22 Fevereiro 2023 | Yuri Codogno

Mulheres não-brancas foram protagonistas em apenas 16% dos filmes de maior bilheteria de 2022

Considerando todos os gêneros, protagonismo e co-protagonismo de outras etnias cresce para 29%

Com a temporada de premiações cinematográficas acontecendo, uma antiga discussão volta à tona: por que há desproporcionalmente mais filmes com protagonistas brancos do que com outras etnias nas premiações? Apesar disso e da desigualdade ainda vigente, um novo estudo da Annenberg Inclusion Initiative notou um aumento de mulheres não-brancas em papéis principais nos filmes de maior bilheteria de 2022. As informações são da Variety e do Hollywood Reporter.

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O estudo constatou que, ao longo de 2022, as mulheres negras, latinas e asiáticas, entre outras etnias, foram protagonistas ou co-protagonistas em 16% dos 100 filmes de maior bilheteria. Este é um aumento em relação a 2021, que observou 11% no mesmo índice. Além disso, a pesquisa concluiu que, desde 2007, ano passado teve o maior número de mulheres com etnias sub-representadas e pessoas não binárias ocupando os papéis principais nos longa-metragens.

Nomeado de “Inequality Across 1,600 Popular Films: Examining Gender, Race/Ethnicity & Age of Leads/Co Leads From 2007 to 2022”, o estudo foi conduzido junto a Dra. Stacy L. Smith e examinou gênero, raça, etnia e idade dos atores principais e co-protagonistas nos 100 filmes de maior bilheteria entre os anos de 2007 a 2022. 

“O progresso das mulheres de etnias variadas em papéis de liderança é encorajador. Já passou da hora da indústria cinematográfica reconhecer que as histórias sobre mulheres não-brancas têm lugar nos cinemas. Meninas e mulheres não-brancas são 20% da população dos EUA, mas a indústria cinematográfica não garantiu que isso é o que o público vê na tela. Com esforço e responsabilidade, esse limite é aquele que não só pode ser alcançado, mas facilmente superado”, comentou a Dra. Smith. 

A autora principal do estudo, Katherine L. Neff, acrescentou: “A falta de progresso para mulheres e pessoas não-brancas em papéis de liderança por mais um ano é decepcionante. A indústria cinematográfica deve reconhecer que, embora as histórias que ela cria apresentem locações fantásticas, o público deste mundo ainda quer ser refletido na tela”.

Considerando todos os gêneros, a pesquisa revelou que apenas 29% dos personagens principais eram não-brancos nos 100 filmes avaliados de 2022. 

Outro dado analisado foi o de mulheres nos principais papéis dos longas: houve apenas uma pequena variação positiva entre 2021 (41%) e 2022 (44%). Mas levando em consideração as informações desde 2007, o crescimento foi superior ao dobro: de 20% aos já citados 44%.

Além disso, o estudo mostrou como foi a divisão de papel para protagonistas não-brancos e/ou mulheres nas majors dos principais lançamentos do ano passado: 

• 75% dos filmes da Lionsgate foram estrelados por mulheres protagonistas ou co-protagonistas;
• A Paramount teve um total de 55,6% de mulheres e/ou pessoas não-brancas nos papéis principais;
• A Universal teve um total de 38,5% nos mesmos parâmetros acima;
• Sony, Disney Studios e Warner totalizaram cerca de 33% cada.

Por fim, a pesquisa também apontou para atores e atrizes de pelo menos 45 anos escalados nos papéis principais: em 35 dos 100 filmes analisados de 2022 havia atores 45+, enquanto em apenas dez filmes haviam mulheres na mesma faixa etária, sendo que em cinco eram de etnias diversificadas.