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07 Junho 2023 | Renata Vomero

Cinemateca comemora um ano de reabertura com pacote de novos projetos e investimentos

Viva Cinemateca vai revitalizar acervo, modernizar a instituição e percorrer o país com programação itinerante

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(Foto: Cinemateca)

A Cinemateca Brasileira está comemorando um pouco mais de um ano de sua reabertura, pelas mãos da organização Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC). Com isso, a entidade acaba de lançar o projeto Viva Cinemateca, oficialmente anunciando em coletiva de imprensa realizada na instituição nesta quarta-feira (7).

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A iniciativa engloba uma série de novos projetos e investimentos , este último com intuito de promover melhorias de modernização e ampliação da sede na Vila  Mariana, em São Paulo, bem como a recuperação, catalogação e digitalização do acervo fílmico, uma dos grandes objetivos do espaço.

Em paralelo, o projeto também contará com uma programação cultura itinerante que deve ir além de São Paulo, chegando a 12 cidades do país. Parte do projeto envolverá uma campanha de resgate do papel do audiovisual na memória dos brasileiros, bem como da importância da Cinemateca nesta preservação histórica.

Para tal, São feitas referência a 10 grandes filmes e produções de TV nacionais, como Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto; Central do Brasil (1998), de Walter Salles, e a novela Mulheres de Areia (1973), da TV Tupi.

O projeto também celebra o sucesso da retomada da Cinemateca, após os anos de profunda crise. Segundo a organização, desde a reabertura, em maio de 2022, mais de 125 mil pessoas visitaram a instituição, que contou uma diversidade de mostras, eventos e exibições.

Só em 2023, até maio, foram 60 mil espectadores entre as mais de 250 sessões e outras diversas opções na programação cultural da Cinemateca Brasileira, representando o quanto a frequência tem crescido exponencialmente.

O Viva Cinemateca é lançado como continuidade ao processo de retomada iniciado no ano passado. O projeto atua em diferentes frentes de ação, com foco na infraestrutura da instituição, na preservação de seu importante acervo e no trabalho de difusão da produção audiovisual brasileira.

 

 

Modernização e reformas estruturais

Uma das principais frentes de ação do projeto pretende ampliar e modernizar a sede da Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Atualmente, está em curso o desenvolvimento do projeto executivo para as obras de ampliação da área de guarda e tratamento de acervo e restauração do conjunto arquitetônico histórico na Vila Mariana. 

O projeto contempla a expansão dos espaços de laboratórios, reconhecidos internacionalmente, e atualização tecnológica, assegurando a sobrevivência de mais de 120 anos de história do cinema e do Brasil. Entre as intervenções previstas, estão ainda adaptações da Sala Oscarito e aprimoramento dos espaços de depósitos de acervo. O objetivo é garantir que mais filmes e documentos possam ser preservados e difundidos.

 

Projetos de preservação

Entre os projetos de preservação em andamento por meio do Viva Cinemateca, um dos destaques é o tratamento da coleção de nitratos (PRONAC 212939). Essa iniciativa visa catalogar, digitalizar e conservar os filmes em nitrato de celulose, que compõem a coleção mais antiga do cinema brasileiro, com registros audiovisuais que remontam à primeira década do século 20. Trata-se de uma oportunidade única de preservar e compartilhar esses registros com a sociedade.

O Viva Cinemateca também inclui uma proposta de conservação, duplicação e difusão dos cinejornais do acervo do Canal 100 (PRONAC 221750), maior acervo cinematográfico do futebol brasileiro, além de diversos outros temas que marcaram a sociedade brasileira no período de 1957 a 1986. Além da qualidade inovadora das imagens, as coberturas futebolistas ganharam vida nas narrações de Cid Moreira e Corrêa Araújo, vozes tão características quanto a inesquecível marca ao fim das edições: a música Na cadência do samba de Luiz Bandeira, tornada célebre com o tema “que bonito é...”.

O projeto contempla, ainda, a modernização da infraestrutura técnica de projeção audiovisual, consolidando a excelência técnica das salas de exibição da Cinemateca Brasileira.

 

Programação itinerante

A Cinemateca Brasileira prevê uma série de ações especiais para 2023. A primeira delas é o lançamento da campanha Viva Cinemateca: uma campanha de mídia, de abrangência nacional, que apresentará os objetivos do projeto. 

Em julho, a instituição promoverá o Festival Cultura e Sustentabilidade, um encontro para discutir a agenda ESG com os parceiros, trazendo reflexões sobre o tema para instituições e projetos culturais. 

Outra frente do Viva Cinemateca é um programa de difusão que vai promover a circulação do acervo, debates, mostras nacionais, exposição e ações educativas. A programação não se restringirá a São Paulo, passando por outras 12 cidades do país.

Entre as ações, está a mostra itinerante A Cinemateca é Brasileira. De agosto a dezembro, irá percorrer o país uma seleção de 17 filmes que perpassam diferentes momentos históricos, propostas estéticas e abordagens temáticas, demonstrando a riqueza do cinema brasileiro ao longo dos mais de 120 anos de história. 

A programação, que também conta com ações educativas e formadoras, vai visitar espaços culturais e salas de exibição de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Canaã dos Carajás (PA), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luiz (MA) e Vitória (ES).

Em São Paulo, no mês de outubro, uma exposição homônima será aberta na sede da instituição. Maior acervo de filmes da América do Sul, a Cinemateca Brasileira contará a sua história e, consequentemente, a história do cinema brasileiro, por meio de uma mostra que vai mesclar acervos documentais e recursos digitais. Além da exposição presencial, está prevista também uma versão para o ambiente digital.

O Projeto Viva Cinemateca conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, como patrocinador estratégico, da Shell, como patrocinadora master, e Itaú Unibanco, como copatrocinador. 

Aprovado na Lei Rouanet, o projeto permite a empresas e pessoas físicas destinarem parte do imposto de renda para a iniciativa (Art. 18 da Lei Federal de Incentivo à Cultura).

 

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