08 Novembro 2022 | Renata Vomero
Fernanda Montenegro, Ruy Guerra e Walter Lima Jr. recebem título de sócios beneméritos da Academia Brasileira de Cinema
Além da honraria, profissionais integrarão grupo de votantes do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro
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A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais concedeu o título de Sócios Beneméritos para três profissionais de notório reconhecimento na área do audiovisual brasileiro. São eles a atriz Fernanda Montenegro, o cineasta Walter Lima Jr. e o diretor Ruy Guerra.
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Os três gigantes do setor recebem essa honraria que dá a eles também a possibilidade de integrar o time de sócios votantes no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que acontece anualmente e reconhece os grandes lançamentos nacionais. Sua última edição consagrou o filme Marighella.
"Eu estou muito orgulhosa de pertencer a esta Academia e muito feliz de estar com essas duas personalidades. É a história do nosso cinema no século que passou. O que nos une profundamente é a memória que nós temos do que vivemos. É uma honra ser chamada para esse cargo. Muito obrigada”, afirmou a atriz Fernanda Montenegro.
O diretor Ruy Guerra também agradeceu a honraria recebida. "Lisonjeado e feliz. Parabéns aos meus tão nobres companheiros de Academia”. Assim como o cineasta Walter Lima Jr.: “Muito honrado com o convite da Academia e feliz pelo reencontro com meus pares”.
Com mais de 70 anos de carreira, Fernanda Montenegro dedica sua vida ao teatro, cinema e TV. Foi a primeira latina-americana e a única brasileira a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz por Central do Brasil (1998). Aos 93 anos, coleciona diversos prêmios por sua contribuição ao cinema e à dramaturgia. Em 2021 foi eleita "imortal" da Academia Brasileira de Letras (ABL). Em 2019, atuou em A Vida Invisível, premiado longa de Karim Aïnouz e escolhido para representar o Brasil no Oscar 2020.
Um dos principais nomes do Cinema Novo, Ruy Guerra tem no currículo obras como Os Fuzis (1964), que conquistou o Urso de Prata no Festival de Berlim, Os Cafajestes (1962), Os Deuses e os Mortos (1970), A Queda (1978), Ópera do Malandro (1986), O Veneno da Madrugada (2004) e Quase Memória (2015). Em 1977, dirigiu, em parceria com Nelson Xavier, o longa A queda (1977), vencedor de mais um Urso de Prata em Berlim.
Walter Lima Jr. iniciou sua carreira no cinema por influência do amigo e cineasta Glauber Rocha, que o convidou para o auxiliar no roteiro de Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964). Estreou como diretor em Menino de Engenho (1965), adaptação do romance de José Lins do Rego. Em seguida, se consagrou ao realizar o longa Brasil Ano 2000 (1968), destaque do Festival de Berlim daquele ano. A Lira do Delírio (1978), Inocência (1983), A Ostra e o Vento (1997) e Os Desafinados (2008) são alguns dos destaques de sua carreira.
A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais é presidida pela produtora carioca Renata Almeida Magalhães. Com sede no Rio de Janeiro, a Academia foi criada no dia 20 de maio de 2002 com a finalidade, entre outras, de instituir o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e contribuir para a discussão, promoção e fortalecimento do cinema como manifestação artística, ajudando, desta forma, a fortalecer a indústria cinematográfica brasileira. Hoje são mais de 200 sócios.
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