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06 Novembro 2024 | Renata Vomero

Janela para cinematografia francesa atual, 15ª edição do Festival Varilux espera manter crescimento de público

Festival acontecerá entre 7 e 20 de novembro em mais de 60 cidades do país

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(Foto: Divulgação)

Maior festival de cinema francês fora da França, o Festival Varilux inicia em 7 de novembro sua 15ª edição, que ocorrerá em 60 cidades em mais de 110 cinemas espalhados pelo Brasil e será realizada até 20 de novembro, a expectativa é de crescer 25% de público. Com homenagem ao ícone do cinema francês Alain Delon, morto em agosto último, o festival trará 19 filmes inéditos e recentes que se destacaram nos principais festivais ao longo do ano e no circuito comercial do país. 

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Como é o caso de O Conde de Monte Cristo, de Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte, visto por mais de 9 milhões de franceses, tornando-se uma das maiores bilheterias do ano no país. O longa é um dos títulos inéditos na programação, que ainda inclui O Segundo Ato, de Quentin Dupieux e que abriu o Festival de Cannes neste ano; O Sucessor, de Xavier Legrand; A Fanfarra, de Emmanuel Courcol, e A História de Souleymane, de Boris Lojkine, entre outros. 

“Desde a criação do festival, nossa primeira preocupação sempre foi trazer o melhor da produção recente. O fato de programar o Varilux em novembro nos permite ter as produções do festival de Cannes do mesmo ano, o que reforça a qualidade da seleção. Fazemos questão também em mostrar a diversidade da cinematografia francesa e, portanto, selecionamos filmes com várias linguagens, para todos os gostos e todos os públicos. Enfim, fazemos sempre questão de exibir filmes ligados a temáticas atuais da sociedade e de dar, na medida do possível, visibilidade ao cinema feito por mulheres”, reforçou Emanuelle Boudier, curadora e diretora do Festival Varilux. 

Essa diversidade do cinema francês fica evidente na curadoria, que traz filmes que passam pela comédia, thriller, drama, drama histórico, animação, entre outros. A ideia, para além evidenciar essa pluralidade, é mostrar que existem filmes para todos os gostos e, assim, ajudar a fortalecer o público para o cinema francês e cinema independente como um todo, que, como acompanhamos desde a pandemia, vem sofrendo para recuperar suas audiências. 

O Festival, portanto, tem sido - e comentamos isso nas coberturas anteriores - um importante evento para essa formação de público, embora o crescimento seja gradual e um pouco mais lento do que o desejado, mas, ainda assim, é evidente. 

“Ao longo desses 15 anos, o panorama audiovisual mudou bastante, sobretudo após a pandemia, e os filmes independentes – que não sejam de origem norte-americana – são cada vez mais raros nas salas de cinema no Brasil – e estas, aliás, vão se tornando cada vez menos numerosas. Também as plateias foram adquirindo outros hábitos. Antes da pandemia, filmes franceses lançados nas salas atingiam facilmente 10 000 espectadores; agora raramente ultrapassam 5 000. Lançar um filme francês torna-se então sempre mais difícil para os distribuidores e, portanto, muitos deles desistiram de investir nesses filmes ou somente compram os direitos para VOD”, comentou a diretora do festival. 

Com o evento, essa janela se amplia e há mais possibilidade de que os lançamentos das distribuidoras ao longo dos meses subsequentes sejam fortalecidos por esse contato dos espectadores com um cinema que fuja de Hollywood. E os cinemas, grandes parceiros nessa realização, têm entendido isso com bastante consciência, tanto é que o Festival Varilux se estabelece como o evento de maior capilaridade, fundamental para essa formação e longevidade. 

“As dificuldades do mercado fazem com que, mais do que nunca, o festival constitua uma ocasião, muitas vezes a única, de assistir filmes franceses. Acreditamos que o público valoriza esse esforço e se programa para o festival. Os exibidores do festival são muito diversificados: trabalhamos tanto com grandes circuitos comerciais como Cinépolis, Cinemark, Kinoplex, Cineflix, quanto cinemas culturais. Isso constitui um dos nossos diferenciais e garante uma capilaridade do festival no país inteiro, que não existe em nenhum outro lugar. Este ano os filmes poderão ser vistos em 60 cidades e 110 cinemas. Recuperamos aos poucos os níveis pré- pandêmicos, prova que o festival é um evento importante no panorama audiovisual e na agenda dos brasileiros”, comentou. 

Além das exibições de longas-metragens recentes e inéditos nas salas de cinema, esta edição do Festival Varilux promove uma Mostra de Filmes em Realidade Virtual e palestras ministradas por Jean-Michel Frodon, jornalista e um dos críticos mais famosos na França, ex-diretor dos Cahiers du Cinéma e ex-responsável pela seção de cinema do jornal Le Monde. As atividades gratuitas serão realizadas somente em São Paulo e no Rio de Janeiro

As expectativas, portanto, são de crescimento de 25% de público nesta edição, mesmo crescimento observado na edição anterior. Ao longo destas 14 edições anteriores, o festival já somou 2 milhões de espectadores, mais de 300 filmes exibidos, milhares de sessões, quase 150 artistas convidados e centenas de sessões educativas e de democratização oferecidas gratuitamente em todo o país.

O Festival Varilux de Cinema Francês é realizado pela produtora Bonfilm e tem como patrocinadores principais a Essilor/Varilux, Pernod Ricard/Lillet, Axa, Michelin, além do Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria do Estado de Estado de Cultura e Economia Criativa, Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura. Outros parceiros importantes são as Alianças Francesas, a Embaixada da França no Brasil, Air France, Fairmont (grupo Accor), além das distribuidoras dos filmes e os exibidores de cinema independente/de arte e as grandes redes de cinema comercial.

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