O longa A Procura de Martina (Bretz Filmes), dirigido pela brasileira Márcia Faria e protagonizado pela argentina Mercedes Morán, recebeu o prêmio de Melhor Filme na competição latino-americana do 39ª Festival de Mar del Plata, na Argentina. O filme tem produção das brasileiras Kromaki e Ipanema Filmes, em coprodução com as uruguaias Básico e Criatura.

Na trama, Martina é uma viúva argentina que procura há mais de trinta anos pelo neto que nasceu em cativeiro durante a ditadura militar. A necessidade de encontrá-lo se torna ainda mais urgente quando Martina recebe o diagnóstico de Alzheimer. Ao descobrir que o neto pode estar no Brasil, ela embarca em uma jornada onde passado e presente se misturam, transformando sua busca em uma luta contra o esquecimento.

“Este prêmio não é apenas o reconhecimento de nosso trabalho, mas também um lembrete de que a cultura é, por si só, um ato político e de resistência. Resistir à extrema direita é uma batalha que ainda não terminou — nem no Brasil, nem na Argentina, nem em qualquer outro lugar onde políticas autoritárias e discursos de intolerância continuam ameaçando os direitos fundamentais, a diversidade e o futuro do audiovisual. Que a história de Martina e sua luta por preservar sua memória inspire todos a resistir ao esquecimento e a lutar por um futuro onde a empatia prevaleça. Gostaria de agradecer imensamente ao elenco do filme e, especialmente, a Mercedes Morán, que trouxe vida, alma e muito mais do que eu poderia imaginar à personagem Martina. E dedico este prêmio às avós da Praça de Maio por sua luta incansável”, comentou a diretora Marcia Faria. 

Além de Mercedes Morán, o elenco conta com Adriana Aizenberg, Carla Ribas, Luciana Paes, Cristina Banegas, Stella Rabello, Julia Bernat e Fernando Eiras. Os produtores são Rodrigo Letier e Márcia Faria, com coprodução de Patricia Canén, Martín Almada Tomeo e Agustín Palermo, enquanto o roteiro é assinado por Gabriela Amaral Almeida e pela própria Márcia Faria.

A estreia mundial de A Procura de Martina aconteceu na mostra competitiva da “Première Brasil: Novos Rumos” do Festival do Rio e, em seguida, o filme foi exibido na 48ª Mostra de S. Paulo. 

Mercedes Morán também comentou sobre sua participação no longa: “O que me atraiu para este filme foi a possibilidade de contar a história de uma avó da Praça de Maio que não havia sido contada antes: uma avó que faz sua busca sozinha, e não na companhia das outras, como costumamos ver e também me pareceu um exercício lindo para falar da memória”.