02 Dezembro 2024 | Yuri Codogno
Sicav aponta queda brusca de 44% no volume de trabalho da produção audiovisual
Associação pede para que os estados de RJ e SP voltem a receber mais verba do FSA
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Em nota enviada à imprensa, o Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav) apontou uma queda brusca de 44% no volume de trabalho dos profissionais da cadeia produtiva audiovisual nacional em 2024. O setor está sofrendo os efeitos de uma “desindustrialização”, consequência da “frágil política” do atual governo federal, conforme ressaltou a associação.
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A principal reclamação vem de que São Paulo e Rio de Janeiro sofreram cortes no investimento. Assim, os dois maiores estados produtores audiovisuais do país não vêm conseguindo melhorar seu desempenho. "Somos a favor de planejamento, acompanhamento e monitoramento para o desenvolvimento das empresas e realizadores do Brasil todo. Mas a verba pública aplicada precisa resultar em produtos que sejam realmente produzidos e assistidos, além de gerar um retorno social, econômico e estruturante", disse Leo Edde, presidente do Sicav.
De acordo com a nota, o Ministério da Cultura e a Ancine redirecionaram os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, principal mecanismo de financiamento do setor, para as chamadas cotas regionais. Em 2024, dos R$ 800 milhões anunciados, o valor disponível nesta modalidade cresceu 50%. Para empresas de MG, ES e Sul do país a verba dobrou, enquanto para Norte, Nordeste e Centro-Oeste houve crescimento de 33%. Mas para as produtoras do RJ e SP, onde a indústria é mais consolidada, houve corte de 35%.
"O que o setor tem tentado discutir com o governo Lula 3 é que o fortalecimento da indústria audiovisual em outras regiões não deve ocorrer às custas da destruição do que já está consolidado", explicou Edde.
Como a maioria dos profissionais atua por projeto - e não costuma ser um trabalhador fixo da empresa -, o corte gerou uma queda acentuada na renda dos profissionais do setor, que vão desde diretores de fotografia aos assistentes de figurino, passando por outras profissões dentro do segmento audiovisual.
Edde comenta, por fim, que é preciso questionar os mecanismos atuais de monitoramento para a melhor utilização dos recursos públicos destinados pelo FSA, tanto em relação à transparência da sua aplicação, quanto em relação aos diferentes retornos do investimento.
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