29 Outubro 2024 | Redação
Vice-presidente Geraldo Alckmin anuncia entrada do audiovisual no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial
Alckmin também mencionou a regulamentação do streaming no Brasil e afirmou que o processo deve ser positivo para o Brasil
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A abertura do Seminário Economia do Audiovisual e Interseccionalidades ontem (28) trouxe boas notícias para o setor. Em uma cerimônia repleta de autoridades governamentais, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) anunciou que agora o audiovisual faz parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). Além disso, foi apresentado um panorama atual da indústria cinematográfica nacional e as possibilidades de crescimento do setor.
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"A indústria do audiovisual vai fazer parte do CNDI", garantiu Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, após contar sobre o pleito da admissão do setor feito pelo Ministério da Cultura (MinC).
O CNDI foi recriado em 2023, após oito anos desativado, a partir de uma nova política que busca melhorar diretamente o cotidiano das pessoas, estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico, ampliar a competitividade da indústria brasileira, nortear o investimento, promover melhores empregos e impulsionar a presença qualificada do país no mercado internacional.
Durante o evento, que acontece em São Paulo até o dia 30 de outubro, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) celebrou uma cooperação técnica com o MinC para realização de um estudo mais amplo da indústria audiovisual, que aponte seu tamanho, localização, principais produtos, geração de emprego, participação do PIB e outros detalhes que forneçam a importância do setor para a economia nacional.
"O audiovisual mexe com a economia criativa, que hoje já é importantíssima e no futuro será muito mais. Já contamos com mais de 600 mil empregos neste setor no Brasil e a tendência é crescer ainda mais", acrescentou Alckmin, que também destacou a importância da elaboração de um Plano de Diretrizes e Metas do Audiovisual a cargo do MinC, assim como colocou à disposição os serviços da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). "É uma agência que tem duas missões: atrair investimentos para o Brasil e promover o nosso país lá fora. Então, conte com a Apex para a gente divulgar a nossa cultura, a nossa arte e poder ter mais espaço ainda no mundo todo", completou o vice-presidente.
Durante sua longa fala, Alckmin ainda mencionou o processo de regulamentação do streaming no Brasil, um dos assuntos que mais gera debates atualmente no setor. "Temos dois projetos de lei e vamos ajudar para que, daí, saia uma boa regulação. É importante estarmos atentos a esse desdobramento para garantir que tenhamos um bom texto, que aprimore e traga uma regulação que seja positiva para o Brasil. Se a economia criativa é importante hoje, no futuro será ainda mais", disse.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também esteve presente no evento e ressaltou o compromisso do governo federal com o audiovisual. "Temos obrigação de implementar políticas estratégicas estruturantes para extrairmos o melhor para essa mina de oportunidades que precisa consolidar seu lugar enquanto indústria criativa, perpassando pelas dimensões cidadã, econômica e democrática", disse.
Na cerimônia de abertura também foi apresentada uma análise do potencial da indústria audiovisual no Brasil, feita pela Oxford Economics e divulgada no ano passado. O relatório mostrou que o setor gerou mais de 126 mil empregos e R$ 24,5 bilhões para o PIB de 2019. Os impactos diretos, indiretos e induzidos do audiovisual são ainda maiores, com participação de R$ 55,8 bilhões no PIB e mais de 657 mil empregos gerados.
O estudo, que teve o ano de 2019 como referência para evitar distorções provocadas pela pandemia entre 2020 e 2022, também mostrou que a indústria audiovisual tem um efeito multiplicador de 2,3 no Brasil, o que significa que para cada R$ 10 milhões injetados na economia pelo setor houve uma contribuição adicional no valor de R$ 13 milhões.
Vale destacar que o Seminário de Economia do Audiovisual e Interseccionalidades é promovido pela Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura (MinC) e faz parte do processo de elaboração do Plano de Diretrizes e Metas do Audiovisual Brasileiro (2025-2034), instrumento estratégico que definirá os rumos da política de industrialização do setor audiovisual para os próximos dez anos. Durante os três dias de evento serão realizados debates e painéis que discutem temas como as dimensões econômicas do audiovisual e tendências e públicos para diferentes janelas, e também atividades restritas, como a reunião conjunta do Conselho Superior do Cinema e o Comitê Gestor do FSA e a reunião de pesquisas, dados e indicadores do ecossistema do audiovisual brasileiro.
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