25 Janeiro 2023 | Renata Vomero
Com longa estrada na dublagem, Danton Mello pela primeira vez é voz original em "Chef Jack"
Animação 100% brasileira chegou aos cinemas pela Sony na última quinta-feira (19)
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Na última quinta-feira (19), chegou aos cinemas Chef Jack: O Cozinheiro Aventureiro (Sony/Cineart). A animação foi totalmente produzida no Brasil pelo estúdio mineiro Immagini Animation e dirigida pelo estreante em animação em longa-metragem Guilherme Fiuza Zenha. Fechando a tríade de Minas Gerais, Danton Mello foi convidado para dar voz ao protagonista Chef Jack.
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Quem passa desavisado, pode até se surpreender por ver o nome de Danton como dublador, já que o ator é amplamente reconhecido pelos trabalhos na televisão, cinema e teatro. No entanto, foi justamente em dublagem que ele iniciou sua carreira, lá nos idos dos anos 1980, tendo dado voz a personagem de Goonies e até ao protagonista Jack de Titanic – o primeiro Jack da carreira dele.
No entanto, apesar dos mais de 30 anos de experiência neste segmento, esta é a primeira vez que Danton Mello é a voz original de algum personagem, tendo em vista que seus outros trabalhos foram de estúdios estrangeiros, já com a dublagem local e original realizada e usada como norte.
“A dublagem foi realmente algo diferente, dublo desde criança e sempre o filme já vem pronto, a gente tem a obrigação de encaixar nossa fala na boca do personagem e agora foi diferente. Entrei no estúdio com o Guilherme Fiuza Zenha e eu tinha como base o que eles chamam de animatic, então, o filme estava inteiro rascunhado, a maior parte não tinha nem cor, eu tinha alguns referências, conseguia entender alguns planos e cenários, mas não tinha a boca do Jack. A gente teve a liberdade de criar ali juntos, propus coisas, mas fui super bem conduzido pelo Gui [o diretor], fomos trocando juntos sem a obrigação de encaixar a minha voz no personagem, totalmente livre”, explicou Danton Mello em entrevista ao Portal Exibidor.
Chef Jack - O Cozinheiro Aventureiro é uma animação de aventura que conta a história de Jack, um cara de bom coração, mas com uma pitada de excesso de confiança. Ele é um dos prodígios da Culinária de Aventura e viaja o mundo todo atrás dos ingredientes mais raros para completar suas receitas únicas. Contudo, as coisas azedam para o lado de Jack após cometer um grave erro em um prato e sua reputação vira uma piada. Para dar a volta por cima e provar para o mundo inteiro que ele ainda é o maior chef aventureiro da atualidade, ele só tem uma saída, participar da maior competição de culinária de aventura do mundo: a Convergência de Sabores! O que Jack pensava ser uma tarefa fácil, acaba se tornando um grande desafio e ele terá que aprender a trabalhar em equipe com o novato pouco confiante, o sonhador Leonard.
Inclusive, Leonard ganhou voz por Rodrigo Waschburger e ambos se juntaram no estúdio para filmar as cenas compartilhadas, algo que não é mais comum no meio de dublagem, em que as vozes são gravadas separadamente e unidas na mixagem.
“Isso não se faz mais hoje em dia, quando dublei quando era criança, se tinha uma cena com oito personagens, dublávamos os oito juntos, em um só canal, era muito divertido, era uma brincadeira. Com a tecnologia, isso foi se perdendo, de uns anos para cá você entra sozinho no estúdio e o Guilherme quis os dois juntos, para a gente se olhar, trocar. Fizemos uma diária inteira assim”, contou Danton.
Aliás esse contato é uma das coisas que ele mais sente falta com relação ao início de sua carreira em dublagem, atividade que ele vê como uma escola, já que foi onde iniciou sua carreira, tendo trabalhado com os grandes profissionais do meio, como Orlando Drummond, Mário Monjardim, Mário Jorge, Marlene Costa, entre tantos outros nomes icônicos do Brasil.
“Eles foram meus professores, aprendi com eles a importância de saber usar a voz, brincar com ela, porque é nossa ferramenta. Dublei muito tempo, acabei me afastando por conta de agenda, por causa das novelas, mas foi a minha escola e é muito gostoso. Gosto de fazer de tudo, olho para trás e gosto de ver que a minha carreira é equilibrada, tem o cinema, teatro, novela, drama, comédia. O bacana é você brincar com tudo e não ser um ator de uma coisa só, e não foi uma escolha minha, foi tudo acontecendo. É muito bom transitar por entre essas áreas todas e enriquece a gente”, refletiu o ator.
Com Chef Jack, portanto, fica o orgulho de ser um filme totalmente brasileiro e totalmente mineiro, origem do ator, para além disso, o destaque em ver o quanto uma produção totalmente nacional entrega o nível de qualidade de Chef Jack, que andou fisgando adultos e crianças nas sessões antecipadas e levou quase 20 mil pessoas aos cinemas do Brasil em seu fim de semana de estreia.
Com tudo isso, há interesse e espaço para que o filme se desdobre em mais histórias, seja em série de TV ou streaming, seja em uma continuação ou até em um derivado. Danton, inclusive, já mostra disposição em seguir nesses projetos. Fica também a curiosidade em ver o Jack ganhando vida em vozes de outros países, caso o filme viaje para fora. “Eu vou ser a referência dos dubladores, já pensou?”, concluiu. E que venha mais!
Chef Jack também é uma coprodução com a Pixel Produções e a Ciclus e com codistribuição da Sony Pictures e da Cineart.
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