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28 Junho 2024 | Entrevista: Renata Vomero | Texto: Yuri Codogno

Da filmagem até a tela grande: IMAX planeja futuro apostando na experiência elevada como protagonista

Executivo Jason Swanson cedeu entrevista exclusiva ao Portal Exibidor

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(Foto: Divulgação)

Fundada em 1967, a canadense IMAX está celebrando seu 57º aniversário e, após algumas décadas trabalhando com foco em museus e instituições, foi somente entre os anos 1990 e 2000 que a empresa iniciou sua expansão para Hollywood. E não demorou muito para que o sucesso global chegasse, visto que em 2007 aconteceu a virada de chave na companhia, quando começaram a construir cinemas com exibidores parceiros no mundo todo. 

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Todo fã de cinema sabe o que é uma experiência IMAX e sua importância para a indústria cinematográfica, mas esse preâmbulo sobre as origens da companhia é importante para entendermos um pouco mais sobre os planos de expansão da empresa. E para a IMAX, que atualmente tem 1772 salas em 89 países diferentes, esse é só o começo, visto que estão trabalhando em mais expansões e o Brasil está incluso na lista, como contou Jason Swanson, vice-presidente de vendas da IMAX no continente americano, em entrevista exclusiva ao Portal Exibidor.

“O público [brasileiro] ama e abraça o cinema. Tem uma longa história do cinema no Brasil e as audiências do país adotaram o cinema como uma experiência premium de entretenimento. As salas IMAX que temos são um sucesso excepcional, nós comparamos nossas taxas de ocupação com cinemas padrão e com salas PLF e temos resultados exponencialmente maiores em termos de ocupação. Reconhecemos que em todas as salas que temos as audiências responderam bem e todos os nossos parceiros atuais e futuros também reconheceram isso. Então é algo que apenas culturalmente parece certo para a IMAX: ter uma boa presença no Brasil”, contou Jason.

Atualmente, a empresa possui 12 salas IMAX no Brasil, que é visto como um mercado muito importante quando falamos em potencial expansão, especialmente pelo fato de que o país está entre os 25 melhores mercados para a IMAX. Entretanto, o que chama atenção de Jason é o tamanho territorial e a população brasileira, ficando claro que há espaço para crescer na direção certa. Inclusive, a vinda do executivo para o Show de Inverno, que aconteceu no início do mês, foi para tentar estreitar laços com novos potenciais parceiros.

E na América Latina, não é só no Brasil que a IMAX pretende expandir. No México, a bilheteria cresceu bastante nos últimos 12 meses e a primeira sala no Peru, recentemente inaugurada, também tem sido um sucesso, assim como as ótimas operações no Equador, Argentina e Chile.

“Há territórios na América Latina em que estamos com uma forte presença e continuamos vendo crescimento. É justo dizer que, inaugurando uma sala no Peru há um ano e vendo o sucesso que fez, é um indicativo de que há uma oportunidade ali. Mas ainda há países na região que não temos salas, como no Paraguai, Bolívia e há outros países que estão florescendo em termos de crescimento de cinema e, claro, estamos observando esses territórios também. Mas por todas as razões que mencionei, o Brasil tem um potencial gigante”, explicou Jason.

Em um panorama global, no ano passado a bilheteria da IMAX foi de cerca de US$ 1,1 bilhão, marcando o segundo melhor ano de sua história. Já nos três primeiros meses de 2024, 6% da bilheteria doméstica veio das salas Imax e 3,4% da arrecadação global também. Segundo o executivo, isso acontece porque há uma tendência no pós-pandemia de uma busca por experiências diferenciadas nos cinemas, algo que as salas IMAX são destaques no mundo todo. 

“A experiência em si tem que ser diferenciada. A IMAX está investindo pesado em tecnologia, aprimorando nossos sistemas de projeção e som, além dos algoritmos que desenhamos para garantir que o design do cinema ofereça a experiência mais imersiva. O que estamos nos debruçando mais agora é trabalhar focados nos conteúdos e curadores. Então estamos conversando muito com cineastas, artistas e estúdios que estão abraçando a tecnologia IMAX desde o início para pensar nos produtos já voltados para a nossa tela e som”, detalhou.

