Exibidor

Publicidade

Notícias /mercado / Estreia

16 Agosto 2023 | Gabryella Garcia

"Vai Ter Troco" usa humor ácido e direto para trazer mensagens importantes e rir da própria desgraça

Filme dirigido por Maurício Eça e produzido por Diane Maia traz a corrupção como pano de fundo para fazer críticas e valorizar o cinema nacional com temas do cotidiano da população

Compartilhe:

(Foto: Divulgação)

A comédia é um gênero histórico de sucesso no cinema nacional e Vai Ter Troco (Disney) estreia em 17 de agosto para colocar os filmes brasileiros em evidência nas salas de cinema. Utilizando um humor ácido e direto, a produção tira sarro das próprias desgraças do país para trazer mensagens importantes e atuais para a sociedade e se utiliza da corrupção como pano de fundo.

Publicidade fechar X

Dirigido por Maurício Eça e produzido por Diane Maia, a trama foca nos problemas de Tonha (Evelyn Castro) e Zildete (Nany People), que depois de meses sem receber salários e verem seus patrões, que alegam estarem falidos, esbanjando dinheiro em festas e jantares para a alta sociedade, decidem cobrar o pagamento atrasado, criando um clima tenso, com situações inusitadas e hilárias. O elenco ainda conta com Miá Mello, Marcos Veras, Giovanna Grigio, Edmilson Filho, Nicholas Torres, Denise Del Vecchio e Saulo Laranjeira, além das participações especiais de Ludmilla e Falcão. 

O Portal Exibidor assistiu ao filme e teve a oportunidade de conversar com diretor e produtora do longa sobre a expectativa para o lançamento, e também o momento atual do cinema nacional, em que as produções encontram dificuldades para atrair o público e conquistar espaço na tela grande. Maurício Eça, inclusive, destacou em entrevista exclusiva que o filme foi feito pensando no cinema e durante toda a filmagem o objetivo principal sempre foi conquistar espaço dentro das salas.

"Sabemos da dificuldade da concorrência de todos os filmes no cinema, mas acreditamos que temos um produto muito especial que além de entreter e fazer rir, temos várias mensagens importantes e atuais nesse filme. Acho que a formação de plateia é muito importante na educação de um povo e esse filme está inserido em algo muito especial pois, como disse anteriormente, ele entretém, emociona e faz pensar. Esse filme, por conta de um elenco forte, músicas, participações especiais como Ludmilla e Falcão, possui vários chamarizes para a plateia ir e se divertir", disse.

Diane Maia trabalhou por quase 10 anos no filme, que é baseado em uma comédia panamenha, mas traz elementos de aproximação com o público brasileiro e fala sobre corrupção que, infelizmente, acaba fazendo parte do cotidiano do povo brasileiro.

"Assisti ao filme [original] e enlouqueci. Ele é muito diferente do filme que construímos porque a gente buscou trazer um pouco mais o humor palatável ao brasileiro, porque é um humor ácido e direto, ele não é irônico. Os patrões são realmente pessoas insuportáveis e você vê piadas que doem e pensa 'meu Deus ela não falou isso', mas falou. É um humor incômodo que a gente manteve porque já era assim no outro, mas a gente trouxe essa coisa da corrupção que é uma coisa muito brasileira. De uma forma geral, a gente como cidadão brasileiro, independente de fazer cinema ou não, tem que batalhar para nossos políticos usarem nosso dinheiro para o povo com transporte, saúde, esporte, educação e cultura. O filme vem com essa crítica nesse momento delicado e nós não queremos ser americanizados, queremos ser nós. Acho que é mais uma batalha poder fazer críticas sociopolíticas através do cinema", afirmou a produtora.

É exatamente nesse enredo que busca a aproximação com o público que Maurício Eça aposta para que o filme se torne um grande sucesso. À Exibidor, ele afirmou que as pessoas vão se enxergar na tela e rir dos próprios problemas, sentindo diversas sensações. "O tema é por um lado muito atual, mas visto de um ponto de vista diferente colocando de protagonistas os empregados e suas dores e alegrias de uma forma original e diferente. Tenho certeza de que muita gente vai rir e muitas pessoas irão se emocionar".

Para além da proximidade, Vai Ter Troco também se utiliza do bom humor do brasileiro, que está no DNA do povo, e historicamente a comédia também costuma obter grandes resultados nas bilheterias nacionais. Diane Maia, inclusive, destacou que o cinema nacional consegue navegar dentro das diferentes vertentes do gênero e, apesar da dificuldade que os filmes encontram para preencher as salas de cinema, fez um apelo por mais espaço e incentivo.

"Acho que a gente consegue navegar por diferentes estilos de comédia. Temos ótimas comédias românticas, tem a comédia mais física e corporal como O Shaolin do Sertão e Vai Ter Troco, por exemplo, é uma comédia com um humor que dói, um humor mais ácido. Temos diferentes tons dentro da comédia e não vejo como uma mesma massa, e é até um problema no Brasil de colocar todos os filmes brasileiros dentro de uma caixa. Os filmes brasileiros não são iguais, então acho que a gente só precisa de mais espaço para poder mostrar nossa potência", finalizou.

Compartilhe:

  • 0 medalha