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06 Outubro 2023 | Ana Paula Pappa

Supervisão musical nas produções audiovisuais é fundamental e exige atenção na questão jurídica

Assunto foi debatido no último da 10ª edição da Expocine

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(Foto: Mariana Pekin)

O universo musical lida, na maioria das vezes, com elementos subjetivos e encontrar um caminho que traduza a linguagem para todos na produção de uma obra requer conhecimento sobre música e sobre o audiovisual como um todo. É neste lugar que nasce a figura do supervisor musical, cuja importância foi debatida no painel Supervisão Musical: dispensável ou essencial?, no quarto e último dia da Expocine 2023

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A mesa contou com a participação de Gui e Mariana Amabis, da Amabis Temática Áudio, e Mario Di Poi, da INPUT POST, além da mediação de Pilar Robles, advogada na CQS/FV.

Ao falar sobre a importância do profissional de Supervisão Musical, Mario Di Poi comenta que ainda existem algumas barreiras na área, que se iniciou há 11 anos nos Estados Unidos. “Quando se trata de imagem, é óbvia a necessidade de um Diretor de Fotografia, mas quando se fala de música, ainda há barreiras nos projetos mesmo quando não são produções musicais e é aí que podem acontecer alguns problemas”, explicou. 

A parte musical das produções audiovisuais exige bastante cuidado, pois envolve diversas questões como autorização de uso de voz, direitos autorais, entre outros detalhes que podem, inclusive, ser alvo de processos gerando ainda mais ônus à obra. Além da parte burocrática, um Supervisor Musical também pode ser responsável pela tutoria de atores que vão interpretar papéis de músicos, além de desempenharem uma função importante no âmbito criativo, estando lado a lado dos compositores traduzindo as emoções que as músicas devem passar. 

Conforme Mario comenta, “a relação supervisor e compositor é de parceria e não de chefia, auxiliando e guiando o trabalho de criação”. No Brasil, os compositores não costumam ter agentes, então o supervisor também atua nesse sentido de escudo para os profissionais. 

Para Mariana, “o que a supervisão trouxe foi processos, estabelecendo uma forma de trabalhar mais prática. Iniciamos decupando o roteiro, depois entendemos o budget e aí entra a parte de set e a parte técnica. O supervisor está sempre no micro e no macro, desde detalhes mínimos técnicos, até na tutoria de atores e acompanhando as liberações de autorização das músicas, além de estudar o clima das músicas e sugerir as melhores trilhas”. 

Além disso, este profissional ainda fica na linha de frente das negociações, garantindo que as músicas escolhidas estejam dentro do orçamento aprovado e evitando atrasos que possam decorrer desta questão. São pessoas que já têm bastante contato com o meio musical e, em decorrência disso, também ganharam a confiança do mercado para tomar a frente dessas negociações, fazendo com que o processo todo caminhe de forma transparente. 

“O supervisor musical sabe conversar sobre música sob os termos mais práticos e efetivos e ajuda a composição organizando esse processo de criação. É uma figura importante porque vai entender o que cada frente quer e traduz as linguagens para chegar em um acordo”, pontua Gui Amabis. Para ele, essa é uma posição que agrega muito durante as filmagens, costurando processos e mediando conversas. 

As novas tecnologias também chegaram no campo musical e um dos assuntos discutidos foi o uso da inteligência artificial na criação. Gui afirma que esse é um tópico ainda nebuloso, pois não há legislação sobre o assunto. “Apesar da presença das IAs, tenho para mim que pessoas gostam de pessoas, então creio que ainda temos espaço nesse ramo”, finalizou. 

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