20 Março 2023 | Yuri Codogno
"John Wick 4: Baba Yaga" honra seus antecessores e valoriza experiência na sala de cinema
Longa possui quase três horas de duração e estreia na próxima quinta-feira (23)
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O ano era 2014 quando o mundo viu pela primeira vez em ação o John Wick, um ex-assassino de aluguel que se aposentou após se casar com sua amada. Mas quando ela faleceu precocemente, deixou um presente para o marido: um filhote de cachorro, pois assim ele ainda tinha alguém com quem se importar e não voltar para sua antiga vida. O resto é história.
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Essa narrativa rendeu três filmes - lançados em 2014, 2017 e 2019 - que lucraram respectivamente US$ 86 milhões, US$ 174 milhões e US$ 328 milhões em bilheteria global, números que basicamente dobraram entre um lançamento e outro. E com John Wick 4: Baba Yaga (Paris Filmes) não deve ser diferente. Aliás, as expectativas é que apenas na abertura doméstica o longa-metragem faça pelo menos US$ 60 milhões, enquanto a arrecadação global tende a ser a maior da franquia, quem sabe até dobrando novamente o faturamento de seu antecessor. A estreia é na próxima quinta-feira (23).
O Portal Exibidor foi convidado pela Paris Filmes a comparecer à cabine de exibidores e assistir com antecedência ao longa, que possui quase três horas de duração. E assim como as produções anteriores, Baba Yaga entrega com louvor tudo aquilo que um fã de John Wick quer ver.
Márcio Fraccaroli, diretor geral da Paris Filmes, destacou em apresentação antes da exibição, como a franquia se reinventou para o lançamento de John Wick 4, trabalhando para atrair o público anterior, mas também para trazer novos fãs para a saga. “É um roteiro mais jovem, mais moderno e mais perto do público”, ressaltou Fraccaroli.
De fato, são perceptíveis as mudanças na franquia, com um storytelling e direção que até lembra jogos de videogame, algo que os executivos da Paris destacaram durante a apresentação. Com isso, é esperado um rejuvenescimento do público, conseguindo atrair até adolescentes. Mas isso não significa que os fãs de longa data da franquia vão se decepcionar; pelo contrário, visto que a classificação indicativa recomendada é de 16 anos, mantendo (e até mesmo intensificando) todas as cenas de ação e a violência vistas nas produções anteriores.
Outro ponto importante a ser destacado é que a Paris Filmes não está medindo esforços para a divulgação de Baba Yaga, especialmente porque o mês de março está bastante concorrido com diversos blockbuster, a exemplo de Creed III, Pânico VI, Shazam 2 e O Urso do Pó Branco, então fazer John Wick se sobressair a esses é uma tarefa importante.
Ao que parece, como foi mostrado durante rápida a apresentação da campanha do filme, a divulgação de John Wick 4 está ampla e começou ainda no ano passado, com o início sendo marcado pela presença de Keanu Reeves no Palco Thunder da CCXP 2022, se apresentando para uma plateia de 80 mil fãs do personagem. O ator foi a atração principal do evento e o resultado foi imediato: mais de mil matérias sobre ele e o novo longa durante a CCXP.
E não parou por aí, pois uma entrevista de Keanu Reeves para o apresentador Danilo Gentili, no programa The Noite, foi veiculada semana passada com grande sucesso, rendendo até polêmica ao ator declarar que o personagem John Wick teria dificuldade em viver em algumas partes do Brasil, fazendo analogia à falta de segurança que há por aqui. Pegando mal ou não, marketing negativo não existe e novamente a estratégia funcionou, com a entrevista permanecendo em alta nos trending topics do Twitter durante dias. Como a Paris Filmes ressaltou, até o momento da apresentação da campanha John Wick 4 havia mais de 20 milhões de alcances na mídia orgânica.
A campanha de John Wick 4 também alcança outras vertentes, com diversas publicidades OOH em espaços públicos, propagandas digitais e tudo mais que estamos acostumados a ver em grandes lançamentos. Mas vale destacar o que a Paris Filmes está fazendo de diferente, como uma parceria com a streamer Nyvi Estephan, famosa no mundo dos games e que se conecta diretamente com a nova proposta do longa.
