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14 Dezembro 2023 | Gabryella Garcia

"Mamonas Assassinas" reconta trajetória meteórica da banda com aval e apoio de familiares

Um dos grandes diferenciais da produção é a regravação das músicas da banda, sem a utilização de playback no filme

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(Foto: Edu Moraes)

Aproveitando a onda recente do sucesso de cinebiografias nos cinemas brasileiros, Mamonas Assassinas - O Filme (Imagem Filmes) chega às telonas no dia 28 de dezembro. A produção revisita a trajetória de cinco garotos de Guarulhos que, após algumas tentativas fracassadas de fazer sucesso com a música, conseguem se tornar o maior fenômeno musical brasileiro da década ao utilizarem sua irreverência e humor debochado, até que morreram em um trágico acidente aéreo em 2 de março de 1996. A participação dos familiares no processo de produção, inclusive, foi essencial para que a memória dos músicos fosse respeitada.

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Walkiria Barbosa, produtora do longa, destacou que a primeira movimentação do staff do filme foi de procurar os familiares dos integrantes da banda para que fosse possível construir uma narrativa rica em informações e pautada pela verdade dos acontecimentos e dos fatos.

"A gente precisava conhecer de verdade essa história e saber se aquilo que estava no roteiro era a história de verdade, porque é muito ruim você fazer uma coisa baseada em fatos, embora a gente dramaturgicamente tenha criado personagens para ajudar a contar a história, é muito ruim você falar inverdades sobre as pessoas retratadas. Aí descobrimos que o roteiro que tinha sido escrito pelo Carlos Lombardi, que é muito bom, tinha recebido uma pesquisa que falava algumas coisas que não eram tão boas sobre os familiares. Eles são todos muito legais e confiaram muito na gente, até pela nossa trajetória como produtores, e a gente assumiu uma responsabilidade enorme de que eles gostassem, A gente também explicou que em alguns momentos iríamos precisar criar coisas para amarrar a narrativa e eles entenderam que não era um documentário", disse.

O filme mostra os percalços da banda durante cinco anos até os oito meses meteóricos de sucesso, interrompidos pela tragédia. No longa, o vocalista Dinho é interpretado por Ruy Brissac, que já fez o papel do cantor no musical sobre a banda. O quinteto conta ainda com Beto Hinoto, interpretando seu tio Bento, guitarrista; Rhener Freitas interpreta o baterista Sérgio Reoli; Adriano Tunes, que também participou do musical sobre a banda, faz o baixista Samuel Reoli; e Robson Lima interpreta Júlio Rasec, responsável por teclado, percussão e vocais do grupo. Adriano Tunes, inclusive, destacou a relação que foi construída com os familiares dos integrantes do Mamonas Assassinas.

"Havia um medo de quebrar a confiança dos familiares e o Edson Spinello (diretor) foi muito generoso com a gente, porque em vários momentos pudemos intervir no roteiro, justamente por conhecer bastante sobre os caras e conhecer coisas que os familiares nos falaram sobre alguns detalhes. A gente sabia muito sobre os caras, então alguns detalhes a gente achava que não fazia muito sentido e íamos falar com o Spinello e ele concordava. A gente fazia uma mudança porque tínhamos interesse em respeitar os familiares e é um filme que respeita muito a história e tem muito carinho", destacou Tunes.

Walkiria também destacou que toda a filmagem foi feita na cidade de Guarulhos, onde os amigos começaram a meteórica carreira de sucesso dos Mamonas Assassinas depois do fracasso da banda Utopia, e que foram utilizadas mais de 80 locações na cidade para a produção.

"A primeira coisa que falei é que a gente não poderia filmar fora de Guarulhos. Anteriormente tinha sido pensado filmar tudo em São Paulo, mas eles são todos de Guarulhos e não fazia sentido tirar isso de Guarulhos. Aí foi um mergulho na cidade e foi muito legal porque a cidade nos abraçou e aí a gente compreendeu um negócio maior que é o seguinte, a cidade ama Mamonas Assassinas e eu nunca vi nada igual. É uma coisa extraordinária, é um fenômeno", relembrou.

A produtora ainda reforçou que durante o processo de pesquisa para o filme, com um monitoramento feito no Spotify, foi possível descobrir que a banda ainda é ouvida diariamente por milhões de pessoas e não apenas no Brasil, mas em 33 países. "Tem até alguns países árabes", contou.

Um grande diferencial da produção é que todos os fonogramas de Mamonas Assassinas foram regravados para fazer uma mixagem, ou seja, não há utilização de playback ao longo de todo o filme.

“Um dos maiores desafios é que a gente não poderia fazer um filme de música e não ter todas as músicas em 5.1. A gente sabe que hoje o público é cada vez mais exigente em termos de qualidade. Tudo que a gente tem de músico de Mamonas, o único disco deles gravado, não é 5.1, então mesmo com pouco tempo a gente decidiu regravar todas as músicas. Tudo o que está no filme não é Mamonas, são os meninos. Nós fomos para o estúdio e conseguimos fazer um disco que vamos lançar na linha do Tarantino com música e trechos das filmagens em um audiobook. A gente conseguiu fazer o que a gente queria, que era uma imersão na sala de cinema quando eles cantam", explicou Walkiria.

Até pela necessidade de regravar as canções, a escolha do elenco acabou sendo outro grande desafio, uma vez que além de atuar, os artistas também precisariam cantar e serem músicos. "Foi muito complicado e só tínhamos o Ruy definido porque ele tinha feito o musical e quando conheci a Dona Célia, mãe do Dinho, ela falou algo que me tocou muito que foi que quando ele viu o Ruy pela primeira vez tinha achado que era o filho dela, aí não tive nenhuma dúvida. O Adriano também tinha feito o musical e chamamos porque ele já tinha vivido esse universo muito específico que é Mamonas", disse a produtora.

Mamonas Assassinas - O Filme é produzido pela Total Entertainment, coproduzido pela Mamonas Produções, Claro e distribuído pela Imagem Filmes, e, além do longa que está para chegar aos cinemas, Walkiria Barbosa também revelou que há um documentário sobre a banda à caminho.

"Quando eu li o roteiro falei que a gente precisava contar essa história porque ela é importante para o Brasil, para o mundo de hoje e para os jovens. A gente decidiu pelo filme nesse primeiro momento, mas criamos o projeto de um filme e uma série que virá em 2025 com uma outra abordagem, outro olhar, outro tipo de montagem e muitas outras histórias".

Por fim, ela também destacou que a expectativa é muito boa para o lançamento. "Milhões de pessoas estão vendo e comentando sobre o conteúdo e se dizendo emocionadas. Tem tudo para dar certo então precisamos da colaboração dos exibidores, que são sócios e temos uma ótima relação, para trabalharmos juntos. Para um filme performar bem é importante trabalhar para cada praça e nós temos uma campanha muito forte, então vamos sim ter uma boa surpresa", encerrou.

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