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17 Setembro 2024 | Redação

Representatividade LGBT diminui nos filmes de 2023 apesar do aumento no protagonismo, aponta estudo

Pesquisa fez um alerta de que estúdios podem perder o público jovem no caso de não aumentarem a representatividade em suas produções.

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(Foto: Divulgação)

Um estudo da GLAAD, uma organização de defesa da mídia LGBT, apontou que o número de filmes com personagens LGBT caiu em 2023 em relação ao ano anterior. O 12º Índice Anual de Responsabilidade de Estúdio analisou 256 filmes de 10 grandes distribuidoras e suas subsidiárias e serviços de streaming e apenas 70 filmes possuíam personagens LGBT. Das gigantes analisadas, a Amazon foi classificada como "boa", e NBCUniversal e Netflix como "razoáveis". Todas as outras distribuidoras analisadas apresentaram desempenhos insatisfatórios. As informações são do Variety.

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Mas, apesar da queda no número de filmes com representatividade, houve um aumento de personagens LGBT que estavam no centro de suas próprias histórias ou narrativas, ou seja, eram protagonistas. De acordo com a GLAAD, o estudo pode servir como um guia para os estúdios identificarem prioridades e oportunidades para aumentar e melhorar a representação e a narrativa LGBT em suas produções.

Em 2023, como dito anteriormente, 70 filmes traziam personagens LGBT no elenco, número que representa 27,3% do total. O número indicauma queda uma vez que no ano anterior o percentual foi de 28,5%. A diversidade racial dentro desse recorte, entretanto, aumentou. Os 70 filmes trouxeram 170 personagens LGBT dos quais 46% eram personagens negros, o que representa um aumento de 6% em relação ao estudo de 2022.

Mas, apesar dos baixos índices de representatividade, nada é tão ruim que não possa piorar. Em fevereiro deste ano o Portal Exibidor mostrou que a representatividade trans no audiovisual brasileiro ainda é baixa, e o estudo da GLAAD mostrou que esse não é um problema exclusivo do nosso país. Dos 170 personagens identificados, apenas dois eram transgêneros, nos filmes Quem Fizer Ganha (Disney) e Viva o México! (Netflix). Mas como dito anteriormente tudo pode piorar, e o personagem trans de Viva o México! foi interpretado por um homem cisgênero, o que de acordo com a GLAAD "reforça estereótipos prejudiciais".

A pesquisa buscou classificar os 10 distribuidores com base na qualidade, quantidade e diversidade da inclusão LGBT, além de um conjunto de critérios para analisar como os personagens são incluídos no filme. O resultado final você confere abaixo:

  • Amazon: boa
  • NBCUniversal: razoável
  • Netflix: razoável
  • Lionsgate: insuficiente
  • A24: insuficiente
  • Paramount Global: insuficiente
  • Sony: insuficiente
  • Disney: insuficiente
  • Apple TV+: falhando
  • Warner: ruim

Apesar de ter acontecido uma queda no percentual de filmes representativos, Sarah Kate Ellis, presidente e CEO da GLAAD, afirmou que o sucesso de filmes com personagens LGBT mostram que é possível fazer sucesso com esse tipo de produção. Para tanto, ela cobrou mais apoio dos estúdios.

"Embora haja um processo inconsistente na representação LGBT dos principais distribuidores ano a ano, filmes recentes com protagonistas LGBT provam que nossas histórias podem ser absolutamente sucessos críticos e comerciais, quando têm o apoio total do estúdio por trás delas. À medida que o modelo de produção e distribuição de filmes continua a evoluir, os principais distribuidores devem aprofundar o investimento e a intenção nos esforços de narrativa para reter a atenção de públicos jovens e diversos em crescimento, que anseiam por histórias que reflitam sua experiência e seus valores. Se a representação LGBT continuar a diminuir nos principais lançamentos, essas empresas perderão relevância com um público comprador crucial", disse.

Megan Townsend, diretora sênior de pesquisa e análise de entretenimento da GLAAD, chamou atenção para a diminuição na representatividade trans. "O estudo deste ano encontrou uma diminuição significativa e preocupante na representação de personagens e histórias trans, de 12 títulos para apenas dois, sendo um desses filmes descaradamente transfóbico. Sabemos que menos de 30% dos adultos americanos conhecem pessoalmente alguém que é trans, portanto, eles podem ser mais suscetíveis a mentiras e desinformação sobre pessoas trans espalhadas por políticos e ativistas anti-trans", destacou.

Além do estudo anual, como forma de aumentar essa representatividade, a GLAAD está liderando iniciativas como oficinas de roteiros para pessoas LGBT e diversos eventos ao longo do ano com equipes especializadas em diversidade e inclusão.

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