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19 Abril 2024 | Redação

Netflix mostra sua força e ganha mais de 9 milhões de novos assinantes no primeiro trimestre de 2024

Apesar dos números positivos e de um lucro de mais de US$ 2 bilhões, a decisão de não divulgar mais o número de assinantes deixou o mercado receoso

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(Foto: Divulgação)

Netflix e sucesso são sinônimos no mundo do streaming e um bom desempenho da empresa não chega a ser surpreendente mas, desta vez, as expectativas foram contrariadas. Os números divulgados ontem (18) em relação ao primeiro trimestre fiscal de 2024 superaram as expectativas de Wall Street, e até mesmo as projeções da empresa. A Netflix ganhou 9,33 milhões novos assinantes no período e conseguiu um impressionante lucro de US$ 2,332 bilhões. As informações são dos portais Variety, Deadline e Indiewire.

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Wall Street previa um acréscimo de "apenas" 4,9 milhões novos assinantes para a plataforma e, com a expectativas superadas, agora a gigante do streaming chegou ao total de 269,6 milhões de assinantes em todo o mundo. Em relação ao dinheiro, que convenhamos, é o que move o negócio, a receita total no trimestre foi de US$ 9,37 bilhões, superando as expectativas da própria Netflix, que no final de 2023 previu que teria uma receita de US$ 9,24 bilhões e um lucro líquido de US$ 1,976 bilhão. As projeções de Wall Street eram ainda mais pessimistas, com uma projeção de US$ 8,73 bilhões em receitas.

Os números se tornam ainda mais impressionantes quando comparados aos números do primeiro trimestre do último ano, quando a empresa conseguiu menos de 2 milhões de novos assinantes. Esse sucesso, inclusive, tem reflexos no mercado financeiro. Enquanto as ações da Netflix eram negociadas a US$ 331 há um ano, elas fecharam o dia de ontem valendo US$ 611,15, com um aumento de 84,64% em apenas um ano.

Ainda em relação ao número de assinantes, a Netflix conseguiu resultados consistentes em todas as partes do planeta. Nos Estados Unidos e no Canadá o número de assinantes cresceu em 2,53 milhões, na Europa, Oriente Médio e África foram acrescentados 2,92 milhões de novos usuários, na América Latina foram 1,72 milhão, enquanto no mercado Ásia-Pacífico foram 2,16 milhões novos assinantes.

Alguns do principais sucessos da plataforma no trimestre, e que ajudaram a obter os números extremamente positivos, foram as séries Griselda, estrelada por Sofia Vergara, Magnatas do Crime e O Problema dos 3 Corpos, enquanto entre os filmes as principais produções foram Donzela, estrelado pela estrela de Stranger Things, Millie Bobby Brown, e Mea Culpa, do diretor Tyler Perry. Aliás, falando em filmes, a empresa anunciou uma grande mudança para o segmento que começou a valer no dia 1º de abril. Scott Stuber, responsável por produzir obras como Ted (Universal) e Faça o Que Eu Digo Não Faça o Que eu Faço deixou o cargo de Chefe de Filmes e quem assumiu foi Dan Lin, o produtor de Lego (Warner) e Godzilla e Kong: O Novo Império (Warner).

Mas, nem tudo foram flores após a divulgação dos excelentes resultados. Durante a apresentação dos números, a Netflix também fez um anúncio que deixou o mercado receoso. Há alguns anos a principal métrica na batalha de streamings, e que mostra que uma plataforma está se saindo melhor do que a outra, é a medição do número total de assinantes. A empresa, entretanto, em uma notícia que certamente chocou a indústria, anunciou que deixará de revelar esses números a partir de 2025. O impacto foi instantâneo e, apesar de apresentar ótimos resultados, as ações da Netflix caíram mais de 4,5% na bolsa de valores, possivelmente porque os investidores reagiram negativamente à notícia.

"Nos nossos primeiros dias, quando tínhamos poucas receitas ou lucros, o crescimento do número de assinantes era um forte indicador do nosso potencial futuro. Mas agora estamos gerando lucros e fluxo de caixa livre muito substanciais. Também estamos desenvolvendo novos fluxos de receita, como publicidade e nosso recurso extra para membros, de modo que as assinaturas são apenas um componente do nosso crescimento. Além disso, à medida que evoluímos nossos preços e planos de um único para vários níveis, com preços diferentes dependendo do país, cada nova assinatura paga tem um impacto muito diferente", disse a Netflix em carta destinada aos seus acionistas.

A decisão de não divulgar mais seu número de assinantes e apenas "marcos importantes de assinantes à medida que os ultrapassar" veio acompanhada de uma outra mudança, uma vez que a plataforma também não irá mais divulgar sua receita média por assinante. Essas decisões dão continuidade a algumas mudanças que começaram há algum tempo dentro da plataforma, como a forte repressão ao compartilhamento de senhas entre os usuários, que gradualmente foi forçando os assinantes a migrarem para planos com assinaturas (e custos) adicionais, além do aumento de anúncios dentro do streaming.

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