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21 Maio 2014 | Redação

Pequenos exibidores tiram dúvidas no 3º Workshop sobre digitalização da Quanta DGT

Empresários questionaram pagamento, recebimento, contrato, 3D e outros

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(Foto: Divulgação)

O relógio não para e a digitalização bate a porta dos exibidores numa contagem regressiva impressionante. O prazo que antes era junho de 2014 para digitalização total do parque, tendo em vista o fechamento dos contratos de VPF (Virtual Print Fee), foi prolongado para dezembro de 2014 e o exibidor que ainda não optou por algum modelo, se vê estrangulado pelo pouco tempo que lhe resta.

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Em menos de 5 dias, dois encontros foram fundamentais para esclarecer aos exibidores suas principais dúvidas. Em 15 de maio o Sindicato dos Exibidores do Rio de Janeiro foi o palco de debates e na última segunda (19) foi a vez da Quanta DGT/AAM realizar outro encontro sobre a mesma temática, o seu 3º Workshop sobre digitalização.

No encontro, os exibidores puderam perguntar diretamente aos profissionais da ANCINE e do BNDES as dúvidas que ainda restam; tiveram detalhes do financiamento do Fundo Setorial Audiovisual (FSA), da ANCINE, por meio do BNDES; conferiram o passo a passo completo do modelo de VPF da Quanta DGT/AAM, o único que permite financiamento pelo BNDES, até o momento; e souberam de maneira realista como suas salas poderão aproveitar o VPF, de modo que não venham a ter prejuízos no futuro.

Além disso, Barco, Christie, NEC e Doremi apresentaram produtos e soluções para a digitalização.

Fernanda Farah, gerente do departamento de Cultura, Entretenimento e Turismo do BNDES elogiou o empenho e interesse dos pequenos exibidores que agora discutem o assunto com propriedade, mas alertou para o pouco prazo que resta para o exibidor decidir qual o modelo de negociação melhor lhe atende. “O assunto da digitalização nos preocupa, porque no final do ano esse prazo vai acabar e a operação que está no BNDES e que já teve um enquadramento foi a operação da Quanta DGT. Estamos fechando a analise para que o crédito seja liberado, mas precisamos dos contratos assinados. Então, quem for optar pela Quanta DGT, tente acelerar o projeto”, alertou.

“Se o exibidor esperar muito para assinar, pode correr risco de não entrar no VPF. Os exibidores têm que se movimentar o mais rápido possível. Seja com a gente ou com o concorrente, tem que decidir o mais rápido possível”, disse Tieres Tavares, da Quanta DGT.

E os exibidores se demonstraram muito preocupados. “Não é justo que o terrorismo dessa imposição da data seja ‘empurrado’ para o pequeno exibidor. Não podemos viver o terrorismo de ter uma sala digitalizada. E se não tiver mão de obra suficiente para instalação?”, disse um dos presentes.

O modelo Quanta DGT/AAM

Os exibidores questionaram principalmente a logística da operação. Tieres Tavares, executivo do consórcio Quanta DGT/AAM, esclareceu que a operação foi feita por meio de empréstimo ponte até a liberação dos recursos via BNDES.

Para acelerar o recebimento dos equipamentos, a ANCINE promoveu um trabalho institucional perante a Receita Federal para garantir que o Regime Especial de Tributação para o Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica (Recine) seja processado dentro do prazo.

É preciso que os exibidores informem os dados (CNPJ, capacidade das salas, tamanho das telas) ao integrador para iniciar o processo do Recine na ANCINE.

Ricardo Ferrari, da Barco, confirmou que os equipamentos estão em produção e separados na fábrica, mas serão enviados após a assinatura do contrato com a integradora e expedição do ato declaratório da receita.

“Todos os fabricantes estão garantindo esse empréstimo ponte, ou seja, eles vão liberar os equipamentos, mesmo antes que o dinheiro do BNDES esteja disponível. Eles precisam do contrato assinado, Recine e ato declaratório publicado no diário oficial pela Receita Federal. Após isso, entre 30 e 40 dias para embarque e depois envio para o exibidor, o que também dependerá das condições internas do Brasil”, exemplificou Tavares.

Sobre a possibilidade de venda do equipamento, Tieres informou que o equipamento é locado e tem que permanecer no cinema. O VPF é um subsídio que está sendo dado dos distribuidores aos exibidores. Ressaltou que a acordo é entre a Quanta DGT com os estúdios e não entre os estúdios e o exibidor. Esse repasse é o que gera o aluguel variável. “Ao final do período o valor a ser pago será a soma das parcelas que você pagou e os benefícios gerados pelo VPF, mas a Quanta DGT não interfere na negociação comercial com o distribuidor”, concluiu.

