06 Fevereiro 2024 | Yuri Codogno
Dados sugerem espera dos espectadores pela diminuição dos preços para aluguel de filmes em casa
Estúdios e distribuidoras contam com o valor cheio de US$ 19,99 para fechar as contas
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Um cenário diferente pode estar se desenhando na indústria cinematográfica dos Estados Unidos, visto que alguns gráficos de PVOD (premium video on demand) estão indicando que os espectadores estão esperando o valor dos aluguéis baixar antes de assistir ao filme em casa. Tal situação pode significar uma diminuição na receita dos estúdios e distribuidoras, que contam com o valor cheio do aluguel dos filmes, que equivale a US$ 19,99. O PVOD, vale lembrar, é um categoria de VOD em que o consumidor tem acesso de casa a um filme recém-estreado nos cinemas por um preço mais alto.
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Vale lembrar que, entre a janela de exibição nos cinemas e nos streamings, os filmes ficam disponíveis para locação para consumo em casa, sendo muitas vezes a única oportunidade do consumidor assistir ao filme. Após algum tempo, entretanto, o valor do aluguel diminui consideravelmente.
Segundo informações do portal IndieWire, não há uma boa sustentação dos filmes que lideram os rankings dos mais assistidos, indicando que a procura pelo aluguel vem diminuindo. A indústria, por sua vez, enxerga assim tal movimento: há pessoas que esperam o filme ficar disponível para exibição doméstica, como há anos é normal, mas há um grupo que tem ainda menos pressa e espera alguma promoção interessante para poder locar o filme. E é esse grupo final que tem intrigado o mercado.
Esta semana, por exemplo, Wonka (Warner) assumiu o primeiro lugar que era de Aquaman 2: O Reino Perdido (Warner) em todos os gráficos de VOD. No entanto, outros lançamentos do final do ano (considerando a exibição norte-americana), como Patos (Universal), Wish (Disney) e As Marvels (Disney), não estão tendo a mesma sorte. Patos está disponível para sua segunda semana em exibição doméstica e apresenta números inferiores às outras animações, ocupando apenas o 4º lugar no Vudu. Wish, também na segunda semana, apareceu apenas em dois gráficos de locação. As Marvels, por sua vez e em sua terceira semana de disponibilidade, só apareceu no top 10 no Vudu e está em 20º lugar no ranking da Apple TV.
Nesse montante, também nota-se a ausência de outros títulos (que ainda não estrearam no Brasil), como Ferrari (Diamond), A Cor Púrpura (Warner) e The Boys on the Boat, que ficaram no ranking apenas por uma semana.
Dois rankings ajudam a entender melhor os cenários. Confira as empresas, os filmes mais alugados e seus preços:
- - Apple TV: Wonka (US$ 19,99); Oppenheimer (US$ 5,99); Beekeeper (US$ 19,99); Aquaman 2 (US$ 19,99); Napoleão (US$ 19,99); Anatomia de Uma Queda (US$ 6,99); Patos (US$ 19,99); Os Rejeitados (US$ 5,99); Trolls 3 (US$ 19,99); e Wish (US$ 19,99).
- - Google Play: Wonka (US$ 19,99); Oppenheimer (US$ 19,99); Aquaman 2 (US$ 19,99); Beekeeper (US$ 19,99); Patos (US$ 19,99); Trolls 3 (US$ 19,99); Napoleão (US$ 19,99); Feitiço do Tempo (US$ 3,99); Barbie (US$ 5,99); Anatomia de Uma Queda (US$ 6,99).
A única exceção em que o top 10 contém apenas filmes lançados bem recentemente (e que ainda custam US$ 19,99) é no Vodu: Wonka; Aquaman 2; Beekeeper; Patos; Wish; Trolls 3; As Marvels; Mergulho Profundo; Jogos Vorazes: A Cantina dos Pássaros e das Serpentes; Napoleão.
É perceptível a ausência de filmes que estrearam nos últimos dois ou três meses, com destaque apenas para alguns blockbusters e filmes infantis. Mesmo alguns filmes que concorrem em importantes premiações, como o Oscar, estão ausentes da lista.
Em uma explicação melhor elaborada, com filmes que não são blockbusters recebendo uma resposta semelhante do público em casa, sugere que os consumidores podem estar se tornando mais sofisticados em seu consumo de PVOD. Em alguns casos, é até aceitável para eles pagar o preço cheio (US$ 19,99), desde que seja com download digital - em um interesse particular de pais cujos filhos querem repetir as exibições. Filmes como Patos, Wish, Trolls 3 e até mesmo alguns blockbusters entrariam nessa seleção.
De qualquer forma, os próximos meses poderão apontar se essa é uma nova tendência ou se é apenas um acidente de percurso, visto que a própria exibição nas telonas não está em seu melhor momento na América do Norte.
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