barros, CEO e fundador da rede exibidora. 

“Quando adquirimos as operações do Espaço, reforçamos que esse era um movimento estratégico que tinha como principal objetivo valorizar a cultura e a indústria audiovisual. E esse projeto é uma concretização desse plano, que mostra que, para além do discurso, a Cinesystem está comprometida com o fortalecimento do cinema nacional e o acesso à cultura”, ressaltou Samara, sobre a ideia de disponibilizar salas apenas para o cinema nacional.

Vale lembrar que a Cinesystem comprou, no meio deste ano, quase todos os complexos que pertenciam ao Instituto Unibanco de Cinema, como o do Shopping Frei Caneca e da Praia de Botafogo, além dos multiplex no shopping Bourbon (São Paulo) e Shopping Casa Park (Brasília). O único complexo do extinto Espaço Itaú de Cinema que não foi adquirido pela Cinesystem é o da Rua Augusta, agora chamado de Espaço Augusta e que ficou sob administração de Adhemar de Oliveira.

Pela decisão de dedicar salas apenas aos filmes nacional (e também por esse ano marcar o retorno da Cota de Telas), Marcos Barros aproveitou para comentar um pouco sobre o atual momento das produções brasileiras nos cinemas: ”Tivemos um bom começo de ano, com filmes com boa performance, e agora ‘Ainda Estou Aqui’ vem registrando excelentes números. Isso é muito bom e temos plena convicção de que o sucesso do filme brasileiro é fundamental para o desenvolvimento e a sustentabilidade do parque exibidor”. 

Antes do retorno este ano, a última Lei da Cota de Tela vigorou de 2001 a 2021 e, segundo os últimos dados divulgados pela Ancine, que contemplam um período de 2014 a 2023, a média de participação do filme brasileiro ficou em torno de 11%. Em 2018 e 2019, aliás, a participação foi ainda mais alta, com respectivamente 14,8% e 13,5%. Já entre 2022 e 2023, no chamado “pós-pandemia”, a participação foi de 4,2% e 3,2%, número muito baixo pois, segundo Marcos Barros, não houve oferta de filmes brasileiros, que foram direto para o streaming ao longo da pandemia. 

“Porém, alguns pontos precisam ser observados. Acredito que isso deixa muito claro que a participação varia em função do mercado (país em crescimento ou em depressão econômica, juros, desemprego, pandemia) e, em especial, em função do conteúdo oferecido ter ou não aderência na população. E isso não se resolve por Decreto, mas sim com uma política de fomento adequada, que privilegie também o sucesso comercial dos conteúdos produzidos por meio de Leis de Incentivo, e não somente a quantidade de títulos, sem nenhum comprometimento com o retorno do patrimônio público investido”, comentou Marcos Barros.

No primeiro trimestre de 2024, que contou com importantes sucessos em cartaz - como Minha Irmã e Eu e Os Farofeiros 2, ambos da Downtown/Paris, e Nosso Lar 2 (Disney) -, houve grande aderência, com participação de 21% do público em filmes nacionais. Mas de janeiro até o fim novembro, quando a Cota de Tela já estava em vigor, a participação total bem menor, com apenas 9%. 

De qualquer modo, é importante ressaltar esses fortes movimentos, como o da Cinesystem, que promovem o cinema nacional. E não para por aí, como lembrou Samara: “Teremos, em 2025, mais novidades com o objetivo de valorizar o cinema brasileiro”.

Atualmente, a Rede Cinesystem Cinemas é a quinta maior exibidora do país. Com 27 multiplex e 181 salas, em 17 cidades brasileiras, vem liderando movimentos estratégicos no mercado, como a inauguração do primeiro cinema 100% digital no país e as primeiras salas com sistema de som Dolby Atmos. Trouxe também ao Brasil o conceito de autosserviço e o primeiro multiplex com 100% de projeção a laser.

 

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