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08 Março 2024 | Yuri Codogno

Filmes com elencos etnicamente diversos foram os que tiveram a melhor média de retorno sobre investimento em 2023

Por outro lado, os filmes menos diversos foram os que obtiveram o pior retorno

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(Foto: Divulgação)

Os lançamentos cinematográficos que obtiveram a melhor média de retorno sobre o investimento (ROI) em 2023 foram os filmes que possuem elencos diversificadamente étnicos e que, proporcionalmente, melhor representaram a população dos Estados Unidos. A pesquisa é do último Relatório de Diversidade de Hollywood da UCLA e reflete um recorte somente da bilheteria norte-americana. As informações são do portal Hollywood Reporter.

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Dentre os lançamentos do ano passado, os filmes que possuem entre 41% e 50% de elenco BIPOC (uma sigla estadunidense que representa as etnias não-brancas) obtiveram um ROI médio de 1,1. Entre esses, estão M3GAN (Universal) e Jogos Mortais X (Paris FIlmes), que obtiveram respectivos e impressionantes ROI de 14 e 7,5.

Por outro lado, o menor ROI (-0,25) foram os dos filmes com menos de 11% do elenco etnicamente diversificado. Se levarmos em consideração que, segundo o censo dos EUA, a população não-branca do país é de 43,6%, é possível entender a importância - até mesmo lucrativa - de um povo se ver representado nas telonas. 

Em um recorte global, podemos entrar em valores de bilheteria. Os filmes que eram proporcionalmente representativos (41% a 50%) arrecadaram em média US$ 114,2 milhões em todo o mundo, ficando atrás apenas de filmes com elenco entre 31% a 40% BIPOC, que obtiveram uma média de US$ 119,8 milhões. Esta última categoria, por exemplo, incluía Barbie (Warner), a maior arrecadação mundial do ano passado, com US$ 1,4 bilhão. 

A categoria com rendimentos mais baixos no cenário global, assim como foi na América do Norte, foi a menos diversa (menos de 11% BIPOC), com uma média de apenas US$ 18,2 milhões.

O próprio filme Barbie, apesar de não estar na faixa etnicamente mais diversa, é um bom representante de como é importante reproduzir proporcionalmente à população que os assiste. No caso, a questão de ter um elenco majoritariamente feminino fez com que 69% do público na estreia fossem mulheres, assim como no lançamento do live-action de A Pequena Sereia (Disney) (68%) e Elementos (Disney) (54%). 

Outra medida importante: apenas um dos dez filmes de maior bilheteria mundial do ano passado teve um elenco menor do que 31% etnicamente diverso. Foi o caso de Oppenheimer (Universal), que ficou na faixa de 11% a 20%, que teve um público majoritariamente de homens brancos no fim de semana de estreia. 

“Depois de examinar o sucesso de bilheteria global e estadunidense e a demografia do público por mais de uma década, descobrimos repetidamente que as pessoas querem ver filmes que reflitam a diversidade que existe em suas comunidades e no mundo”, disse Ana- Christina Ramón, cofundadora do relatório e que dirige a Iniciativa de Pesquisa de Mídia e Entretenimento da UCLA.

Entretanto, vale ressaltar que a taxa de emprego no cinema não acompanha o ritmo da diversificação do público. Mulheres, BIPOC e personagens de filmes com deficiência permaneceram sub-representados em comparação com seus números do mundo real, assim como as mulheres e os diretores e escritores não-brancos. Orçamentos de US$ 100 milhões ou mais foram concedidos a 17 filmes dirigidos por homens brancos, dez por diretores não-brancos e apenas um por uma mulher branca – Greta Gerwig, cujo filme rendeu mais dinheiro de todos.

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