Desde o início dos tempos, desde que a primeira menina nasceu, existem bonecas. Mas desde que a cineasta Greta Gerwig decidiu levar uma delas para as telonas, o mundo pode ser dividido em pré-Barbie e pós-Barbie… ao menos para os cinemas e alguns segmentos do mercado.

Barbie (Warner) está em cartaz há 14 dias e, ao que tudo indica, continuará rendendo bons números por mais algumas semanas, senão meses. E o levantamento realizado pelo Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) ajuda a apontar para essa direção, visto que, segundo ele, o faturamento dos cinemas no Brasil cresceu 89,7% após o lançamento do filme. 

A comparação considera a semana da estreia (20 a 26 de julho) com período similar de 2022, enquanto o número representa as vendas de mais de 50 redes de cinema em todo o país. O faturamento, vale ressaltar, vai além da bilheteria e contabiliza também as vendas das bomboniére, como pipoca, bebidas, combos, baldes colecionáveis, entre outros. 

Levando em consideração somente a bilheteria, a 29º cine-semana de 2023 (referente ao período entre 20 e 26 de julho) vendeu um total de 7,84 milhões de ingressos, número 193,3% maior do que os 2,67 milhões da mesma cine-semana de 2022. Em arrecadação, são R$ 153,3 milhões em 2023 contra R$ 50,7 milhões de 2022. Os números são do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA). 

“O filme da Barbie é um sucesso mundial de bilheteria. No Brasil, não é diferente. Percebemos uma evolução significativa na receita dos cinemas e de segmentos relacionados após a estreia do longa. É possível deduzir que a estreia de Oppenheimer, que também desperta a atenção de um público amplo, tenha contribuído, ainda que em menor escala, para esse resultado expressivo”, disse Carlos Alves, vice-presidente de Produtos e Tecnologia da Cielo.

Mas a movimentação do mercado vai além das salas escuras, visto que as vendas de outros segmentos foram positivamente afetadas pela estreia de Barbie. Considerando apenas o faturamento de shoppings, onde boa parte dos cinemas está concentrada, o crescimento médio foi de 6,2%. Os principais destaques foram os segmentos de Recreação e Lazer (+22,2%) e Alimentação (+21,6%), assim como o Varejo Alimentício Especializado e Vestuário também cresceram, respectivamente, 12,7% e 4,2%.

As regiões Sudeste e Norte foram as que mais movimentaram os shoppings na estreia do filme, registrando um aumento respectivo de 6,8% e 6,5%.  Na sequência, vem o Sul (5,9%), Nordeste (5,3%) e Centro-Oeste (4,5%).

O ICVA acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo. A unidade de Inteligência de Mercado da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo. Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.