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13 Junho 2023 | Renata Vomero

Pela primeira vez, Universal abre resultados financeiros para lançamentos em PVOD

Major foi a primeira a criar lançamentos de janela encurtada neste formato na pandemia

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(Foto: Divulgação)

Em julho de 2020, quando a indústria de cinema enfrentava o auge de uma das maiores crises de sua história, os players viviam em meio a incertezas e buscavam os caminhos para se manterem lucrativos e relevantes.

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Entre as primeiras medidas neste sentido foi a da Universal, que optou por lançar os filmes nos cinemas (os que estavam abertos) e, na sequência disponibilizá-los em PVOD (Premium Video on Demand), a janela dependeria do resultado de abertura, se fosse acima de US$50 milhões, entraria no digital apenas após 30 dias da estreia, já os lançamentos menores ficariam disponíveis 17 dias depois.

A medida, na época, gerou insatisfação entre os exibidores, mas após conversas e negociações, muitos deles criaram acordos de exibição com a Universal, concordando com tais regras do jogo e, em alguns casos, recebendo uma parte dos lucros destes formatos digitais. Bom, após quase três anos desde que este sistema foi adotado (e segue vigente), a Universal abriu, pela primeira vez, os resultados deste modelo, em reportagem do The New York Times e repercutida na imprensa especializada, como o Indie Wire.

Neste período, a Universal arrecadou US$1 bilhão com as vendas destes alugueis e compras mais encarecidos, se aproveitando tanto do hype dos filmes nos cinemas – algo que já citamos aqui na Exibidor – mas também notando que alguns títulos se beneficiaram das campanhas de sua chegada no digital também nos cinemas.

Caso observado, por exemplo, em Minions 2: A Origem de Gru, Jurassic World: Domínio e Velozes e Furiosos 9, lançado em 2021. Em todos estes casos, os filmes chegaram em PVOD 33 dias depois de sua estreia e apresentaram força nas bilheterias após essa data.

Donna Langley, presidente da Universal Filmed Entertainment Group, reforçou a importância desta receita em outros aspectos, como o fato de permitir ao estúdio produzir ainda mais filmes: “teve um grande impacto em nosso modelo de negócios”.

Tanto no Brasil, quanto no exterior, a Universal é o estúdio que mais lançou filmes neste ano até o momento e, por aqui, tem a maior fatia do market share de bilheteria e público.

Outro fator interessante é de que, embora as receitas nem se comparem com os valores arrecadados em bilheterias, as negociações com as plataformas digitais são diferentes. Do montante arrecadado via PVOD, 80% vai para os estúdios (o restante é dividido nas agregadoras digitais e até alguns cinemas). Já a arrecadação via venda de ingressos são divididas – grosso modo – 50/50 com os exibidores.

Quanto aos resultados de determinados filmes, fica mais evidente o quanto a bilheteria e o cinema é o grande carro-chefe dos estúdios, embora não seja a única fonte de renda.

Segundo a Universal, Super Mario Bros – O Filme, que já fez mais de US$1,3 bilhão global, arrecadou US$75 milhões por compra ou aluguel premium, mesmo valor de O Gato de Botas 2. Os Croods: Uma Nova Era e Sing 2 arrecadaram US$50 milhões. Uma série de mais de 14 filmes, incluindo Relatos do Mundo e M3gan faturaram US$25 milhões.

Há também os filmes do selo Focus Features, voltados aos filmes independentes e autorais, mais focados em festivais e premiações. Tais filmes se beneficiam e muito do marketing dos cinemas para ganharem força no PVOD, onde estendem suas carreiras.

“Esses filmes menores voltados para espectadores mais velhos, tornaram-se, eu não diria dependentes disso, mas eles se beneficiaram enormemente deste modelo”, comentou Peter Levinsohn, diretor de distribuição da Universal Filmed Entertainment Group.

Tais filmes ficam com uma arrecadação em torno de US$5 milhões, o que é um bom resultado dadas as suas especificidades mais nichadas e, novamente, embora os resultados de PVOD sejam muito menores do que de bilheterias, para o estúdio isso representa uma excelente fonte de renda extra, muito bem-vinda depois da crise.

A Universal fechou 2022 com receita proveniente dos estúdios (tanto de cinema, quanto de televisão) de US$11,6 bilhões.

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