06 Junho 2014 | Redação
Distribuidores independentes e exibidores se reúnem no Rio
Encontro foi promovido pelo SEECERJ para auxiliar na conversão digital
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A digitalização dos cinemas ganhou mais uma rodada de discussões nesta semana. O Sindicato das Empresas Cinematográficas do Estado do Rio de Janeiro (SEECERJ) sediou um debate, nesta quarta, dia 04, envolvendo os pequenos distribuidores e exibidores em torno da questão do circuito dos filmes de arte frente à questão da digitalização. As integradoras QUANTA/DGT e GDC estiveram presentes. O evento não contou com nenhum representante do ANCINE e do BNDES.
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"É preciso que as integradoras entendam que o cinema também é feito do cinema de arte e elabore contratos mais adequados, seja para o exibidor ou distribuidor. O aspecto cultural é importante no Brasil, pois o cinema independente tem um público fiel e cativo, que não prestigia apenas o cinema comercial.", alertou Ugo Sorrentino, Distribuidor da independente ArtFilms/Serendip.
Suzana Lobo, Diretora de Operações da integradora Quanta, se posicionou diante da questão: "A posição das distribuidoras brasileiras independentes é importante para manter a diversidade de obras ofertadas no mercado, mas a sua realidade é muito diferente das Majors. Por isso, estamos buscando uma flexibilização nos contratos para que a relação entre integradores, exibidores e distribuidores seja eficiente, transparente e, consequentemente, saudável. Nesse sentido, a Quanta DGT/AAM está produzindo uma tabela que considera a realidade dos pequenos exibidores, não lançadores de filmes, pela qual possam ter a possibilidade de receber o VPF por mais tempo - até 6 semanas - das distribuidoras independentes, sem a obrigatoriedade de ficar com o filme por 3 semanas em exibição", aponta Suzana.
Ela acrescenta ainda que o VPF cheio continua o mesmo tanto para os independentes quanto para as Majors, mas que serão considerados valores percentuais para diversas situações diferentes que possam corresponder à realidade do mercado audiovisual brasileiro.Os Distribuidores, com a digitalização das salas de cinema, terão os seus custos de produção e distribuição de cópias bastante reduzidos e, assim, serão beneficiados. Por isso, podem contribuir para a digitalização das salas de cinema dos exibidores.
Entretanto, este panorama não é igual para todas as integradoras, de acordo com Begoña Castrillo, representante da GDC, "O contrato é igual para qualquer distribuidora. Estamos ainda pensando num modelo contratual que possa contemplar distribuidor e ajudar também o exibidor. A GDC já conta com 500 salas assinadas para converter em digital. Estamos pensando numa solução para ajudar o cinema de arte a se inserir nesse contexto".
Luiz Fernando Morau, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Quanta DGT, reforçou que encontros como esse são fundamentais para manter o diálogo no setor. "O evento foi mais uma oportunidade de avançarmos nas elucidações necessárias para a conversão digital. O equilíbrio entre Distribuidores e Exibidores é o segredo para, se não eliminarmos, minimizarmos as distorções e insatisfações, principalmente daqueles que trabalham com conteúdo de Arte. Estamos nos esforçando em propor soluções, mesmo sem a força necessária de resolver integralmente esta delicada equação. Nós, da Quanta DGT/AAM, queremos ajudar de forma proativa".
Ainda existe alguns obstáculos no caminho a ser percorrido para que exibidores e distribuidores entrem em consenso em respeito à digitalização e o mais importante é encontrar um denominador comum que viabilize este projeto beneficiando a todos.
Veja fotos do evento na galeria do Portal Exibidor.
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