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25 Junho 2024 | Yuri Codogno

Do conforto ao "retorno" das animações, CineEurope apresentou as tendências para o futuro da exibição cinematográfica

Evento aconteceu entre os dias 17 e 20 de junho, em Barcelona

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(Foto: Divulgação)

Importante convenção comercial do cinema europeu, mas que ajuda a pautar o setor cinematográfico mundial, o CineEurope aconteceu entre os dias 17 e 20 de junho em Barcelona e discutiu importantes pontos que podem - e devem - ser levados em consideração no mercado global. Entre as questões levantadas, estão desde formas narrativas às tecnologias aplicadas nas salas de exibição. As informações são do portal ScreenDaily.



Começando por aquilo que vem se mostrando mais eficiente: o forte retorno das animações nas telonas. Durante o CineEurope, Divertida Mente 2 (Disney) estava em sua primeira semana em cartaz nos EUA e em outros territórios do mundo, abrindo com impressionantes US$ 295 milhões globais. Uma semana depois, o filme já é a maior arrecadação mundial de 2024, com quase US$ 725 milhões, e o sucesso se repetiu na estreia no Brasil, abrindo com 4,5 milhões de ingressos vendidos e também assumindo a ponta do ranking nacional.

Apesar de ser um excelente argumento para mostrar que as animações estão de volta, é preciso destacar que elas nunca foram embora. Mas, em parte, mudaram o formato de exibição, tirando as estreias dos cinemas e as levando aos streamings, como Soul, Dois Irmãos e Encanto, todos da Disney. Rapidamente os estúdios perceberam que não foi um negócio muito inteligente - apesar de potencialmente necessário à época - e a resposta veio nos anos seguintes, com Minions 2: A Origem do Mal (Universal) reabrindo as portas em 2022. 

De lá para cá, algumas com mais e menos sucesso, outras animações entraram em cartaz provando que o cinema é seu lar. Alguns exemplos, em ordem cronológica de lançamento no Brasil, são: Gato de Botas 2 (Universal), Super Mario Bros (Universal), Através do Aranhaverso (Sony), Elementos (Disney), Patrulha Canina 2 (Paramount), Wish (Disney), Patos! (Universal), Kung Fu Panda 4 (Universal) e Garfield (Sony). E então veio Divertida Mente 2 e escancarou essa porta.

Para esse ano, algumas animações que ainda estrearão são: Meu Malvado Favorito 4 (Universal), Transformers: O Início (Paramount), Robô Selvagem (Universal), The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim (Warner) e Moana 2 (Disney). As animações podem, de fato, nunca terem ido embora, mas definitivamente elas voltaram.

Mas o que são os filmes sem o público? Para o próximo semestre, entretanto, são esperadas variações, com momentos de crescimento e de diminuição do número de espectadores, o que pode acarretar em fechamentos de salas de cinema. John Sullivan, veterano da indústria que este ano abriu oito salas na cidade de Blackpool (Inglaterra), chegou a comentar em um painel: “Acho que estamos entrando em um período em que, para a saúde da indústria no Reino Unido, iremos ver fechamentos significativos de salas”.

Claro que a opinião dele não é uma verdade absoluta, especialmente por ser uma visão mais particular de seu país. Mas como o público ainda está aquém do que foi antes da pandemia - e com filmes que foram adiados para 2025, por causa das greves -, é um cenário que precisa receber atenção especial. 

Isso também se conecta aos formatos premium das salas de cinema, que a cada ano que passa ganham mais os holofotes da indústria e do próprio público. Este ano, diferente de edições passadas do CineEurope, em que o tema aparecia mais em painéis e semelhantes, a mensagem veio dos grandes estúdios. “Disponível em todos os principais formatos premium, incluindo Imax, 4DX, ScreenX, DBOX, ICE e Dolby Cinema”, em uma tradução livre, foi frequentemente dito, revelando o quanto que os estúdios estão se preocupando com as salas premium. 

Essa medida, aliás, é algo que vem chamando atenção há algum tempo, muito por causa dos valores mais altos dos ingressos. Desta forma, é esperado que mais exibidores busquem se adaptar a esses modelos, visto que o público tem se mostrado cada vez mais disposto a pagar por essas experiências. 

Apesar disso, o CineEurope 2024 mostrou que a tecnologia na tela não é tudo. Claro que projeção e som de excelente qualidade devem receber forte atenção, mas essa não é a primeira coisa que um cliente nota, como lembrou Matt Eyre, COO da rede Vue: “Se os assentos são velhos e desconfortáveis, colocar poltronas reclináveis ​​faz uma enorme diferença”.

Obviamente não é necessário que todos os cinemas tenham os mais sofisticados assentos do mercado. Mas a mensagem é clara: o conforto é mais fundamental do que nunca, especialmente nesse momento que os cinemas concorrem com os streamings, em que o espectador consegue assistir a um conteúdo no conforto de um sofá ou cama.

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