Com relação ao tempo de resposta para suporte, o profissional garantiu que está definido nos contratos, e que os prazos variam de acordo com a região onde está o exibidor, mas o prestador sabe que está sujeito à penalidades caso não cumpra o que está estabelecido no contrato e essa é a garantia do exibidor.

Tieres acrescentou que a negociação do VPF é extremamente complexa e depende da análise em conjunto com cada exibidor para levantar primeiro a sua situação atual (quantidade total de salas, quantas digitalizadas e a quantidade restante), dos equipamentos que serão escolhidos com os prestadores de serviços e só assim será possível fazer a simulação do VPF a ser pago e recebido.

O 3D

Fernanda Farah, do BNDES e Selmo Kaufmann, da ANCINE, assumiram a responsabilidade por não terem colocado o 3D no pacote da digitalização, partindo do principio de que a tecnologia era apenas um “acessório”. No entanto, agora, percebe-se que é uma necessidade fundamental para o negócio do exibidor.

Eles aconselharam o exibidor a se organizar e tentar um financiamento específico para isso, pois se fosse acrescentado ao pacote atual seria impossível dar continuidade na negociação e a proposta da Quanta seria reavaliada, gerando mais demora no processo de liberação da linha de crédito.

“A partir do momento que exista uma associação para pleitear esses interesses, posso garantir de que não faltaram empresas de equipamento 3D querendo fechar com condições especiais o financiamento dos equipamentos”, acrescenta Luiz Morau, da Telem e Quanta DGT.

BNDES e ANCINE

Segundo os representantes, o BNDES não tinha como fazer opção de financiamento para cada exibidor, pois não haveria tempo hábil para análise, por isso surgiu a figura do integrador para aglutinar os exibidores num grande grupo e assim facilitar o acesso ao crédito disponibilizado pelo BNDES.

“A princípio temos outro integrador, mas que não entregou nenhuma carta consulta. Pode ser que dê certo, mas no momento não sabemos. A Quanta DGT vai receber o financiamento de 100 milhões e vai repassar via aluguel e coleta VPF esse financiamento com condições não encontradas no mercado financeiro”, disse Fernanda Farah, do BNDES.

Em entrevista ao Portal Exibidor ela explicou que após a primeira fase de enquadramento (que deve levar 30 dias se todos os requisitos forem verificados) e a partir de sua comunicação, os prazos de análise não deve superar 210 dias, ou sete meses para a análise de um novo integrador.

Quanto à segurança no processo, os recursos disponibilizados são via FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) e o BNDES é o agente financeiro, logo sua responsabilidade é muito grande em assegurar que a operação fique firme até o final do período. A relação é de longo prazo, então é importante escolher bem o parceiro.

“Acreditamos que depois do primeiro passo, existe um longo caminho de profissionalização e imersão com as distribuidoras. Temos que melhorar essa relação, sugiro que vocês se unam em associação para negociar com eles”, sugeriu Fernanda  ao comentar o relacionamento com as distribuidoras.

Coincidência ou não, o projeto de uma Associação de pequenos exibidores já circula no mercado e terá novidades anunciadas em breve. (Leia aqui).

A ANCINE instalou sua primeira câmara técnica para discutir a digitalização e a distribuição de cinema, que terá sua reunião em 29 de maio com diversos representantes do setor. Além disso, está em consulta pública a Notícia Regulatória que trata de situações observadas no processo de digitalização da projeção cinematográfica e na distribuição de filmes para cinema. O prazo para envio de contribuições termina em 20 de junho.

E o próximo passo da digitalização já se anuncia: a distribuição de conteúdo via satélite.

A Revista e o Portal exibidor acompanharam desde o início as negociações sobre o VPF. Confira mais matérias sobre o assunto:

- Como é pago o VPF?

- GDC e Quanta DGT participarão de evento no Rio de Janeiro

- Quanta DGT envia comunicado alertando exibidores sobre o VPF

- GDC contesta declaração da Quanta DGT

- Quanta DGT/AAM recebe "sinal verde" para o financiamento da conversão digital

- Encontro reúne agentes do mercado para debater digitalização do parque exibidor

Veja fotos do evento na galeria.

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