Além disso, diversas redes de cinema estão preparando a Maratona John Wick, visando não apenas divulgar a nova produção, como exibir os quatro filmes da franquia para os fãs - e tudo com apoio da Paris Filmes. Outra campanha que se destaca é a Experiência Continental, um espaço físico montado em locais estratégicos em que o espectador pode ter contato com o principal hotel de assassinos da franquia. E, por fim, rápidos comerciais na TV aberta serão veiculados em horários específicos, visando atingir potenciais fãs da saga.
Essa forte movimentação aparentemente tem surtido resultados e nada melhor do que números para provar isso: segundo foi apresentado pela Paris Filmes, Baba Yaga já tem mais de 900 milhões de impressões no Brasil e há cerca de 1100 salas confirmadas para a pré-estreia do longa.
Tudo isso vai de encontro com a estratégia comercial da empresa, que vai além da divulgação do longa, como destacou Jorge Assumpção, diretor de distribuição da empresa: “A gente quer promover não só o filme, mas também o mercado cinematográfico”. E a última novidade apresentada também comprova isso, visto que haverá spots da Paris Filmes e de John Wick 4 no plano básico de assinatura da Netflix. Ou seja, agora os streamings estão divulgando e promovendo o cinema.
No Brasil, os três primeiros longas de John Wick atraíram 300 mil, 500 mil e um milhão de espectadores às salas escuras, respectivamente (segundo apresentação da Paris Filmes). E se depender da campanha atual, John Wick 4 pode ir ainda mais longe - e é para isso que todos nós estamos torcendo.
Mas e o filme?
Se me permitirem esse espaço, gostaria de falar rapidamente diretamente com o público final, de fã para fã. Não posso revelar muito, mas John Wick 4 não é apenas o maior filme da franquia em tempo de exibição, como também é o mais grandioso em sua execução e desenvolvido para ser assistido nos cinemas.
São três horas que não sentimos o tempo passar, com ação desenfreada, mas sem deixar de desenvolver a trama e seus personagens. Sem contar que visualmente o filme é maravilhoso e que a nova proposta de rejuvenescimento fez bem à franquia.
Entre os acontecimentos do primeiro e terceiro John Wick não se passa muito mais de uma semana, deixando a trama sempre frenética e atualizada, com as consequências rapidamente alcançando o protagonista. Para o quarto filme, apenas de não delimitar o espaço temporal, é possível perceber que houve uma elipse um pouco maior, mas dá a entender que mal chega a algumas poucas semanas.
E isso dialoga com o ritmo com que os filmes do John Wick acontecem: o espectador está sempre vidrado, pois sabe que se piscar pode perder algo. Entretanto, dessa vez há algo de diferente: em dois ou três momentos, a trama diminui o ritmo e dá ao público um tempo de respiro e de absorver tudo o que acabou de assistir, algo bastante importante em longas que possuem um ritmo bastante acelerado.
De uns anos para cá, filmes de ação perderam um pouco de prestígio entre os fãs, por apresentarem apenas a ação pela ação (muitas vezes nem tão bem feitas) e com personagens pouco desenvolvidos e nada impactantes. São raras exceções que conseguiram trabalhar bem em todos os aspectos e se destacaram com qualidade, a exemplo de Mad Max: Estrada da Fúria (2015) e Logan (2017).
Felizmente, toda a franquia John Wick segue pelo bom caminho e consegue pegar tudo aquilo que costuma ser mal falado em filmes de ação, subverter e transformar em obra de arte para os fãs do gênero. Claro que precisamos dar alguma passada de pano para algumas cenas (até mesmo porque nenhum humano consegue ser tão resistente quanto o protagonista), mas John Wick 4 não tem medo de se entregar à sua proposta, com coreografias que beiram à perfeição e narrativa prazerosa de acompanhar.
De fã para fã, John Wick 4: Baba Yaga é uma experiência que definitivamente vale a pena ser conferida.
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