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08 Dezembro 2023 | Renata Vomero

Entidades do setor de exibição defendem ampliação de diálogo sobre desafios do mercado

FENEEC e Abraplex se posicionaram após audiência pública com profissionais da indústria

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(Foto: Divulgação)

Na última semana aconteceu uma audiência pública na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, com a presença de representantes do setor audiovisual brasileiro (produtores, exibidores, distribuidores e cineastas), em que foram apresentadas demandas para fortalecimento do cinema nacional. Dentre as declarações, destacaram-se as que tratam de medidas para que as produções brasileiras enfrentem a concorrência internacional, como a Cota de Tela.

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Tomando por exemplo a discussão sobre a falta de espaço para os filmes nacionais, diante de alegações de que os exibidores desfavorecem a nossa produção,  a ABRAPLEX (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex) e a FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas)se defendem reforçando que torcem pelo cinema nacional e ressaltam a necessidade de compreensão de como é exercido o trabalho de exibição, que depende, exclusivamente do público nas salas de cinema para se sustentar como negócio, um ponto que os diferencia dos produtores e distribuidores, embora, nos cinemas haja uma cartela maior de opções de filmes para atrair os variados públicos.

Lucio Otoni, presidente da FENEEC, pontuou que a cada 100 sessões realizadas este ano no Brasil, 13 foram direcionadas para o cinema nacional.  “Infelizmente, o share nacional em 2023 está entre 2,5 e 3%. E o parque exibidor não tem fôlego para ficar esperando o filme performar. Muitos longas saem das salas por estarem levando menos de 10 pessoas por sessão. Existe uma série de filmes para entrar, 8 a cada semana, e quando um filme não alcança o resultado, precisa ser retirado de algumas salas, por conta dos altos custos de operação”, reforçou.

Segundo as associações, os critérios para que os filmes permaneçam em exibição são puramente técnicos, baseados em ferramentas como o Google Trends, além de análises de empresas como Gower Street Analytics. E o objetivo é sempre o mesmo: atender a demanda do público, ou seja, colocar sessões de cada filme suficientes para que todos possam assistir. Portanto, não existe nenhuma diferença financeira entre o filme estrangeiro e o filme brasileiro sob a perspectiva do exibidor.

“A exibição sofreu muito, como todos sabem, na pandemia. Em 2022 os números melhoraram um pouco, mas nem em 2023 chegaram aos patamares de 2019. A consequência disso é o endividamento muito alto dos exibidores”, destacou  o presidente da FENEEC.

Tudo isso, em um cenário complexo, com greve dos roteiristas dos Estados Unidos, reflexos ainda grandes da pandemia e a falta de regulamentação da janela de exibição. Se antes havia uma janela de 5 meses para o filme ser lançado no streaming, hoje está em 45. Isso reflete diretamente no impulso do consumidor, que passa a comparecer aos cinemas para assistir filmes de grande porte, favorecendo os blockbusters, e deixa os de pequeno e médio porte para assistirem no streaming.

“Depois do produtor, não há ninguém que, na segunda-feira, fique mais decepcionado quando o filme não vai bem do que o exibidor, porque a conta que está na mesa dele é muito alta para pagar. É preciso discutir o fomento, mas também o marketing dos filmes, o engajamento dos atores, a cota de tela”, concluiu o executivo, também na Audiência Pública. 

Para Marcos Barros, presidente da ABRAPLEX, é possível elevar o patamar do cinema nacional. “Juntos, promovendo discussão técnica sobre os temas que são de relevância para o segmento, distribuidores, produtores e exibidores podem levar o cinema brasileiro para patamares muito mais altos do que a média histórica”, finalizou.

 

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