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16 Novembro 2023 | Renata Vomero

Sessão Vitrine retoma patrocínio da Petrobras, oferece clássicos digitalizados e mira forte na formação de público

Selo voltado ao cinema nacional terá exibição de um filme por mês a partir de novembro

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(Foto: Divulgação)

A Sessão Vitrine, selo da distribuidora Vitrine Filmes com foco em distribuição do cinema nacional independente e formação de público, anunciou um retorno importante, com a retomada do patrocínio da Petrobras – que agora se soma ao nome do projeto, sendo Sessão Vitrine Petrobras – após seis anos do fim da antiga parceria. Com isso, também foram divulgadas novidades da nova edição do projeto, como exibições de clássicos brasileiros remasterizados e digitalizados, maior presença no circuito de cinemas, oferta de preços acessíveis e exibição de longas inéditos e premiados de realizadores brasileiros.  

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As novidades foram anunciadas em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira e que contou com o Portal Exibidor na cobertura.

Com isso, a Sessão Vitrine Petrobras inicia sua programação já em novembro, exibindo um filme por mês. E para começar, nada melhor do que a versão remasterizada e digitalizada de Durval Discos, de Anna Muyalert e que comemora 20 anos.

O longa entrará em cartaz a partir de 23 de novembro e é motivo de celebração dos profissionais envolvidos, tanto na remasterização, quanto a Vitrine Filmes, que encabeça a iniciativa.

“Filmes de patrimônio, como chamamos, estão acontecendo. É importante fazer circular estes filmes. No caso de Durval Discos, são 20 anos de lançamento, é muito emblemático. São muitos poucos os filmes que estão nas plataformas, pois não foram digitalizados. O digital potencializa que o filme circule e seja visto dentro de suas potencialidades artísticas. É muito importante que haja preservação do original para podermos celebrar nossa memória audiovisual e formação de público para filmes do passado é algo fundamental.  No caso de Durval Discos, demos sorte porque havia o negativo original do filme preservado, mas essa não é uma realidade comum no Brasil, esse segmento de preservação vive em crise crônica e merece maior atenção dos editais e patrocinadores”, destacou Débora Butruce, coordenadora de digitalização e curadora de filmes de patrimônio do projeto, também ressaltando a importância do patrocínio da Petrobras.

Portanto, torna-se extremamente simbólica a abertura da Sessão Vitrine Petrobras com um clássico moderno brasileiro, que dará a chance de pessoas que não tiveram oportunidade de ver o filme nos cinemas o verem de tal forma, mas também de atrair uma porcentagem nova do público.

Neste sentido, toda a curadoria do selo foi pensada justamente nessa atração de público, com filmes que são apetitosos para variadas audiências. Uma preocupação que esteve sempre latente na Sessão Vitrine, mas que tem um reforço especial neste ano, tendo em vista a urgência de formação de público para o cinema nacional.

“É muito importante o retorno do patrocínio da Petrobras, que nos dá mais força e alcance. Para a curadoria, fiz o exercício de antes de tudo me colocar como audiência. Para fazer a seleção de filmes, fiz o recorte de pensar nos públicos, com quem queríamos conversar, já que formação de público é uma questão contínua e que também depende de políticas públicas, mas a Sessão Vitrine está vindo forte e respondendo aos desafios da distribuição atualmente. Então, selecionei filmes diferentes e fiz o exercício de me remover deste processo como profissional, e olhar para o que o público quer, incluindo, especialmente, os mais jovens. Tem que exibir os filmes e responder ao momento de retomada”, contou Talita Arruda, curadora desta edição.

Falando em seleção, para além da abertura com o longa de Anna Muylaert, integram a curadoria os filmes Propriedade (14 de dezembro), de Daniel Bandeira;  a animação Bizarros Peixes das Fossas Abissais (janeiro de 2024), de Marão;  Sem Coração (fevereiro), de Nara Normande e Tião, entre outros que ainda serão anunciados.

Com isso, entra o outro lado da moeda quando falamos em desafio em formação de público: a difusão e o acesso ao cinema. Para isso, a equipe da Vitrine Filmes garantiu pelo menos 20 cidades no circuito dos filmes, incluindo grandes redes de cinema, como Cinemark, Cinépolis e Kinoplex, o que fortalece a capilarização do projeto.

Soma-se a isso, o grande apoio da Petrobras, dando a oportunidade de que os ingressos sejam vendidos a preços mais acessíveis, no valor de R$20 a inteira e R$10 a meia-entrada.

“O valor do ingresso se tornou determinante, com o patrocínio conseguimos chegar nesses valores. A ideia da Sessão Vitrine surgiu em 2011 em uma conversa coletiva de realizadores brasileiros no Festival de Tiradentes e o selo mantém esse caráter coletivo. Cada filme tem sua data, mas a ideia é que tenha tudo essa energia coletiva, pois está sob o guarda-chuva do projeto, ganhando maior destaque para todos, isso só eleva a potência de cada um”, disse Silvia Cruz, sócia-fundadora da Vitrine Filmes.

Parte da conversa foi direcionada para a pauta mais urgente do momento, que é justamente a dificuldade que o cinema nacional e independente está tendo nesta retomada pós-pandemia.

Neste sentido, como já mencionado acima, a Sessão Vitrine Petrobras entra como um importante ator nesta jornada, sendo crucial para mostrar a diversidade do cinema nacional, mas também para criar pontes entre produtores e exibidores.  Embora ainda não haja respostas para a solução desta questão, as ideias trazidas pela Vitrine Filmes parecem ser um caminho interessante que indústria pode ajudar a pavimentar.

“Ninguém tem a resposta para isso, mas temos as reflexões. É preciso entender as mudanças que aconteceram neste pós-pandemia, pois houve muita coisa nova e é preciso pensar sobre elas. O preço do ingresso parece ser algo central no momento e é preciso chamar os exibidores para a conversa. No caso da Sessão Vitrine, essas negociações foram flexibilizadas, porque os filmes não precisam ser programados na semana toda, como um lançamento regular, são eventos pontuais. Os exibidores estão entendendo que tudo mudou e que é preciso estar aberto para novos conteúdos”, concluiu Silvia.

Para além das exibições, também serão ofertadas oficinas e outros encontros de debates e discussões sobre os filmes e temas relacionados. Até o momento o circuito exibidor previsto é Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, Niterói, Palmas, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.

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