A Warner Bros. Discovery divulgou ontem (23) o balanço do quarto e último trimestre fiscal de 2022, período que engloba do início de outubro ao final de dezembro. Considerando HBO, HBO Max e Discovery+, a empresa registrou um total de 96,1 milhões de assinantes, acima dos 94,9 milhões do trimestre anterior. As informações são dos portais Hollywood Reporter, Variety e Deadline.

Apesar do crescimento, a divisão de streaming perdeu US$ 217 milhões em receita, algo considerado positivo pela empresa, visto que no trimestre anterior a queda foi de US$ 600 milhões. Deste modo, a companhia também superou as expectativas de Wall Street em relação ao fluxo de caixa livre. Em um todo, a receita de streamings foi de US$ 2,5 bilhões.

O conglomerado Warner Bros. Discovery, por sua vez, obteve ganhos de US$ 11 bilhões, mas com perdas de US$ 2,1 bilhões. O prejuízo se deve principalmente aos custos contínuos de reestruturação e baixas contábeis vinculadas à fusão das duas empresas. Aliás, com esse processo agora praticamente concluído, a empresa está se voltando para a execução, tentando endireitar o streaming em busca de lucratividade, enquanto luta para manter seus negócios lineares e cinematográficos estáveis.

“O ano passado foi um ano de reestruturação, 2023 será um ano de construção. Dito isso, ainda há mais coisas que precisamos acertar e estamos trabalhando pesado. Estamos vendo fortes impulsos em toda a empresa e acreditamos que reposicionamos nossos negócios para aproveitar ao máximo as muitas oportunidades futuras”, disse o CEO da WBD, David Zaslav, a analistas na teleconferência de resultados da empresa.

Nos cinemas, entre outubro e dezembro do ano passado, a Warner contou com uma certca decepção, visto que Adão Negro, sua principal aposta, não chegou nem mesmo aos US$ 400 milhões arrecadados globalmente. E é importante lembrarmos que a campanha do filme foi uma das maiores da história da distribuidora, elevando os gastos com o marketing e publicidade do longa. Mas, mesmo assim, a divisão de estúdios teve uma receita de US$ 3,8 bilhões, com lucro de US$ 768 milhões. Outro lançamento do período foi Até os Ossos, além de ter aproveitado parte da receita de Não se Preocupe, Querida, lançada no final de setembro.

Em outra vertente, o grupo teve lançamentos no streaming que foram aclamados por crítica e público, como o spin-off A Casa do Dragão, do universo de Game of Thrones, além da segunda temporada de White Lotus. Com lançamentos semanais, ambas as produções conseguiram se manter em alta nos trend topics do Twitter durante toda a exibição. Para o atual trimestre fiscal, também são esperados bons resultados, especialmente pelo lançamento do sucesso The Last of Us. 

Outra questão abordada é sobre o serviço combinado entre HBO Max e Discovery+, que será anunciado com detalhes em um evento em 12 de abril. Apesar disso, ainda não há informações sobre nome, data de lançamento ou detalhes de preço, apenas que será superior ao valor do HBO Max.

Entretanto, Zaslav confirmou que a empresa manterá o Discovery+ como uma oferta independente: “Para aqueles que têm o Discovery+ no momento, a rotatividade é muito baixa e é lucrativa. Para aqueles que estão felizes em pagar US$ 5 ou US$ 7, nossa estratégia não é deixar nada para trás. Temos assinantes lucrativos que estão muito satisfeitos com a oferta do Discovery+, então por que desligaríamos isso?”. 

A empresa também lançará seu próprio serviço de streaming gratuito com suporte de anúncios, mas ainda sem detalhes. “Podemos criar um Tubi ou um Pluto sem comprar conteúdo de ninguém”, disse Zaslav.

Continuação de O Senhor dos Anéis?

David Zaslav anunciou que os recém-contratados líderes do estúdio, Mike De Luca e Pam Abdy, negociaram um acordo para produzir diversos filmes baseados nos livros de J. R. R. Tolkien, criador do universo de O Senhor dos Anéis. Os projetos serão desenvolvidos através do selo WB New Line Cinema. 

Nenhum cineasta foi contratado para os projetos ainda, mas em uma declaração à Variety, Peter Jackson e seus principais colaboradores de O Senhor dos Anéis, Fran Walsh e Philippa Boyens, disseram que a Warner Bros está a caminho disso: “Estamos ansiosos para falar mais com eles para ouvir sua visão para o futuro da franquia”.

A Freemode, uma divisão do Embracer Group, fez o acordo de direitos adaptativos para livros como “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”. O pacto será faturado sob o nome Middle-earth Enterprises.