19 Maio 2023 | Yuri Codogno
Com blockbusters semanais, verão norte-americano deve aproximar rendas aos níveis pré-pandêmicos
Período começa próximo à chegada do verão no Hemisfério Norte, agora em maio, e vai até meados de agosto
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Como consequência da pandemia da Covid-19, a indústria cinematográfica passou por uma situação desesperadora, prejudicando produção, distribuição e exibição em uma escala nunca vista antes. E isso se agravou na temporada de verão do Hemisfério Norte, quando o setor historicamente lança dezenas de blockbusters que ajudam a inflar as bilheterias.
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Enquanto em 2020 esse momento foi basicamente nulo, 2021 e ano passado ainda teve alguns bons lançamentos que ajudaram a indústria a respirar, especialmente em 2022 com Top Gun, Jurassic World, Minions e Thor, mas ainda sim com algumas semanas entre uma estreia e outra. Mas felizmente em 2023 as coisas parecem que voltaram ao normal, ao menos para esse período do ano.
Em análises do Hollywood Reporter e do Box Office Pro, os portais ressaltam que a bilheteria de verão deste ano podem atingir US$ 4 bilhões na América do Norte e, se atingirem esse valor antes do Dia do Trabalho da região (conhecido por Labor DAy, no início do setembro), significa que o cenário cinematográfico terá voltado à normalidade ou ao menos estará próximo disso.
Aliás, o mês de maio pode ser histórico novamente para os exibidores norte-americanos, visto que os dois últimos meses de maio pré-pandêmicos superaram a marca de US$ 1 bilhão em arrecadação. E neste mês ainda há chances, visto que Guardiões da Galáxia Vol. 3 (Disney) já se aproxima dos US$ 250 milhões na região e ainda tem pela frente a estreia de ao menos mais dois blockbusters. E isso tudo depois de um abril maravilhoso, graças a estreia de Super Mario Bros (Universal), que arrecadou mais de meio bilhão de dólares na região e mais de US$ 1,2 bilhão no mundo inteiro.
Para o verão nos EUA deste ano, o line-up inclui 42 lançamentos importantes, bastante acima dos 22 do ano passado, quando a receita atingiu US$ 3,4 bilhões na América do Norte. Em 2019, foram 32 importantes filmes entrando em cartaz no período, com a receita atingindo US$ 4,34 bilhões.
“A indústria está voltando à vida muito bem. Mas até que ponto? É por isso que devemos continuar olhando para 2019 como um termômetro”, disse Eric Handler, analista de Wall Street, da MKM Partners. A boa notícia, aliás, é que mesmo atrás de 2019 em 24%, a receita doméstica de 2023 ultrapassou US$ 3 bilhões no dia 14 de maio, uma marca que no ano passado foi superada somente na metade de junho.
“Isso representa uma recuperação notável para os cinemas nos Estados Unidos e no Canadá. Este parece ser um dos line-ups de verão mais fortes da história da indústria, pelo menos no papel. Acrescentar combustível ao fogo das bilheterias é uma boa tendência de filmes que agradam ao público, que estão mostrando sucessos incrivelmente fortes semana após semana. Isso também pode ser um fator determinante para atingir US$ 4 bilhões”, afirmou o analista-chefe de bilheteria da Comscore, Paul Dergarabedian.
No Brasil
Apesar de aqui não ser verão e, por causa do frio, as pessoas tendem a sair menos de suas casas, a temporada de blockbusters também é um importante momento para a indústria local, considerando ser um período de férias de meio de ano com diversos destes títulos voltados para jovens e famílias. Inclusive, boa parte dos grandes lançamentos da América do Norte também entram em cartaz aqui na mesma semana.
Para as próximas semanas e meses, temos os seguintes importantes lançamentos que possuem potencial para ótimas arrecadações: em maio, Velozes e Furiosos 10 (Universal) e A Pequena Sereia (Disney); em junho, Boogeyman - Seu Medo é Real (Disney), Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (Sony), Transformers: O Despertar das Feras (Paramount), The Flash (Warner), Elementos (Disney), Indiana Jones e a Relíquia do Destino (Disney); em julho, Sobrenatural: A Porta Vermelha (Sony), Missão: Impossível - Acerto de Contas: Parte 1 (Paramount), Barbie (Warner), Oppenheimer (Universal), Mansão Mal Assombrada (Disney); e em agosto, Megatubarão 2 (Warner), Gran Turismo - De Jogador a Corredor (Sony), Besouro Azul (Warner) e As Tartarugas Ninja: Caos Mutante (Paramount).
Tudo isso além dos pequenos e médios lançamentos, que são extremamente importantes para os exibidores do Brasil inteiro.
Mas para ilustrar o quanto os blockbusters lançados entre maio e agosto são importantes para o cinema nacional, listamos algumas das grandes estreias desse período em 2019: Detetive Pikachu, John Wick 3, Aladdin, Hellboy, Rocketman, Godzilla 2, X-Men: Fênix Negra, MIB Internacional, Toy Story 4, Anabelle 3, Homem-Aranha: Longe de Casa, O Rei Leão, Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw, Era Uma Vez em… Hollywood, entre outros que obtiveram menor destaque no país.
Comparado com os 14 filmes de 2019, os três anos seguintes tiveram os seguintes filmes com importantes bilheterias (considerando, claro, a pandemia a alguns lançamentos simultâneos nos streamings): Godzilla vs. Kong, Mortal Kombat, Cruella, Velozes e Furioso 9, Viúva Negra, Um Lugar Silencioso 2, O Esquadrão Suicida, Free Guy, Top Gun, Jurassic World, Minions 2, Thor 4, Elvis, O Telefone Preto, DC Liga dos Superpets, Trem-Bala e Não! Não Olhe.
Em 2023, contabilizando os filmes citados e Guardiões da Galáxia 3, são 18 importantes estreias entre maio e agosto e, por essa razão, a atual temporada de blockbusters pode ser a mais importante dos últimos anos para a indústria nacional.
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