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08 Agosto 2023 | Redação Exibidor

Paramount divulga balanço trimestral com perdas no cinema e crescimento no streaming

Braço cinematográfico da Paramount registrou uma queda de 39% nas receitas em comparação ao segundo trimestre do ano passado

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(Foto: Divulgação)

A Paramount Global divulgou ontem (7) os resultados de seu balanço fiscal do segundo trimestre de 2023 e, apesar de quedas nas receitas cinematográficas, houve um crescimento em seu braço de streaming. Enquanto isso, houve uma queda de 39% nas receitas da Paramount Pictures, em comparação com o segundo trimestre do ano passado, a Paramount+ alcançou 61 milhões de assinantes, superando os 60 milhões registrados no trimestre anterior.

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O conglomerado como um todo alcançou uma receita total de US$ 7,6 bilhões, uma ligeira queda em comparação aos US$ 7,8 bilhões registrados no mesmo período de 2022 e, parte dessa queda, deve-se aos elevados custos de produção, que resultaram em uma perda operacional de US$ 250 milhões. Para efeito de comparação, no segundo trimestre do ano anterior a Paramount Global obteve lucros de US$ 819 milhões.

O braço cinematográfico da empresa contabilizou uma receita de US$ 831 milhões no trimestre, valor que não chega nem perto da receita gerada por Top Gun: Maverick no segundo trimestre de 2022. O filme protagonizado por Tom Cruise, sozinho, obteve uma bilheteria de US$ 1,4 bilhão. A grande aposta da Paramount para o segundo trimestre de 2023 foi Transformes: O Despertar das Feras, que apesar de ser um título de força, arrecadou "apenas" US$ 433,7 milhões de acordo com dados do Box Office Mojo. Além disso, Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1 teve um elevado custo que afetou as receitas da Paramount no trimestre e seu desempenho atual nos cinemas também deve refletir nos resultados do próximo trimestre. O filme que estreou no mês de julho arrecadou "apenas" US$ 493,96 milhões globalmente até o momento. Para efeito de comparação, Missão: Impossível - Efeito Fallout, o último filme da franquia lançado em 2018 gerou uma receita de US$ 791,1 milhões.

Mas, por outro lado, além de aumentar o número absoluto de assinantes da Paramount+ em aproximadamente 1 milhão, a empresa também revelou que houve uma redução nas perdas financeiras geradas pela operação de streaming. A perda operacional no período foi de US$ 424 milhões, em comparação com US$ 511 milhões no trimestre anterior e US$ 445 milhões no mesmo período de 2022. Graças ao crescimento no número de assinantes e ao crescimento na publicidade digital, a receita por assinatura atingiu US$ 1,2 bilhão, o que representa um aumento de 21% ano a ano.

Durante a apresentação dos resultados o CEO Bob Bakish também revelou que o streaming irá passar por "uma mudança estratégica de lançamentos de conteúdo" e se concentrará em "segmentos de público específicos cuidadosamente definidos". Ainda destacou que a empresa espera um crescimento de mais de 20% na receita média por usuário na Paramount+ no ano de 2024.

"No segundo trimestre, mantivemos nosso foco em dimensionar nossas plataformas de streaming, maximizar nossos negócios tradicionais e construir um modelo de negócios sustentável que retornará a empresa a um crescimento significativo de ganhos em 2024. Notavelmente, a receita da Paramount + cresceu 47%, a receita total de anúncios da DTC aumentou 21% e as horas de exibição global na Paramount + e Pluto TV aumentaram 35% ano a ano", disse.

Uma outra novidade no segmento de streaming, e que dá esperanças de tempos melhores para a Paramount é a integração da Showtime, canal pago dos EUA, com a Paramount+. Com a combinação que foi lançada oficialmente em 27 de junho, é esperada uma economia estimada em US$ 700 milhões pela empresa, além de oferecer um produto mais robusto e atraente para os consumidores dos EUA. No resto do mundo, a integração já funcionava extraoficialmente na oferta de títulos.

Venda da Simon & Schuster

Uma das alternativas encontradas pela Paramount para ajustar as finanças foi a venda de sua divisão de publicação de livros, a Simon & Schuster, para a KKR por US$ 1,62 bilhão. Anteriormente o conglomerado já havia tentado uma venda da Simon & Schuster para a editora Penguin Random House por US$ 2,2 bilhões, mas o acordo foi bloqueado por um juiz federal no ano passado por questões antitruste. Sobre a nova transação, Bob Bakish revelou que o aporte poderá ser utilizado para a Paramount Global reduzir suas dívidas.

"Estamos satisfeitos por ter chegado a um acordo sobre uma transação que oferece excelente valor aos acionistas da Paramount, ao mesmo tempo em que posiciona a Simon & Schuster para sua próxima fase de crescimento com a KKR. Os recursos darão à Paramount flexibilidade financeira adicional e maior capacidade de criar valor de longo prazo para os acionistas, ao mesmo tempo em que reduz a alavancagem de nosso balanço", disse.

Enfrentamento às greves de atores e roteiristas

Durante a divulgação dos resultados financeiros, Bakish também revelou que a Paramount está contando com filmes já concluídos para manter seu estoque de lançamentos nos cinemas enquanto as greves nos EUA continuarem, embora a empresa veja “alguns desafios de marketing” como resultado das paralisações. As informações são do Screen Daily.

“Do ponto de vista do conteúdo, estamos em boa forma”, disse, observando que os filmes concluídos com lançamento previsto para o restante de 2023 incluem Assassinos da Lua das Flores , Bob Marley e A Quiet Place: Day One.

Ele acrescentou, no entanto, que tudo se resume à duração. “E quero reiterar que estamos esperançosos de que possamos resolver isso como uma indústria mais cedo ou mais tarde, porque todos nós gostaríamos de voltar ao negócio de produção de conteúdo. Mas, no curto prazo, estamos trabalhando para mitigar o impacto para nossos consumidores e outros constituintes”, concluiu.

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