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24 Setembro 2024 | Redação

APAN propõe políticas afirmativas na esfera municipal para fortalecer a presença negra no audiovisual brasileiro

Associação defende a exibição de filmes nacionais e a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afrobrasileira e africana nas escolas de educação básica

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(Foto: Divulgação)

A APAN (Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro) irá lançar nesta semana uma carta aberta que aborda a urgência de se fortalecer a presença negra no audiovisual brasileiro por meio da atuação do poder público municipal, tanto no Legislativo quanto no Executivo. O documento será lançado em uma live especial com convidados e pretende enfatizar a importância das políticas públicas afirmativas.

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De acordo com a associação, tais iniciativas, em nível municipal, têm sido essenciais para abrir portas e consolidar carreiras no cinema para a população negra. Entre os pontos abordados na carta, a APAN destaca que nos últimos anos o cinema negro no Brasil tem tido sucesso expressivo em exibições em festivais, cineclubes e plataformas de streaming. Mas, apesar dos avanços, também destaca que muitas das barreiras encontradas só podem ser superadas com o apoio de políticas públicas que garantam a presença e permanência de profissionais negros na indústria audiovisual.

Durante a live de lançamento, convidados que atuam no setor compartilharão suas histórias e experiências, demonstrando como as políticas públicas foram fundamentais para ingressar no cinema. Esses relatos têm como intuito mostrar o impacto positivo dessas ações e evidenciar a necessidade de uma política cultural que seja de Estado, e não apenas do governo da ocasião.

"É fundamental que os Planos Municipais dialoguem com o Plano Nacional de Cultura e contemplem mecanismos que assegurem recursos contínuos para o audiovisual, garantindo não apenas a manutenção, mas a expansão das conquistas já alcançadas. Sem esse compromisso nos municípios, arriscamos retroceder em avanços cruciais para a presença negra no cinema brasileiro”, afirmou Tatiana Carvalho Costa, presidente em exercício da APAN.

Durante o evento de lançamento, a APAN também irá propor o fortalecimento de iniciativas que ampliem a participação negra na dinâmica econômica do setor, além de ações voltadas para a preservação e difusão da memória e acervo audiovisual negro, a implementação de salas públicas de cinema, e o estímulo a cineclubes, como formas de consolidar e ampliar a visibilidade das produções negras.

Prova da necessidade de fortalecimento do audiovisual negro é o fato de dados da Ancine apontarem que em 2022 apenas 20% dos filmes nacionais tinham protagonistas negros e, embora o número seja crescente, ainda reflete a carência de mais representatividade e também disparidade com a realidade da composição da população brasileira.

"A exclusão histórica dos profissionais negros no audiovisual precisa ser enfrentada com políticas públicas afirmativas vigorosas. Defendemos a criação de mecanismos que garantam não só a entrada, mas a permanência dos profissionais negros na indústria, tanto na economia quanto no imaginário cultural do país. Os dados já mostram o impacto positivo dessa presença em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Salvador, onde o crescimento da produção audiovisual liderada por negros alcançou um aumento expressivo", completou a presidente da APAN.

Antes do lançamento da carta, a associação ainda destaca que tem como prioridade a construção de diálogos e parcerias com outras áreas, como a educação, para desenvolver ações conjuntas, e que defende, para os municípios, a implementação de ações no contexto das Leis 13.006/14, 10.639/03 e 11.645/08, que garantem a exibição de cinema brasileiro independente aliada ao ensino de cultura africana, afro-brasileira e indígena no contexto da Educação Básica.

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