20 Abril 2023 | Yuri Codogno
Cinema nacional e filmes de terror se destacam entre as estreias da semana
O foco, porém, fica com o aguardado "Beau tem Medo", de Ari Aster
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Algo relativamente raro está ocorrendo na cine-semana que começa hoje: quase metade dos lançamentos são filmes brasileiros. Entre as sete estreias, três são produções nacionais, além de dois europeus e dois longas de terror.
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Começando pelo maior destaque da semana: Beau tem Medo (Diamond) é o novo longa do cineasta Ari Aster, conhecido pelos filmes de terror Hereditário (2018) e Midsommar (2019). Desta vez, porém, a proposta é misturar o horror com a comédia, algo inédito na cinematográfica do diretor. Mas o conceito, mesmo com um trailer bem agradável, continua sendo uma incógnita, só sendo possível descobrir sobre o que exatamente o filme trata indo aos cinemas.
Para termos ideia, a própria divulgação do filme vem acompanhada da seguinte frase: “Se você olhar de perto, ele tem medo. Se você olhar de longe, você entende o porquê. Mas se você olhar de novo, percebe que entender ou não entender nem é a questão”. Não sei se entendi, mas sem dúvidas irei conferir.
Joaquin Phoenix dá vida ao protagonista Beau, enquanto Parker Posey, Amy Ryan, Nathan Lane, Richard Kind, Kylie Rogers, Patti LuPone e Zoe Lister-Jones completam o elenco.
Outro terror (e dessa vez daqueles que fazem as pessoas passar mal com o gore) é A Morte do Demônio: A Ascensão (Warner). Sequência da franquia Evil Dead do cineasta e produtor Sam Raimi, que conta com Uma Noite Alucinante 1, 2 e 3 (1981, 1987 e 1993) e A Morte do Demônio (2013), A Ascensão tem como protagonista a atriz Alyssa Sutherland, conhecida pela série Vikings.
O filme conta a história de duas irmãs distantes cujo reencontro é interrompido pelo surgimento de demônios que as empurram para um batalha pela sobrevivência enquanto enfrentam a versão mais aterrorizante da família imaginável. Assista por sua conta e risco.
No cinema nacional as coisas estão bem mais calmas. Em Ninguém é de Ninguém (Sony), temos um drama/romance baseado na obra de Zíbia Gasparetto. Carol Castro e Danton Mello protagonizam a história de dois casais que se entrelaçam quando Gabriela, esposa de Roberto, é chamada para se associar ao escritório de advocacia do bem-sucedido Renato, marido de Gioconda.
Em A Terra Negra dos Kawa (Livres Filmes), um grupo de cientistas faz escavações em terrenos no interior do Amazonas em busca de uma terra preta fértil, usada para fins agrícolas. Mas, à medida que se aproximam do sítio dos indígenas Kawa, percebem que a terra adquire poderes energéticos e sensoriais. Já em Rio Doce (Vitrine Filmes), Tiago tem um encontro que reconfigura o que sabe sobre o próprio pai, tornando iminente uma crise em seu modo de ser. O longa é ambientado entre a periferia de Olinda e a classe média recifense, contrastando os dois mundos sem ignorar a complexidade das relações humanas.
Direto da Europa, temos o francês Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan (Paris), que contará a história de um jovem espirituoso que, aliado a Athos, Porthos e Aramis, enfrenta Cardeal de Richelieu, mas se apaixona perdidamente por Constance Bonacieux, a confidente da Rainha. Essa paixão, entretanto, o leva ao rastro de sua inimiga mortal: Milady de Winter. Aliás, Milady também ganhará sua própria história nas telonas no final deste ano.
Por fim, Pacifiction (Fênix Filmes) é uma coprodução entre Espanha, França, Alemanha e Portugal. O drama se passa na ilha de Tahiti, na Polinésia Francesa, e dialoga com os testes nucleares que a França faz na região.
Antes de encerrar, uma menção honrosa a Pulp Fiction: Tempo de Violência, que volta a entrar em cartaz ao inaugurar os Clássicos do Cine Marquise (São Paulo e Poços de Caldas). O filme foi lançado em 1994 e, no ano seguinte, venceu o Oscar de Melhor Roteiro Original e foi indicado em outras seis categorias, inclusive a de Melhor Filme.
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