Alguns cases de sucesso foram os recentes Oppenheimer (Universal) e Duna: Parte Dois (Warner), em que um a cada cinco ingressos vendidos eram para salas IMAX. E como esses filmes foram concebidos em IMAX por seus realizadores, quando chegaram às telas, as audiências puderam prestigiar a forma mais elevada de consumir esses títulos. Com isso, a empresa compreende que desenvolver um conjunto de câmeras específicas e encorajar cineastas a usá-las é algo que faz a diferença no resultado final - tanto na qualidade quanto na bilheteria. 

Segundo Jason, outro ponto importante é diversificar o tipo de conteúdo visto em IMAX para além dos grandes épicos de Hollywood: “O público está mudando drasticamente desde a pandemia. Divertida Mente 2 (Disney), tradicionalmente um título-família, será o quarto filme de animação mais forte já exibido em IMAX. Estamos diversificando o conteúdo, o que também significa ampliar as audiências”. 

Além disso, foi destacado que a empresa está realizando exibições de filmes-concertos, documentários, e estão planejando transmissões ao vivo, como a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, em alguns territórios. Os filmes de ficção também fazem parte desse planejamento, com trabalhos em títulos locais e falados na língua nativa de cada país.

Já nos lançamentos globais, em um futuro próximo, a lista de filmes que terão tecnologia IMAX é bem extensa. O primeiro deles é Um Lugar Silencioso: Dia Um (Paramount), que estreou ontem (27) e abriu com R$ 1,5 milhão no Brasil, segundo a distribuidora. Mas não para por aí, pois em 2024 ainda tem Meu Malvado Favorito 4 (Universal), Twisters (Warner), Deadpool & Wolverine (Disney), Alien: Romulus (Disney), O Corvo (Imagem Filmes), Os Fantasmas Ainda Se Divertem (Warner), Coringa: Delírio a Dois (Warner) e Malvadas: Parte Um (Universal)

Para o ano seguinte, aliás, Jason não detalhou quais filmes chegarão com tecnologia IMAX, mas estima que 2025 será o melhor ano em bilheteria desde o início da pandemia - em contexto geral -, mas que para a IMAX isso será uma certeza absoluta, sendo seu melhor ano pelo menos desde 2020. Inclusive, haverá um período entre o fim da primavera e o início do outono em que quase todos os títulos lançados foram filmados com IMAX, demonstrando o quanto estúdios e cineastas estão vendo a importância desta tecnologia para elevar a experiência de cinema.

E isso nos leva a um outro importante tópico, que é sobre como o público tem consumido cinema, especialmente com experiências premium. “Vimos nossa audiência expandir dos fan boys de filmes de super heróis para uma grande gama de tipos de públicos. Mencionei aqui o Divertida Mente 2, mas, se observarmos, Oppenheimer tecnicamente não é um grande épico de ação de Hollywood, mas performou como tal. Outros títulos de 2023 mostram isso… Super Mario Bros (Universal) foi um sucesso. E nossos números continuam a crescer título atrás de título. Outro exemplo foi Assassinos da Lua das Flores (Paramount), nosso primeiro filme com o Martin Scorsese. O mesmo aconteceu com Napoleão (Sony), um filme totalmente diferente de um da Marvel”, comemorou Jason.

Quando falamos no público IMAX, geralmente estamos nos referindo a uma audiência que entende o valor e a proposta de ir ao cinema premium como um evento. Essas audiências enxergam a IMAX como uma canalizadora desses tipos de experiências. 

Por fim, a IMAX planeja um futuro ainda mais especial para os próximos anos: O futuro da IMAX será o que sempre fizemos, que é se debruçar na melhor tecnologia possível para promover as melhores experiências que o público já está abraçando. E continuar, como fizemos em nossa história, levando o espectador a lugares em que ele poderia apenas sonhar e talvez nunca ir. Queremos fornecer esse tipo de escapismo, da perspectiva de entretenimento, que a IMAX ficou famosa por oferecer e que continuaremos promovendo no futuro, que acredito que será excepcionalmente brilhante”.

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