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31 Julho 2023 | Redação

"Destino das Sombras" usa terror para retratar o drama social do desaparecimento infantil

Filme dirigido e roteirizado por Klaus’Berg é distribuído pela Moro Filmes

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(Foto: Divulgação)

O circuito brasileiro está às vésperas de receber, em 10 de agosto, o terror nacional Destino das Sombras, distribuído pela Moro Filmes. Dirigido e roteirizado pelo especialista no gênero Klaus’Berg, o longa independente une dois elementos intrigantes: horror e drama social.

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A história começou a ganhar vida há mais de uma década na cabeça do realizador, aliás, muito antes do que isso. Filmado em Córrego Santinho, na cidade de Colatina no Espírito Santo, o local habitava o imaginário do cineasta desde a infância, já que era lá que passava as férias com os avós e se sentia assombrado pelo casarão da localidade, que depois serviu de cenário para o filme.

Com isso, surgia ali o pano de fundo para uma narrativa que ganharia camadas mais profundas após Klaus acompanhar a CPI do desaparecimento de crianças, realizada em 2007, e que daria um clique no realizador por entender que se trata de algo aterrorizante por si só: “o relatório técnico da CPI já era uma história de terror”.

Entre os diversos depoimentos do relatório, no entanto, chamou a atenção o de uma senhora cujo filho desapareceu sem deixar qualquer rastro ou pista, o que até paralisou as investigações. Para ela, o filho tinha sido levado pelo demônio. E foi com esse mote que se encaixaram as peças para criar o roteiro, unindo esse drama social tão grave no Brasil, o sobrenatural e o espaço assustador de Córrego Santinho, comunidade que viria a participar ativamente do desenvolvimento do longa.

Após uma série de editais e a espera para a liberação dos recursos, o filme começou a ser filmado no vilarejo, que se tornou parte crucial para a realização do filme, já que os próprios moradores trabalharam na realização dele.

“Teve gente cuidando da nossa hospedagem, da nossa comida, crianças participaram do filme e depois víamos eles imitando a gente com câmeras feitas de papelão. Para um deles, dei a minha câmera de presente quando fomos embora. É um filme de comunidade, algo muito forte e muito antes de Bacurau, hein?”, brincou o diretor.

E tudo isso torna o filme extremamente especial para ele e a equipe, e mais, com todo o engajamento criado por todos os envolvidos, o longa ganhou um valor de produção que vai além de seu baixo orçamento, mostrando a cidade de forma nunca antes vista e trabalhando com uma temática que vem sendo um expoente do gênero, esse terror social.

“Tenho expectativa boa para o longa, no sentido de que o filme vai ingressar em circuito comercial e talvez vai chamar atenção por não parecer um filme de terror que geralmente é aquele produzido aqui. Ao mesmo tempo não é uma narrativa que configura aquele terror tão tradicional, mostrei para um amigo e ele disse que nem parecia de terror, que era diferente do que está exposto no circuito comercial, então, acho que isso pode render uma experiência interessante para quem for assistir”, destacou.

Ao mesmo tempo que traz um grande valor de produção tanto na história, quanto nas filmagens, o filme fala muito com o Brasil, tanto pela temática religiosa do demônio que pode sequestrar as crianças, quanto na gravidade do tema, tão presente em nossa realidade.

“Para mim, o cinema tem que passar uma mensagem, especialmente quando usa financiamento público. Você tem que tentar discutir a realidade, nem precisa ser baseado em fatos reais, porque a ficção também tem suas verdades, seus valores e ela pode ser mais palatável do que um documentário. A ficção consegue atravessar uma barreirazinha e tocar as pessoas sem que elas percebam necessariamente que estão falando sobre a realidade delas, sobre a localidade dela, da cultura dela.  Assim como Bacurau sendo uma distopia, por exemplo, todo mundo acha que fala sobre o futuro, quando na verdade, a distopia fala muito mais sobre o presente, um alerta social sobre o presente”, ressaltou.

Sobre assistir ao filme nos cinemas, Eder Formigoni, diretor de produção da Finordia Produções, destacou que ele deve ser visto na sala escura por se tratar de uma “expressão artística única, feita por uma equipe muito capacitada que deu o melhor dentro dos limites do filme, trazendo cenários e paisagens do Espírito Santo e Córrego Santinho que nunca antes foram mostradas pelo cinema”, encerrou.

Destino das Sombras conta a história dos amigos Sérgio e Marcos que decidem passar um fim de semana em um sítio para se afastarem dos problemas familiares que abatem Marcos e sua pequena filha, Eduarda. No entanto, eles logo descobrem que o lugar possui uma história obscura, marcada por misteriosos casos de desaparecimento de crianças na região. Incertos sobre a veracidade dos relatos sobrenaturais contados pelas poucas pessoas que vivem ali, os amigos acabam enfrentando ameaças reais ocultas pela escuridão. Conforme a trama se desenrola, passado e presente se misturam, revelando um destino sombrio para todos os envolvidos. O elenco conta com talentosos atores, como Raphael Teixeira, Othoniel Cibien, Thelma Lopes, Bárbara Matiazzi, Giovanna Velasco e Júlio Tigre.

O longa-metragem tem direção e roteiro de Klaus’Berg, doutor em Comunicação Social, que estuda o gênero de terror há 10 anos. Escreveu, dirigiu e atuou em produções independentes de curtas-metragens e séries e foi cofundador do canal virtual de humor "TV Quase". Trabalhou no mercado editorial com artigos, capítulos de livros e revista de humor e quadrinhos. É professor de Direção e Produção em Audiovisual na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo). O filme é uma produção da Finordia Produções e tem distribuição da Moro Filmes.

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